O TRABALHADOR DO CAMPO E DA CIDADE NA LÓGICA DO CAPITAL AGROINDUSTRIAL: SANTA CATARINA E PARANÁ

Autores/as

  • Marilucia Ben UFSM - Universidade Federal de Santa Maria
  • Valdir Skrzypczak Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Francisco Beltrão
  • Marli Terezinha Szumilo Schlosser Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE- Campus de Marechal Cândido Rondon/PR
  • Carmen Rejane Flores Wizniewsky Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236499413663

Resumen

Esse trabalho é resultado de estudos coletivos de integrantes do Laboratório de Ensino de Geografia (LEG) em parceria com as Universidades – Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) e UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), orientado e debatido pelas docentes Marli Terezinha Szumilo Schlosser e Carmem Rejane Flores Wizniewsky- que visa entender as relações de qualificação/desqualificação através da Educação (in) formal, voltada para o capital/consumo com vistas ao agronegócio. Trata-se de dois trabalhos unidos pela correlação, sendo um voltado para a região Oeste de Santa Catarina e o outro para o Oeste do Paraná, que por ocasião, têm como base à dependência de grandes grupos econômicos agroindustriais, como a BRF (Brasil Foods) e Aurora em Chapecó (SC), Diplomata S/A Industrial e Comercial em Xaxim (SC), e Cooperativa Agroindustrial Lar em Medianeira (PR), essas empresas e cooperativas, dominam o setor de carnes de aves/suínos e seus derivados. Na relação dialética entre o campo/cidade/agroindústria, o trabalhador da cidade e do campo (integrado), vêm constantemente se qualificando/desqualificando para atender aos interesses da (re) produção do capital, impostas pelos complexos agroindustriais e também às exigências do mercado internacional. Ao mesmo tempo em que o trabalhador se qualifica/desqualifica, vive processos contraditórios e de confronto nas relações sociais de produção. Sendo assim o capital ao exigir maior escolarização do trabalhador, simplifica sua atividade, o torna flexível e polivalente, desenvolvendo a pedagogia das habilidades e competências, maximizando a extração da mais valia e submetendo-o ao ritmo da máquina e da produção. Compreender como as famílias integradas/associadas e também os trabalhadores da agroindústria são escolarizados para atender os interesses do capital agroindustrial da região Oeste catarinense e paranaense, é o objetivo geral do trabalho. A área de estudo compreende os municípios de Xaxim e Chapecó no Oeste de Santa Catarina e Medianeira no Oeste do Paraná, caracterizados pela forte presença agroindustrial, além do significativo setor de comércio e serviços, voltados em parte para atender as demandas das agroindústrias. O período pesquisado data entre 1960 a 2010, caracterizado por profundas transformações no campo e na cidade, resultado da reestruturação produtiva entre capital/trabalho.

 

Palavras-chave: trabalho; educação; precarização; cidade; campo; agroindústria.

 

 

DOI: 10.5902/2236499413663

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Biografía del autor/a

Marilucia Ben, UFSM - Universidade Federal de Santa Maria

Progrma de Pós-Graduação em Geografia e Geociência

Área de conhecimento: Produção Do Espaço E Dinâmicas Territoriais

Valdir Skrzypczak, Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Francisco Beltrão

Programa de Pós-Graduação em Geografia

Área de conhecimento - Educação e o Ensino de Geografia

 

Marli Terezinha Szumilo Schlosser, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE- Campus de Marechal Cândido Rondon/PR

Programa de Pós-Graduação em Geografia

Área de conhecimento - Educação e o Ensino de Geografia

Carmen Rejane Flores Wizniewsky, Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.

Progrma de Pós-Graduação em Geografia e Geociência

Área de conhecimento: Produção Do Espaço E Dinâmicas Territoriais

 

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Publicado

2014-12-05

Cómo citar

Ben, M., Skrzypczak, V., Schlosser, M. T. S., & Wizniewsky, C. R. F. (2014). O TRABALHADOR DO CAMPO E DA CIDADE NA LÓGICA DO CAPITAL AGROINDUSTRIAL: SANTA CATARINA E PARANÁ. Geografia Ensino & Pesquisa, 18(3), 37–54. https://doi.org/10.5902/2236499413663

Número

Sección

Produção do Espaço e Dinâmica Regional