Farmácia viva sócio(bio)diversa e solidária

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DOI :

https://doi.org/10.5902/2318179670449

Mots-clés :

Diversidade socioambiental, Economia solidária, Planta medicinal

Résumé

Objetivou-se examinar as relações das Farmácias Vivas (FV) de Fortaleza com a Economia Solidária (ES). A investigação parte do contexto geral (da planta medicinal à Política Pública de Plantas Medicinais e Fitoterápicos - PPMFCE) para o particular (FV), em que os conceitos e categorias de estudo emergem dessa aproximação sucessiva, tendo como critérios de análise as abordagens pedagógicas da PPMFCE e os atributos da ES. A trajetória da planta medicinal à PPMFCE sugere o reconhecimento das plantas medicinais e seus agentes sociais na atenção básica em saúde, em especial dos menos favorecidos e, simultaneamente, uma adesão à lógica capitalista demandada por empresas de fármacos e agrícolas. A Política incorporando uma abertura a um diálogo entre visões econômicas divergentes. O modo como essa interfase se expressa depreende-se de sua estrutura operativa e organizacional, a qual aponta a especialização produtiva, a difusão de tecnologia e a cadeia de produção como enfoques pedagógicos, os quais favorecem o desenvolvimento econômico pela troca capitalista. Simultaneamente, o estado utiliza mecanismos de fomento às FVs e de redistribuição do fitoterápico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que, combinados com as inovações das FVs, oportunizam relações de solidariedade. Tais inovações implicam na retroalimentação de conhecimentos e modos de vida históricos e se expressam numa visão ampliada de FV, onde a diversidade biológica e de produtos, de objetivos e de função social estão no cerne de suas práticas

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Guillermo Gamarra-Rojas, Universidade Federal do Ceará

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Alagoas (1985), mestrado em Ciências Agrárias pela Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia (1994) e doutorado em Botânica pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2002). Atua nas áreas de Agroecologia, Extensão Rural, Desenvolvimento e Políticas Públicas. Tem experiência em elaboração e coordenação de projetos de pesquisa e desenvolvimento, extensão e formação profissional nos níveis local, estadual e nacional e na cooperação internacional. Atualmente é professor adjunto da UFC. Leciona nos Cursos de Graduação das Ciências Agrárias (Agronomia, Economia Ecológica, Engenharia de Pesca e Zootecnia). Atua como orientador e co-orientador em Cursos de Pós-graduação: Mestrado Acadêmico em Economia Rural (MAER), Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA).

Joel Henrique Cardoso, Embrapa Agroindústria Tropical

Pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, Ceará. Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1997) e doutorado em Agroecologia, Sociologia e Desenvolvimento Rural pela Universidade de Córdoba, Espanha (2002). Sua área de atuação é a Sustentabilidade dos Sistemas Agroalimentares, podendo atuar em temas como policultivos, recuperação de áreas degradadas, empreendedorismo sustentável, canais curtos de comercialização, agricultura familiar, valorização dos produtos locais e turismo rural.

Leonardo Lopes Rufino, Escola Estadual de Educação Profissional Clemente Olintho Tavora Arruda

Professor da Escola Estadual de Educação Profissional Clemente Olintho Tavora Arruda, Baturité, Ceará. Possui graduação em Agronomia (2012) e Mestrado Acadêmico em Economia Rural (2015) pela Universidade Federal do Ceará – UFC. Atua nos seguintes temas: empreendedorismo, marketing, agricultura familiar, economia solidária, agroecologia e feiras agroecológicas

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Publiée

2025-05-30

Comment citer

Gamarra-Rojas, G., Cardoso, J. H. ., & Lopes Rufino, L. (2025). Farmácia viva sócio(bio)diversa e solidária. Extensão Rural, 32, e70449. https://doi.org/10.5902/2318179670449

Numéro

Rubrique

Saúde e Trabalho no Meio Rural

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