Expansão da vegetação arbustivo-arbórea em áreas abertas alto-montanas adjacentes a fragmentos florestais, no Planalto Sul Catarinense

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509825998

Palavras-chave:

Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana, Padrões de dinâmica, Análise ambiental

Resumo

O objetivo deste estudo foi conhecer os padrões demográficos da regeneração natural do componente arbustivo-arbóreo e determinar se esses são influenciados pelas variáveis ambientais, em três áreas de campo em regeneração natural, adjacentes a fragmentos florestais de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana, no Planalto Sul Catarinense. Foram instaladas três transecções, uma por área, de 20x100 m, subdividas em sub-parcelas de 10x10 m, perpendiculares à borda dos fragmentos, com sua extensão cobrindo a área de campo. Amostraram-se todos os indivíduos regenerantes arbustivo-arbóreos com 20 cm ou mais de altura. Em cada sub-parcela, foram coletados os seguintes dados ambientais: propriedades físico-químicas dos solos, grau de compactação dos solos e topografia. Um ano após o inventário, foram obtidas as taxas de dinâmica para as três comunidades e para as populações, e os padrões encontrados foram relacionados com as variáveis ambientais. Os dados foram analisados por meio de testes de Kruskal-Wallis, testes de comparações múltiplas, teste de qui-quadrado aplicado a tabela de contingência, teste de correlação, Análise de Componentes Principais (PCA) e modelos lineares mistos. Os resultados demonstraram que no período estudado, o processo de regeneração natural do componente arbustivo-arbóreo encontra-se em fase inicial e foi caracterizado pelo incremento na abundância de indivíduos, estabilidade na riqueza, independência espacial entre a mortalidade e o recrutamento e limitação do recrutamento em função da baixa fertilidade natural do solo e elevada disponibilidade de Al.

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Biografia do Autor

Juliana Pizutti Dallabrida, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheira Florestal, Dr., Professor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina.

Ana Carolina Silva, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheira Florestal, Dr., Professor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina.

Pedro Higuchi, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheiro Florestal, Dr., Professor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina.

Janaina Gabriela Larsen, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheira Florestal, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina.

Guilherme Neto Santos, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheiro Florestal, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina.

Carla Luciane Lima, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheira Florestal, MSc., Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina.

Luiz Carlos Rodrigues Júnior, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheiro Florestal, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina.

Felipe Domingos Machado, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheiro Florestal, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina.

Aline Pereira Cruz, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Bióloga, MSc., Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina.

Amanda da Silva Nunes, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, SC

Engenheira Florestal, MSc., Departamento de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa Catarina.

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Publicado

04-04-2019

Como Citar

Dallabrida, J. P., Silva, A. C., Higuchi, P., Larsen, J. G., Santos, G. N., Lima, C. L., Rodrigues Júnior, L. C., Machado, F. D., Cruz, A. P., & Nunes, A. da S. (2019). Expansão da vegetação arbustivo-arbórea em áreas abertas alto-montanas adjacentes a fragmentos florestais, no Planalto Sul Catarinense. Ciência Florestal, 29(1), 130–143. https://doi.org/10.5902/1980509825998

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