A criança com autismo na brinquedoteca: percursos de interação e linguagem
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X29281Parole chiave:
Autismo, Interação, Linguagem.Abstract
Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados de análises de um estudo de caso sobre modos de interação estabelecidos entre uma criança com autismo e os adultos em uma brinquedoteca. Apoia-se nos estudos de Lev Semenovitch Vigotski e Mikhail Bakhtin, que abordam o papel da linguagem na constituição da consciência e enfocam os processos de significação que subjazem aos processos interativos. Os dados foram registrados por meio de filmagem, gravação em áudio e anotações em diário de campo em uma brinquedoteca universitária, que atendia crianças com e sem deficiência, contando para isso com a participação de graduandos do curso de Educação Física, docentes da universidade e uma psicóloga. As análises foram desenvolvidas de forma a compreender os processos interativos estabelecidos entre um menino com autismo de dois anos e oito meses, que não apresenta uma linguagem articulada, e dois adultos. As análises indicaram que a criança interage com adultos, utilizando recursos não verbais, os quais são significados por eles, o que permite manter a interação e enriquecer as possibilidades de interlocução. O estudo conclui que, mesmo não tendo uma fala articulada, essa criança se constitui como um sujeito em condições de se posicionar de forma ativa e responsiva nos processos interativos estabelecidos com os adultos. Nesse processo, o papel do adulto é fundamental de forma a criar condições favoráveis à participação da criança no jogo dialógico.Downloads
Riferimenti bibliografici
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986. 196 p.
______. Estética da criação verbal. São Paulo. Martins Fontes, 1992. 419 p.
BARROS, I. B. R. Autismo e linguagem: discussões à luz da teoria da enunciação. Distúrbios da comunicação. São Paulo, v. 23, n. 2, p. 227-232, 2011. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article/view/8284/6161>. Acesso em 3 mar. 2016.
BENVENISTE, E. Problemas de linguística geral. São Paulo: Companhia Editora Nacional, Editora da Universidade de São Paulo, 1976. 386 p.
BOSA, C. Autismo: atuais interpretações para antigas observações. In: C. R.; BOSA, C. (Org.) Autismo e educação: reflexões e propostas de intervenção. Porto Alegre: Artmed, p. 21-39, 2002.
BRASIL. Lei nº 13.146 de 6 de junho de 2015, institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília. 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 1 mar. 2016.
______. Ministério da Educação e Cultura/Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva, Brasília, 2008. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf>. Último Acesso em: 2 mar. 2016.
______. Ministério da Educação e Cultura/Secretaria de Educação Básica. Política Nacional de Educação Infantil: pelos direitos das crianças de zero a seis anos à Educação. Brasília, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pol_inf_eduinf.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2016.
BRIDI, F. R. S.; FORTES, C. C.; BRIDI FILHO, C. A. Educação e autismo: as sutilezas e as possibilidades do processo inclusivo. In: ROTH, B. W. (Org.) Experiências educacionais inclusivas: Programa de educação inclusiva: direito à diversidade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/experiencias%20inclusivas.pdf.>. Acesso em 29 mar. 2014.
LEMOS, E. L. M. D.; SALOMÃO, N. M. R.; AGRIPINO-RAMOS, C. S. Inclusão de crianças autistas: um estudo sobre interações sociais no contexto escolar. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 20, n. 1, p. 117-130, jan./mar., 2014.
PINO, A. S. A psicologia concreta de Vigotski: implicações para a educação. In: PLACO, V. M. N. S. (Org.) Psicologia e educação: revendo contribuições. São Paulo: Educ, 2000.
SANTOS, E. C. Entre letras e linhas de Rafael: estudo sobre a escolarização de uma criança com autismo no ensino comum. 2012. 191f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2012.
SANTOS, M. A.; SANTOS, M. F. S. Representações sociais de professores sobre o autismo infantil. Psicologia & Sociedade, v. 23, n. 3, p. 364-372, 2012.
SIEGEL, B. O mundo da criança com autismo: compreender e tratar perturbações do espectro do autismo. Porto: Porto Editora, 2008. 432 p.
VASQUES, C. Uma leitura em diagonal: as relações entre o diagnóstico e a inclusão escolar de sujeitos com autismo e psicose infantil. Contrapontos, v. 9, n. 1, p. 30-42, jan./abr., 2009.
VASQUES, C. Alice na biblioteca mágica: uma leitura sobre o diagnóstico e a escolarização de crianças com autismo e psicose infantil. 2008. 195 f. Tese (Doutorado) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
VIGOTSKI, L. S. “Manuscrito de 1929”. Educação e Sociedade, Revista Quadrimestral de Ciência da Educação/Centro de Estudos Educação e Sociedade, Cedes, n. 71, p. 21-44, 2000.
______. Fundamentos de defectologia. Obras Completas. Habana: Pueblo y Educación, 1997, v. 5. 336 p.
VYGOTSKI, L. S. Obras Escogidas: Problemas del desarrollo de la psique. Madri: Visor, 1983, v. 3. 383 p.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. Lisboa: Antídoto, 1979. 209 p.
##submission.downloads##
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaramos o artigo a ser submetido para avaliação na Revista Educação Especial (UFSM) é original e inédito, assim como não foi enviado para qualquer outra publicação, como um todo ou uma fração.
Também reconhecemos que a submissão dos originais à Revista Educação Especial (UFSM) implica na transferência de direitos autorais para publicação digital na revista. Em caso de incumprimento, o infrator receberá sanções e penalidades previstas pela Lei Brasileira de Proteção de Direitos Autorais (n. 9610, de 19/02/98).