As mulheres na UFFS de Erechim: estudantes que trabalham ou trabalhadoras que estudam?
DOI :
https://doi.org/10.5902/1984644484270Mots-clés :
Mulheres, Trabalho, Ensino superiorRésumé
Este artigo é decorrente de pesquisa realizada com graduandas da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. O estudo está ligado ao reconhecimento prévio de que existe um aumento da representação feminina em cursos de nível superior, assim como em alguns espaços do trabalho produtivo, resultante das lutas feministas. Entretanto, pressupõe-se que, para além dos aspectos positivos, existem dificuldades no cotidiano destas acadêmicas, o que originou a seguinte questão: Quais as potencialidades, limites e desafios enfrentados por mulheres que ingressaram a universidade após um tempo de interrupção nos seus estudos? O objetivo central foi o de analisar as relações entre exigências acadêmicas e outras atribuições ligadas às diversas formas que o trabalho assume na vida das mulheres com mais de 30 anos. Foram aplicados 27 questionários na pesquisa de campo, cujos dados coletados foram confrontados com teorias explicativas oriundas de pesquisa bibliográfica. Estiveram presentes discussões sobre a desigualdade considerando os aspectos geracionais, de gênero e de classe social. Com base nos resultados, observamos que a maioria das participantes referendaram pontos otimistas em seu ingresso na UFFS, principalmente pela oferta de formação que amplia a tomada de consciência. Por outro lado, elas ponderaram que mulheres com idade mais avançada enfrentam maiores desafios no acompanhamento da rotina acadêmica. A pesquisa apontou também que, para além do trabalho remunerado, as atividades socialmente consideradas femininas impactam na vida acadêmica, sobrecarregando excessivamente as mulheres das classes populares.
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