A escrita-currículo da perspectiva cultural da Educação Física: por que os professores fazem o que fazem?

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644433532

Palabras clave:

Educação Física, Currículo, Deleuze

Resumen

Na esteira do exemplo de Deleuze-professor, o presente artigo problematiza os elementos a partir dos quais 10 docentes constroem o currículo cultural da Educação Física, ou seja, os aspectos didático-metodológicos que mobilizam e as forças que os atravessam quando pensam as atividades de ensino. Como forma de produção de dados, empregamos o Diário de Bordo Digital e o Grupo de Discussão. Nas análises realizadas mediante o confronto com o referencial deleuze-guattariano, observamos que a “escrita-currículo” é produzida no entrecruzar de infinitas linhas, algumas molares (as leis educacionais, as regras e normas do regimento escolar, o Projeto Político Pedagógico), outras moleculares (a cultura dos alunos, seus desejos, atitudes, falas, as disposições espaciais, temporais e os princípios pedagógicos) e, por fim, as linhas de fuga, que, sendo efêmeras, passam pela “escrita-currículo” como acontecimentos e agenciamentos inesperados, disruptivos e criadores. Atentos e desejando tais agenciamentos, os professores e professoras, sensíveis às linhas de força flexíveis, fazem da “escrita-currículo” um acontecimento sempre traduzido, singular, diferente, especial, raro e único.

Biografía del autor/a

Pedro Xavier Russo Bonetto, Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

Doutorando em Educação, Mestre em Educação.

Marcos Garcia Neira, Universidade de São Paulo

Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada

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Publicado

2019-02-07

Cómo citar

Bonetto, P. X. R., & Neira, M. G. (2019). A escrita-currículo da perspectiva cultural da Educação Física: por que os professores fazem o que fazem?. Educación, 44, e11/ 1–16. https://doi.org/10.5902/1984644433532

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