O engendramento do embate – polemologias e práticas na Escola Normal Catarinense (1911 – 1918)
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644467518Palavras-chave:
Reforma do ensino, Formação docente, História da educaçãoResumo
Este artigo tematiza as práticas encampadas por Horácio Nunes Pires e Orestes Guimarães no interior da Escola Normal Catarinense entre 1911 e 1918. Para tanto, tomou como fontes relatórios, legislação, imprensa e ofícios expedidos por um e outro e acessados no Arquivo Público de Santa Catarina, na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, na Hemeroteca Digital Catarinense e no Repositório da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Objetivou-se mapear as redes de sociabilidades (SIRINELLI, 1996) e de sociabilização burocrática (SCHWARTZ, 2011) desses sujeitos, situando os embates travados na ocasião da reforma da instituição como parte de disputas políticas que a extrapolaram. Como conclusões, destacou as filiações políticas de ambos os sujeitos e propôs uma interpretação das reformas do ensino como um caleidoscópio de práticas diversas. Ademais, considerou-as como parte de um jogo polemológico (CERTEAU, 2009) disputado e dependente de uma extensa rede de relações familiares e políticas.
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