Enfoque CTS no ensino de Química para estudantes surdos com vistas à proposição de sinais-termo em Libras para conceitos químicos: uma revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X86772

Palavras-chave:

Libras, Ensino de Química, Enfoque CTS

Resumo

O estudo realiza uma revisão sistemática de literatura em teses e dissertações brasileiras quanto ao uso do enfoque CTS para a compreensão de conceitos em aulas de Química e possível proposição de sinais-termo em língua brasileira de sinais (LIBRAS). No arcabouço teórico, alicerçou-nos autores que centralizam o enfoque CTS como abordagem produtiva para o ensino de Química, em interface com considerações que versam sobre inclusão de pessoas surdas nas práticas pedagógicas sobre inclusão. Metodologicamente, o estudo balizou-se em Sampaio e Mancini (2017) quanto à revisão sistemática. Os achados da revisão identificaram cinco pesquisas, entre estudos de Mestrado e Doutorado, que servem à análise, a qual se pautou em duas questões norteadoras. A revisão sistemática de literatura permitiu perceber que, nas produções brasileiras dos últimos anos quanto ao ensino de Química para surdos, que as pesquisas produzidas sobre a utilização do enfoque CTS no ensino de Química para surdos ainda são incipientes, o que deixa espaço aberto para estudos que localizem centralidade nessa direção. Os resultados revelam que cada pesquisa oferece novos sinais-termo para os conceitos trabalhados, não apresentando um padrão metalinguístico para a comunidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas Maia Dantas, Universidade Federal de Pelotas

Mestre em Educação em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da vida e saúde (PPGEC) pela Universidade Federal do Rio Grande. Graduado em Licenciatura em Química pela Universidade Federal do Pampa (2019). Atualmente é integrante do grupo de pesquisa Núcleo de Estudos de Inclusão (NEI) e Informática na Educação (Infoeduc). Foi bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e iniciação ciêntífica (UNIPAMPA). Possui experiência na área de Química com ênfase em produção de recursos adaptados para o ensino de Química para alunos com deficiência.

Marcus Eduardo Maciel Ribeiro, Instituto Federal Sul-rio-grandense

Doutor em Educação em Ciências e Matemática, graduado em Ciências e em Química (Bacharelado e Licenciatura), todas pela PUCRS. É presidente da Sociedade Brasileira de Ensino de Química - SBEnQ. Atualmente é professor de Química e Diretor Geral do câmpus Novo Hamburgo do Instituto Federal Sul-rio-grandense - IFSul. Professor permanente no Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) na UFPel e no Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências (PPGECi) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nos quais orienta estudantes de mestrado e doutorado. Coordenou os 35 e 38 EDEQ - Encontro de Debates sobre o Ensino de Química (2015 e 2018) e 17 Simpósio Brasileiro de Educação Química (2019). Atua no Ensino de Química desde 1987, no Ensino Médio. Avaliador das coleções de Química e Ciências em edições no PNLD e editor adjunto das revistas Thema, Actio - Docência em Ciências e Revista da Sociedade Brasileira de Ensino de Química (ReSBEnQ). Foi membro do Conselho Editorial da Editora IFSul entre 2018 e 2022. Pesquisa nas linhas do Ensino pela Pesquisa, Pibid, políticas públicas de Educação, Análise Textual Discursiva e Formação de Professores por meio de Comunidades de Prática. Desenvolve projetos de pesquisa na formação de professores e ensino de Ciências e Química. É líder do grupo de pesquisa "Formação de professores na perspectiva da construção de currículo democrático na área das Ciências da Natureza", registrado junto ao CNPq.

Amélia Rota Borges de Bastos, Universidade Federal do Pampa

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Católica de Pelotas (2001); Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Pelotas (2003);Doutorado em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2009), com complementação de estágio de Doutorado Sanduíche pela Universidade do Porto - PT; Pós Doutorado em Educação pela Universidade Federal de Pelotas. É professora Associada da Universidade Federal do Pampa, onde ministra os componentes curriculares de Educação Inclusiva, Produção de Recursos Acessíveis e Psicologia da Educação nos cursos de graduação e no Mestrado Profissional em Ensino de Ciências. E o título mais importante: Mãe do João (João Francisco) e da Lelê (Helena).

Francisco Rogiellyson da Silva Andrade, Universidade Estadual do Ceará

Mestre e Doutor em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará, Graduado em Letras: Língua Portuguesa e respectivas Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Ceará, Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira pela Universidade Cândido Mendes e Especialista em Linguística Aplicada e Ensino de Línguas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Atua como professor efetivo da Rede Municipal de Ensino de Fortaleza (SME) e da Rede Estadual de Ensino do Ceará (SEDUC) na área de Língua Portuguesa. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase nos estudos de Linguística Aplicada ao ensino de línguas e à formação de professores de língua materna e estrangeira. 

Referências

AULER, Décio; BAZZO, Walter Antonio. Reflexões para a implementação do movimento CTS no contexto educacional brasileiro. Ciência & Educação, Bauru-SP, v. 7, n. 1, p. 1-13, 2001.

AMOS LC; SÁ LP. A Alfabetização Científica na Educação de Jovens e Adultos em Atividades Baseadas no Programa “Mão na Massa”. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v.15, n. 02, p. 123-140, 2013.

BARRAL, J; PINTO-SILVA, F.E.; RUMJANEK, V.M. Comunicando Ciência com as Mãos: O Acesso difícil dos surdos ao saber científico. Ciência Hoje, v. 50, p. 26-31, 2012.

BRASIL, Senado Federal. Constituição da república federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

BRASIL, BRASÍLIA. Decreto Nº 5626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a lei nº10, v. 436, 2005.

BRASIL, Lei de Diretrizes. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais-Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União, 2002.

BRASIL, Lei. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, 1996.

CARVALHO, Vinícius da Silva. Investigando os processos de emersão e modificação desinais, durante a apropriação da sinalização científica por surdos ao abordar os saberes químicos matéria e energia. 2017. 166 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2017.

DANTAS, Lucas Maia et al. Análise das produções científicas acerca de recursos pedagógicos acessíveis da tabela periódica utilizados no processo de ensino e aprendizagem de alunos surdos. Revista Educação Especial, v. 33, p. 56-1-28, 2020.

DANTAS, Lucas Maia. Mapeamento de Sinais-Termo em LIBRAS Para Elementos e Conceitos Químicos Presentes na Tabela Periódica. 2021. 86F. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, Universidade Federal do Rio Grande – RS, 2021.

DE SÁ, O. M.; CRUZ, S.; PINHEIRO, V. S. Visualidade, Língua de Sinais e Conhecimento Prévio. Revista Communitas, v. 4, n. 7, p. 312-326, 2020.

FERNANDES, J. M. A semiótica no processo de ensino e aprendizagem de Química para surdos: Um estudo na perspectiva da multimodalidade. 2019. 290 f. 2019. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Química – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora.

FERREIRA, W. M.; NASCIMENTO, S. P. F.; PITANGA, A. F. Dez Anos da Lei da Libras: Um Conspecto dos Estudos Publicados nos Últimos 10 Anos nos Anais das Reuniões da Sociedade Brasileira de Química. Química Nova na Escola, v. 36, n. 3, p.185-193, 2014.

GARCIA, M. I. G; CEREZO, J. A. L; LOPEZ, J. L. L. Ciencia, tecnologia y sociedad: uma introducción al estúdio social de La ciencia y La tecnologia. Madrid: Tecnos, 1996.

KITCHENHAM, Barbara. Procedures for performing systematic reviews. Tech. Report TR/SE-0401 Keele, UK, Keele University, v. 33, p. 1-26, 2004.

LACERDA, C. B. F. & POLETTI, J. E. A escola inclusiva para surdos: a situação singular do intérprete de língua de sinais. In: Fávero, O; Ferreira, W.; Ireland, T. & Barreiros, D. (Orgs.) Tornar a educação inclusiva. Brasília: Unesco/ANPED, v. 1. 2009, p. 159-176.

LÓPEZ CEREZO, J. A. Ciencia, Tecnología y Sociedad: el estado de la cuestión en Europa y Estados Unidos. Revista Iberoamericana de Educación, v. 18, p. 41–68, 1998.

MARTINS, V. R. de O.; NASCIMENTO, G. S. X. Atuação do intérprete educacional e o aprender surdo: análise da posição-mestre na relação educativa em sala de aula inclusiva. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 36, n. 78, p. 1715–1744, 2023.

MARTÍNEZ ÁLVAREZ, F. El Movimiento de Estudios Ciencia-Tecnología-Sociedad: su origen y tradiciones fundamentales. Humanidades Médicas, v. 4, n. 1, p. 0–0, 2004.

MARTINS, Francielle Cantarelli; STUMPF, Marianne Rossi; MARTINS, Antonielle Cantarelli. Reflexões sobre componentes e organização de entradas de obras lexicográficas e terminológicas da Libras. Revista Espaço, n. 49, 2018.

MEMBIELA, P. Una Revisión del Movimiento Educativo Ciencia-Tecnología-Sociedad. Enseñanza de las Ciencias, Investigación y Experiencias Didácticas, v. 15, n. 1, p. 51–57, 1997.

PALÁCIOS, E. M. G; LINSINGEN, I. V; GALBARTE, J. C. G; CEREZO, J. A. L; LUJÁN, J.L; PEREIRA, L. T. V; GORDILLO, M. M; OSORIO, C; VALDÉS, C; BAZZO, W. A. Introdução aos estudos CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Cadernos Ibero-America, 2003. 170p.

PIMENTEL NETO, A. H.; ARAUJO, E. R.; LEIPNITZ, L. Análise Lexical da Terminologia Química em Libras: Proposta de Organização de um Glossário Baseado em Corpora. In: ENCULT - Encontro Nacional Cultura e Tradução, 2017, João Pessoa. Cultura & Tradução, 2017. v. 5. p. 266-280.

PINHEIRO, Nilcéia Aparecida Maciel; SILVEIRA, Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto; BAZZO, Walter Antonio. Ciência, tecnologia e sociedade: a relevância do enfoque CTS para o contexto do ensino médio. Ciência & Educação, Bauru-SP, v. 13, n. 1, p. 71-84, 2007.

PONTARA, AmandaBobbio. Desenvolvimento de sinais em Libras para o ensino de Química Orgânica: um estudo de caso de uma escola de Linhares/ES. 2017. 263 f. Dissertação (Mestrado) -Programa de Pós-Graduação em Ensino na Educação Básica, Universidade Federal do Espírito Santos, São Mateus, 2017.

QUINTERO CANO, C. A. Enfoque Ciencia, Tecnología y Sociedad (CTS): perspectivas educativas para Colombia. Zona Próxima, n. 12, p. 222–239, 2010.

REIS, Esilene dos Santos. O ensino de Química para alunos surdos: desafios e práticas dos professores e intérpretes no processo de ensino e aprendizagem de conceitos químicos traduzidos para Libras. 2015. 135 f. Dissertação (Mestrado) -Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015.

SALDANHA, Joana Correia. O ensino de Química em Língua Brasileira de Sinais. 2011. 160 f. Dissertação (Mestrado) - Pós-Graduação em Ensino das Ciências, Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy, Fortaleza, 2011.

SANTOS, W. L. P. dos. Educação científica na perspectiva de letramento como prática social: funções, princípios e desafios. Revista Brasileira de Educação, v. 12, n. 36, p. 474–550, 2007.

SANTOS, W. L. P; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem C-T-S (Ciência – Tecnologia – Sociedade) no contexto da educação brasileira. Revista Ensaio, v.2, n. 2, 2002.

SANTOS, Rayan Soares dos. Quimlibras: Objeto Virtual de Aprendizagem (OVA) como instrumento de articulação entre a Química e a Libras/EliS. 2018. 112 f. Dissertação (Mestrado) -Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, 2018.

SANTOS, Patricia Tuxi. A terminologia na língua de sinais brasileira: proposta de organização e de registro de termos técnicos e administrativos do meio acadêmico em glossário bilíngue. Tese (Doutorado) Programa de Pós-Graduação 75 em Linguística do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Universidade de Brasília – UnB. p. 232. 2017.

SOUZA, S.; SILVEIRA, H. Terminologias Químicas em Libras: a utilização de sinais na aprendizagem de alunos surdos. In: Química Nova Escola. v. 33. n.1. Fevereiro, 2011.

WINAGRASKI, Erika. O Ensino de Ciências para Surdos: criação e divulgação de Sinais em Libras. 2017. Tese (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde. Instituto Oswaldo Cruz - Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro-RJ, 2017.

ZABALA, Antoni; ARNAU, Laia. La enseñanza de las competencias. Aula de innovación educativa, v. 161, p. 40-46, 2007.

Downloads

Publicado

2024-05-20

Como Citar

Dantas, L. M., Ribeiro, M. E. M., Bastos, A. R. B. de, & Andrade, F. R. da S. (2024). Enfoque CTS no ensino de Química para estudantes surdos com vistas à proposição de sinais-termo em Libras para conceitos químicos: uma revisão sistemática. Revista Educação Especial, 37(1), e15/1–31. https://doi.org/10.5902/1984686X86772

Edição

Seção

Revisão de literatura/Estudo teórico