Cinderela surda: aspectos políticos-identitários na literatura surda como obras de (re)existência
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X65961Palavras-chave:
Literatura Surda, Cultura Surda, (Re)existência.Resumo
Este artigo pretende mostrar as relações entre os recursos envolvidos na adaptação da obra ‘Cinderela Surda’, situando a escrita de sinais SignWriting e os elementos da cultura e Literatura Surda. Portanto, a partir de um estudo bibliográfico, o objetivo é analisar o livro Cinderela Surda, entendendo-o como parte da Literatura Surda e historicamente situado em um contexto de produção cultural típico de um grupo linguístico minoritário. De acordo com Bakhtin (2017), a literatura não está deslocada da cultura, devemos nos ater não apenas a obra, mas também, buscar compreender seus processos históricos basilares. A Literatura Surda, que começou a se desenvolver nos anos 2000, tem ajudado crianças surdas a se reconhecerem em sua diferença, bem como diminuído os preconceitos e estigmas, popularizando a Libras e favorecendo o reconhecimento e a luta por direitos das comunidades surdas no Brasil. Conforme explica Karnopp (2010), a popularização de obras e demais manifestações artísticas do povo surdo, pode ser uma consequência dos movimentos surdos, organizados em instituições e associações desde os anos 1990. Esses movimentos defenderam as línguas de sinais e a expressão cultural das comunidades surdas no país, culminando na publicação da Lei 10.436 de 2002, como língua de comunicação e instrução para as pessoas surdas. Obras como Cinderela Surda podem auxiliar na disseminação de conhecimentos acerca de aspectos importantes para a comunidade surda como a Libras e a cultura surda, promovendo identificação entre crianças surdas e os personagens principais das histórias, bem como auxiliar na diminuição do preconceito e exclusão, tão presentes nas trajetórias dos surdos em nosso país.Downloads
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