Cursinhos Populares enquanto ação afirmativa: potencialidades no acesso ao Ensino Superior

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644473567

Palavras-chave:

Ação Afirmativa, Cursinhos Populares, Política de acesso

Resumo

A história dos (des)caminhos da Educação Básica no Brasil acarretou exclusão da população pobre dos níveis mais elevados de ensino, e nesse cenário surgiram os Cursinhos Populares[1] como forma de ação afirmativa (AA), visando o acesso da população marginalizada à universidade. Neste artigo apresentamos parte dos resultados de um estudo de caso, e aqui objetivamos discutir se, e como um Cursinho Popular do interior de São Paulo (TRIU) contribui para o acesso de alunos ao Ensino Superior. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho interpretativo e crítico, e foi orientado a partir das concepções de Freire e Hooks. Os procedimentos adotados para a obtenção de dados foram: análise documental, aplicação de questionários e entrevista semiestruturada. Como ferramenta de análise foi utilizada a Análise de Conteúdo de Bardin (2004). Ao longo da pesquisa pudemos perceber que a pedagogia do afeto, a educação popular e o acolhimento praticados no TRIU são fundamentais para que exista um aprendizado efetivo dos conteúdos, e o consequente ingresso de seus estudantes nas Instituições de Ensino Superior (IES).

Biografia do Autor

Caroline Rocha Campagni, Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Mestra em Educação, na Linha de pesquisa Políticas, Gestão e o Sujeito contemporâneo, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Campus de Rio Claro (2022). Possui graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura e Bacharelado) também pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Campus de Rio Claro ( concluídos em 2018 e 2019, respectivamente), Atualmente é Professora de Ciências na cidade de Rio Claro. Foi membro do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - (2014 ? 2015). Desenvolveu pesquisas na Área da Educação Ambiental e BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Foi integrante do CEIS (2014 ? 2018) ? Centro de Estudos de Insetos Sociais, trabalhando com Educação Ambiental e conservação de abelhas nativas. Foi plantonista (2016-2019) e Professora Fund. II de Laboratório de Ciências no Colégio COC de Rio Claro (2017-2019). Membro da Direção (2018/2019) e Professora de Química (2017/2018) e Biologia (2019) do Cursinho Popular Oriente-se.

Débora Cristina Fonseca, São Paulo State University

Possui graduação em Licenciatura e Formação de Psicólogos pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1995), Mestrado e Doutorado em Psicologia (Psicologia Social) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Livre Docência em Psicologia Social e Educacional pela Unesp. Atualmente é professora Associada (Livre Docente) na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, atuando no Departamento de Educação /IB Rio Claro e no Programa de Pós em Educação e no Programa de Pós- Graduação em Educação -UFSCAR São Carlos ( no Eixo 2 - Educação em espaço de restrição e privação de liberdade - Linha Práticas Sociais e Processos educativos) Coordena o Grupo de Pesquisas GEPEPDH (Unesp), integra do JOVEDUC (Unesp) e o INCIDIR - laboratório Interinstitucional do IPUSP SP. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social e Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: Juventudes, Violências, Escola, Educação em Direitos Humanos, Medidas Socioeducativas (Jovens em privação e restrição de liberdade), formação de professores e agentes educativos. Esteve como professora visitante na Université Picardie Jules Verne - Amiens- França (Laboratório CAREF/2021).

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Publicado

2024-03-26

Como Citar

Campagni, C. R., & Fonseca, D. C. (2024). Cursinhos Populares enquanto ação afirmativa: potencialidades no acesso ao Ensino Superior. Educação, 49(1), e68/1–26. https://doi.org/10.5902/1984644473567