Sofrimento Psíquico e Educação: pistas sobre patologização e resistências em trajetórias de estudantes universitárias
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X89090Palavras-chave:
Estudantes, Sofrimento Psíquico, Patologização, ResistênciaResumo
Este artigo objetivou visibilizar narrativas de histórias de vida de estudantes em sofrimento psíquico no Ensino Superior. Por meio de entrevistas semiestruturadas, foram analisados os lugares sujeito e de assujeitamento que duas estudantes de licenciatura têm ocupado nos seus respectivos percursos formativos. Além de compreender como a universidade tem construído dispositivos pedagógicos na relação com pessoas em sofrimento psíquico; também foi possível conhecer as estratégias de resistência criadas pelas estudantes a esses dispositivos. Por ser uma questão que ocupa um lugar marginalizado na sociedade, problematizar o sofrimento psíquico na educação é decisivo para se produzir visibilidade às múltiplas formas de aprender, sentir, se manifestar e construir relação com o mundo dos sujeitos frequentem o Ensino Superior. A produção de respostas ético-políticas e pedagógicas sistemáticas que assegurem o direito à saúde mental, à singularidade e à aprendizagem dessa população depende, fundamentalmente, da integração entre as políticas educacionais e de assistência integral.
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