<i>Trema micrantha</i> (L.) Blume. EM PLANTAÇÕES PARA RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA: DESENVOLVIMENTO INICIAL NA FLORESTA SUBTROPICAL BRASILEIRA

Autores

  • Oiliam Carlos Stolarski
  • Mauricio Romero Gorenstein
  • Marcos Lubke
  • Lucas Lubke
  • Paula Helena Pereira O’Connor
  • Fernando Campanhã Bechara

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509833351

Palavras-chave:

silvicultura tropical, crescimento inicial, reflorestamento, espécies pioneiras.

Resumo

O conhecimento da silvicultura de espécies nativas em determinada região é fundamental para a escolha de espécies mais adequadas à utilização em plantios de restauração ecológica. Trema micrantha (Cannabaceae), espécie pioneira de ampla distribuição geográfica, sombreadora e atrativa de avifauna, é intensivamente plantada em projetos de restauração da Mata Atlântica na região sudeste brasileira. A fim de se obter informações referentes à atuação desta espécie em florestas subtropicais sujeitas às geadas anuais, analisou-se o seu crescimento inicial na região sudoeste do estado do Paraná, sul do Brasil. Em um plantio realizado com 70 espécies arbóreas nativas sob espaçamento 3 x 2 m em quatro parcelas de 40 x 54 m, coletaram-se dados semestrais de 72 indivíduos de Trema micrantha. Os dados foram analisados estatisticamente utilizando o software Assistat-beta, submetido ao teste de Tukey (p<0.05) e descritos graficamente através do software R. Trema micrantha apresentou excelente desempenho aos 3,5 anos de idade com diâmetro de colo (12,01±5,24 cm), altura total (5,95±1,44 m), área de projeção de copa (22,56 ±11,26 m²) e volume de copa (61,34 ± 37,46 m³), suportando severas geadas anuais com sobrevivência de 78%. Baseando-se nos resultados obtidos e considerando que se trata de uma espécie de ampla distribuição natural, seu uso extensivo é também recomendado em projetos de restauração florestal em regiões subtropicais do Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVARES, A. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 22, n. 6, p. 711-728, jan. 2014.

ANDREANI, D. V. D. M. et al. Aves como potenciais dispersoras de Trema micrantha (L.) Blume (Cannabaceae) em um fragmento florestal no estado de Mato Grosso. Atualidades Ornitológicas, Ivaiporã, n. 180, p. 33-37, jul./ago. 2014.

ALVARENGA, A. P. et al. Sobrevivência e crescimento inicial de espécies arbóreas nativas na restauração de nascentes no Sul de Minas Gerais. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 13, n. 23, p. 1239-1250, jun. 2016.

CARAMORI, P. H. et al. Climatic risk zoning for coffee (Coffea arabica L.) in Paraná state, Brazil. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Passo Fundo, v. 9, n. 3, p. 486-494, 2001.

CARVALHO, P. E. R. Comparação de espécies nativas, em plantio em linhas em capoeira, na região de IRATI-PR – resultados aos sete anos. Boletim de Pesquisa Florestal, Curitiba, n. 5, p. 53-68, dez. 1982.

CARVALHO, P. E. R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Colombo: Embrapa; CNPF; SPI, 1994. 640 p.

CHAGAS, R. K. et al. Crescimento diametral de espécies arbóreas em Floresta Estacional Semidecidual ao longo de seis anos. In: DURIGAN, G.; VILAS-BOAS, O. Pesquisas em conservação e recuperação ambiental no oeste paulista. São Paulo: Páginas e Letras, 2004. p. 265-290.

CHAZDON, R. L. Tropical forest recovery: legacies of human impact and natural disturbances. Perspectives in Plant Ecology, Evolution and Systematics, Zurich, v. 6, p. 51-71, mar. 2003.

COSTA, E. A.; FINGER, C. A. G. Efeito da Competição nas Relações Dimensionais de Araucária. Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 24, p. 1-11, abr. 2016.

COSTA, M. P. et al. Alometria e arquitetura de Copaifera langsdorffii (Desf.) Kuntze (Fabaceae) em fitofisionomias neotropicais no sul de Minas Gerais. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 2, p. 223-240, abr./jun. 2012.

CHAMBERS, J. Q.; HIGUCHI, N.; SCHIMEL, J. P. Ancienttree in Amazonia. Nature, London, v. 391, p. 135-136, jan. 1998.

CUSACK, D.; MONTAGNINI, F. The role of native species plantations in recovery of understory woody diversity in degraded pasturelands of Costa Rica. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 188, p. 1-15, feb. 2004.

ELLIOTT, S. et al. Selecting framework tree species for restoring seasonally dry tropical forests in northern Thailand based on field performance. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 184, p. 177-191, mar. 2003.

ELLIOTT, S.; BLAKESLEY, D.; HARDWICK, K. Restoring Tropical Forests: a practical guide. Royal Botanical Garden, Kew, p. 118-123, 2013.

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2006. 306 p.

FERREIRA, W. C. et al. Avaliação do crescimento do estrato arbóreo de área degradada revegetada à margem do Rio Grande, na Usina Hidrelétrica de Camargos, MG. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 31, n. 1, p. 177-185, 2007.

GUARIGUATA, M. R.; RHEINGANS, R.; MONTAGNINI, F. Early woody invasion under tree plantations in Costa Rica: implications for forest restoration. Restoration Ecology, Malden, v. 3, p. 252-261, dec. 1995.

GROMBONE-GUARATINI, M. T.; RODRIGUES, R. R. Seed bank and seed rain in a seasonal semideciduous

forest in south-eastern Brazil. Journal of Tropical Ecology, Cambridge, v. 18, n. 5, p. 759-774, set. 2002.

HIGA, R. C. V. et al. Resistência e resiliência a geadas em Eucalyptus dunnii Maiden plantados em Campo do Tenente. Boletim de Pesquisas Florestais, Colombo, v. 40, p. 67-76, jan./jun. 2000.

HOLL, K. D. et al. Tropical montane forest restoration in Costa Rica: overcoming barriers to dispersal and establishment. Restoration Ecology, Malden, v. 8, p. 339-349, dec. 2000.

KINOSHITA, L. S. et al. Composição florística e síndromes de polinização e de dispersão da mata do Sítio São Francisco, Campinas, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 313-327, set. 2006.

KNOWLES, O. H.; PARROTTA, J. A. Amazon forest restoration: an innovative system for native species selection based on phenological data and field performance indices. Commonwealth Forestry Review, Oxford, v. 74, n. 3, p. 230-243, 1995.

KRAMER, P. J. The role of physiology in forestry. Tree Physiology, Oxford, v. 2, n. 1, p. 1-16, 1986.

LAMB, D.; ERSKINE, P. D.; PARROTTA, J. A. Restoration of degraded tropical forest landscapes. Science, Washington, v. 310, p. 1628-1632, dec. 2005.

LELES, P. S. S. et al. Grownth of tree species in different planting spacing for forest recovery. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 39, n. 90, p. 231-239, jun. 2011.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1992. 352 p.

MACHADO, J. M. C. et al. Precipitação pluvial no município de Dois Vizinhos (PR): estudo da distribuição probabilística mensal de chuvas (1973­2013). In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UTFPR, 17., 2013, Dois Vizinhos. Anais... Dois Vizinhos: UTFPR, 2013.

MARTINS, S. V.; RODRIGUES, R. R. Gap-phase regeneration in a semideciduous mesophytic forest, south-eastern Brazil. Plant Ecology, Dordrecht, v. 163, p. 51-62, 2002.

MAX, J. C. M.; MELO, A. C. G.; FARIA, H. H. Comportamento de seis espécies nativas de dois grupos ecológicos plantadas em diferentes espaçamentos em reflorestamento ciliar. In: VILAS BOAS, O.; DURIGAN, G. (Org.). Pesquisas em conservação e recuperação ambiental no oeste paulista. São Paulo: Páginas e Letras, 2004. p. 385-396.

MONTGOMERY, R. A.; CHAZDON, R. L. Forest structure, canopy architecture, and light transmittance in Tropical Wet Forests. Ecology, Washington, v. 82, n. 10, p. 2707-2718, oct. 2001.

MORAES, L. F. D. et al. Plantio de espécies arbóreas nativas para a restauração ecológica na reserva biológica de poço das antas, rio de janeiro, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 57, n. 3, p. 477-489, nov. 2005.

NASCIMENTO, D. F. et al. Crescimento inicial de seis espécies florestais em diferentes espaçamentos. Cerne, Lavras, v. 18, n. 1, p. 159-165, jan./mar. 2012.

NOGUEIRA, F. F. Avaliação do crescimento inicial de espécies nativas para restauração florestal. 2015. 24 f. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) - Departamento de Ciências Florestais e da Madeira da Universidade Federal do Espírito Santo, Jerônimo Monteiro, 2015.

PAINE, C. E. et al. How to fit nonlinear plant growth models and calculate growth rates: an update for ecologists. Methods in Ecologyand Evolution, v. 3, n. 2, p. 245-256, apr. 2012.

PARROTTA, J. A. The role of plantation forests in rehabilitating degraded tropical ecosystems. Agriculture, Ecosystems and Environment, Amsterdam, v. 41, n. 2, p. 115-133, jul. 1992.

PEREIRA, J. A. A.; BOTELHO, S. A.; DAVIDE, A. C. Desenvolvimento de espécies florestais de rápido crescimento em diferentes condições de sítio visando a recomposição de matas ciliares. Cerne, Lavras, v. 5, n. 1, p. 36-51, 1999.

RODRIGUES, R. R. et al. Large-scale ecological restoration of high-diversity tropical forests in SE Brazil. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 261, p. 1605-1613, may 2011.

RODRIGUES, R. R. et al. On the restoration of high diversity forests: 30 years of experience in the Brazilian Atlantic Forest. Biological Conservation, Essex, v. 142, n. 6, p. 1242-1251, jan. 2009.

RODRIGUES, R. R.; MARTINS, S. V.; BARROS, L. C. Tropical Rain Forest regeneration in an area degraded by mining in Mato Grosso State, Brazil. Forest Ecologyand Management, Amsterdam, v. 190, p. 323-333, 2004.

RIBAS L. A.; KAGEYAMA P. Y. Sistema de cruzamento de Trema micrantha (L.) B. em fragmentos florestais. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 72, p. 29-37, dez. 2006.

SÁ, C. F. C. Regeneração de um trecho de floresta de restinga na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema, Estado do Rio de Janeiro: II - Estrato arbustivo. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 53, n. 82, p. 5-23, 2002.

SGARBI, A. S. et al. Crescimento inicial de espécies nativas em plantio de grupos de Anderson. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA UTFPR, 17., 2012, Curitiba. Anais... Curitiba: UTFPR, 2012. p. 1-8.

SIQUEIRA, A. S. Alometria de Caryocar brasiliense (Caryocaraceae) em diferentes fisionomias do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, GO. Biota Neotropica, Campinas, v. 6, p. 1-6, set. 2006.

SOUZA, A. J. et al. Observações preliminares de alguns fatores que afetam a brotação do eucalipto. Piracicaba: IPEF, 1991. (Circular técnica, 177).

SPLINK. Species Link network. 2015. Disponível em: <http://www.splink.org.br>. Acesso em: 16 jul. 2015.

THORPE, H. C. et al. Competition and tree crowns: a neighbourhood analysis of three boreal tree species. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 259, n. 8, p. 1586-1596, jan. 2010.

TONINI, H.; FINGER, C. A. G.; SCHNEIDER, P. R. O crescimento da Nectandra megapotamica Mez., em floresta nativa na depressão central do Estado do Rio Grande do Sul. Ciência Rural, Santa Maria, v. 1, n. 33, p. 85-90, jan./fev. 2003.

VANCLAY, J. K. Modelling forest growth and yield: applications to mixed tropical forests. Wallingford: CAB International, 1994. 312 p.

VIEIRA, A. R. R.; FEISTAUER, D.; SILVA, V. P. Adaptação de espécies arbóreas nativas em um sistema agrossilvicultural, submetidas a extremos climáticos de geada na região de Florianópolis. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 27, n. 5, p. 627-634, set. 2003.

VILLANUEVA, G. Polliniferous plants and foraging strategies of Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae) in Yucatan Peninsula, Mexico. Revista de Biologia Tropical, San Rosé, v. 50, n. 3-4, p. 1035-1044, ago. 2002.

WHEELWRIGHT, N. T. et al. Tropical fruit-eating birds and their food plants: a survey of a Costa Rican lower montane forest. Biotropica, Washington, v. 16, n. 3, p. 173-192, sep. 1984.

WISHNIE, M. H. et al. Initial performance and reforestation potential of 24 tropical tree species planted across a precipitation gradient in the Republic of Panama. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 243, p. 40-47, may 2007.

YAMAMOTO, L. F.; KINOSHITA, L. S.; MARTINS, F. R. Síndromes de polinização e de dispersão em fragmentos da Floresta Estacional Semidecídua Montana, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 21, n. 3, p. 553-573, nov. 2007.

ZEIDE, B. Analysis of Growth Equations. Forest Science, Bethesda, v. 39, n. 3, p. 599-600, 1993.

Downloads

Publicado

01-10-2018

Como Citar

Stolarski, O. C., Gorenstein, M. R., Lubke, M., Lubke, L., O’Connor, P. H. P., & Bechara, F. C. (2018). <i>Trema micrantha</i> (L.) Blume. EM PLANTAÇÕES PARA RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA: DESENVOLVIMENTO INICIAL NA FLORESTA SUBTROPICAL BRASILEIRA. Ciência Florestal, 28(3), 1217–1229. https://doi.org/10.5902/1980509833351

Edição

Seção

Nota Técnica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)