A sombra da discriminação e as barreiras de gênero no cotidiano de mulheres com deficiência na universidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X38311

Palavras-chave:

Deficiência, Gênero, Educação Superior

Resumo

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de mestrado sobre a experiência de uma estudante surda matriculada em uma universidade pública brasileira. A interface deficiência e gênero, na educação superior, é inexplorada na literatura acadêmica, por isso as barreiras contra as mulheres com deficiência na universidade ainda estão encobertas. Deste modo, é necessário dar visibilidade ao tema para pôr em prática, de modo interseccional, o sentido da igualdade de oportunidade. Os dados coletados, neste estudo, são resultados do uso de entrevista semiestruturada e da técnica de sombreamento que, aos quais permitiram a imersão da investigadora no cotidiano universitário da jovem participante. Os principais achados demonstram que as mulheres com deficiência encontram diferentes obstáculos para ingressar e permanecer no curso superior. Esses obstáculos não se restringem ao espaço acadêmico, pois iniciam na própria história de vida dessas mulheres. Chama atenção o fato de que a ideia coletiva de superação da deficiência acaba tornando-se uma armadilha que coloca o êxito ou o fracasso acadêmico no plano individual e, por isso, camufla a responsabilidade que a instituição deve assumir com relação às mudanças para a acessibilidade e equidade de gênero.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jackeline Susann Souza da Silva, Universidade de Salamanca, Salamanca, Espanha.

Doutora pela Universidade de Salamanca, Salamanca, Espanha.

 

Referências

ALONSO, Alba. A introdução da interseccionalidade em Portugal: Repensar as políticas de igualdade(s), Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, n. 90, p. 25-43, 2010.

BRASIL. Constituição Brasileira de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 20 de mai. de 2019.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 20 de maio de 2019.

BRASIL. IBGE. Censo nacional de 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/. Acesso em: 17 abr. 2018.

BRASIL. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm. Acesso em: 11 jun. 2020.

CRUZ, Maria Helena Santana. Mapeando diferenças de gênero no ensino superior da Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão: Editora UFS, 2012.

CUNHA, Luiz Antônio. A Universidade Temporã: O Ensino Superior da Colônia à Era Vargas. 3° Ed. Editora. São Paulo: Unesp, 2007.

DANTAS, Taisa Caldas. SILVA, Jackeline Susann Souza da. CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de. Entrelace entre Gênero, Sexualidade e Deficiência: Uma História Feminina de Ruptura e Empoderamento. Revista Brasileira de Educação Especial, SP, vol. 20, n.4, pp.555-568, dez. 2014.

GESSER, Marivete. Gênero, corpo e sexualidade: processos de significação e suas implicações na constituição de mulheres com deficiência física. Tese (Doutorado em Psicologia), Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil: 2010.

GOMES, Alfredo Marcedo; MORAES, Karine Numes. Educação Superior no Brasil Contemporâneo: Transição para um Sistema de Massa. Revista Educação e Sociedade, Campinas, vol. 33, n. 118, p. 171-190, 2012.

GOODLEY, Dan. et. al. Disability Studies: An interdisciplinar introduction. 2° edition. Los Angeles: SAGE Publications, 2017.

JAGGAR, Alisson; BORDO, Susan. Gênero, corpo e conhecimento. 1 ed. Rio de Janeiro: Record Rosa dos Tempos, 1997.

NUNES, Edson Oliveira. Educação Superior no Brasil: estudos, debates, controvérsias. Rio de Janeiro: Garamond, 2012.

ONU. Alguns Factos e Números sobre as Pessoas com Deficiência de 2000. Disponível em: http://www.unric.org/pt/pessoas-com-deficiencia/5459. Acesso em: 22 abr. 2015.

ONU. Objetivos para o Desenvolvimento sustentável: Agenda 2015-2030. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/. Acesso em: 15 de mai. de 2019.

ONU. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 2006. Disponível em: http://www.assinoinclusao.org.br/downloads/convencao.pdf. Acesso em 11 jun. 2020.

OMS. Informe Mundial sobre la Discapacidad de 2011. Disponível em: http://www.who.int/disabilities/world_report/2011/es/. Acesso em: 05 dez. 2017.

QUEIROZ, Mascarenhas; SANTOS, Jocélio Teles. Vestibular com cotas: uma análise em uma instituição pública federal. Revista da USP, São Paulo, vol. 1, p. 58-75, 2006.

SILVA, Jackeline Susann Souza da. Acessibilidade, barreiras e superação: estudo de caso de experiências de estudantes com deficiência na educação superior. Dissertação (mestrado em educação) Universidade Federal da Paraíba, Brasil: 2014.

SILVA, Jackeline Susann Souza da. Indicadores de accesibilidad para la educación superior desde la perspectiva de la equidad de género. Tese (Doutorado em Educação). Universidad de Salamanca, Espanha: 2019.

SILVA, Jackeline Susann Souza, FERREIRA, Windyz Brazão. Sombreando a Pessoa com Deficiência: Aplicabilidade da Técnica de Sombreamento na Coleta de Dados em Pesquisa Qualitativa. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 23, n.2, p. 185-200, 2017.

SOUTO, Ana Paula Brandão. Política pública do deficiente visual nas instituições de ensino superior. Dissertação (Mestrado em educação). Universidade Estadual do Ceará. Ceará, Brasil, 2014.

VIGENTIM, Uilian Donizeti. Tecnologia Assistiva: analisando espaços de acessibilidade às pessoas com deficiência visual em universidades públicas. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Brasil: 2014.

YOUNG, Stella. Eu não sou sua inspiração: Muito obrigada! De 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=If7RuIyWcfk Acesso em 16 de fev. 2019.

Downloads

Publicado

2020-10-26

Como Citar

Silva, J. S. S. da. (2020). A sombra da discriminação e as barreiras de gênero no cotidiano de mulheres com deficiência na universidade. Revista Educação Especial, 33, e46/ 1–24. https://doi.org/10.5902/1984686X38311