A formação de instrutores de Libras: a consolidação das políticas linguísticas na Amazônia Tocantina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X38279

Palavras-chave:

Políticas Linguísticas, Instrutores de Libras, Representações Sociais.

Resumo

O estudo apresenta registros e reflexões sobre as políticas linguísticas na Amazônia Tocantina no tange à formação de instrutores de Libras. As políticas linguísticas apresentam raízes nas políticas públicas e ao pensar nelas no campo da surdez enfatiza-se a importância de um espaço e uma educação bilíngue para Surdos e profissionais capacitados em Libras – instrutores e intérpretes. Por tratar desse objeto, o Grupo de Estudos Surdos na Amazônia Tocantina (GESAT), propôs em 2017 a formação de instrutores de Libras com o intuito de formar profissionais para o ensino de Libras nas escolas do Campo e reafirmar as políticas linguísticas no campo das diferenças. O objetivo deste estudo é analisar as contribuições do curso na formação e capacitação deste profissional e de maneira específica problematizar a atuação dos instrutores de Libras Surdos enquanto modelo linguístico e identitário. Realizou-se uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa com ênfase na Teoria das Representações Sociais de característica processual de Moscovici (2009). Os entrevistados foram quatro Surdos egressos da formação. Nos resultados observou-se que os entrevistados marcaram sua atuação como: consolidação das políticas públicas e linguísticas na área da Libras e como modelo identitário para o ensino de Surdos pautado no reconhecimento da diferença como alteridade e no bilinguismo.

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Biografia do Autor

Waldma Maira Menezes de Oliveira, Universidade Federal do Pará- UFPA

Waldma Maíra Menezes de Oliveira é doutoranda em Educação pela Universidade do Estado do Pará (PPGED/UEPA). Possui Mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Pará (2015), Especialização em Língua Brasileira de Sinais pela Faculdade Montenegro (2012) e Licenciatura em Pedagogia pela Universidade do Estado do Pará (2011). Apresenta formação complementar em Técnicas de interpretação em Libras pela Associação de tradutores e Intérpretes do Pará (ASTILP) e certificação de instrutora de Libras pelo PROLIBRAS/MEC (2010). Pesquisadora do Núcleo de Educação Popular (NEP) da UEPA, vinculada a linha Educação Inclusiva e Diversidade, e colaboradora do Observatório Nacional de Educação Especial (ONEESP) coordenado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Atualmente é professora de Libras na Universidade Federal do Pará no Campus Universitário do Baixo Tocantins/ Cametá, Coordena o Grupo de Estudos Surdos na Amazônia Tocantina - GESAT, o Coral de Libras- Mãos que Falam da UFPA/CAMETÁ, a Pós -graduação Lato Sensu em Educação Inclusiva no Campo e a Divisão de Inclusão Educacional - DIE. Atua na área da Educação, Educação Inclusiva, com ênfase na Surdez. Em seu currículo Lattes os termos mais frequentes na contextualização da produção cientifica, tecnológica e artístico- cultural são: Educação,Representações Sociais, Educação de Jovens e Adultos. educação inclusiva,educação de surdos, Língua Brasileira de Sinais, bilinguismo, Interprete de Libras, Adaptações Metodológicas e Curriculares.

Ivanilde Apoluceno de Oliveira, Universidade do Estado do Pará - UEPA

Ivanilde Apoluceno de Oliveira realizou pós-doutoramento em educação na Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro em junho de 2010. Concluiu o doutorado em Educação (Currículo) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 2002. Realizou, em 2001, doutorado sanduiche na UNAM e UAM-Iztapalapa no México, com estudos sobre ética com o filósofo Enrique Dussel. Realizou mestrado em Educação Popular na UFPB. É graduada em Filosofia pela UFPA. Atualmente é Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação e professora titular da Universidade do Estado do Pará. É membro da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação. Coordena o Núcleo de Educação Popular Paulo Freire da UEPA. Coordena o Programa de Pós-Graduação em Educação da UEPA. É editora da Revista Cocar. Coordena a Cátedra Paulo Freire da Amazônia. Coordena a Rede de Educação Inclusiva da Amazônia. É bolsista produtividade do CNPq Nível 2. É Pesquisadora do Observatório Nacional de Educação Especial, da Rede Freireana de Pesquisadores, da Rede Luso-brasileira de Alfabetização de Jovens e Adultos e da Rede Interculturalidade e Movimentos Sociais - Rede Mover. Exerceu a coordenação do Forpred Norte de 2016 a 2018. Exerceu a vice-coordenação do Forpred Norte de outubro de 2015 a outubro de 2016. Exerceu a coordenação do FEPAE no período de outubro de 2014 a outubro de 2015. Exerceu a coordenação do Fórum de Editores de Periódicos em Educação do Norte e Nordeste no período de 2012 a 2013. Exerceu a vice-coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação da UEPA de 2010 a março de 2012.. Exerceu a coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação da UEPA (2003-2007), a Vice-coordenação do Fórum de Coordenadores dos Programas de Pós-Graduação em Educação das Regiões Norte e Nordeste (2005-2007), a direção do Centro de Ciências Sociais e Educação da Universidade do Estado do Pará (1996-1998), a vice-direção do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Pará (1990-1991) e a coordenação do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Pará (1988-1990). Atua na área de Educação, com ênfase em Filosofia da Educação, Educação Popular e Educação Inclusiva, envolvendo ações educacionais com infância, crianças e com jovens e adultos. Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: educação, educação especial, educação de jovens e adultos, inclusão, educação popular, filosofia, Filosofia da Educação e ética.

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Publicado

2019-10-22

Como Citar

Oliveira, W. M. M. de, & Oliveira, I. A. de. (2019). A formação de instrutores de Libras: a consolidação das políticas linguísticas na Amazônia Tocantina. Revista Educação Especial, 32, e97/ 1–25. https://doi.org/10.5902/1984686X38279

Edição

Seção

Dossiê – Direitos Linguísticos dos Surdos: concepções e práticas inclusivas

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