Estratégias de controle de braquiárias <i>Urochloa</i> spp. na formação de povoamento para restauração florestal
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509825559Palavras-chave:
Controle de plantas daninhas, Sistemas agrossilviculturais, Controle químico, Mata AtlânticaResumo
A restauração florestal em áreas de pastagens, dominadas por Urochloa spp. (braquiárias), apresenta custo relativamente elevado, principalmente pela dificuldade de controle dessa planta infestante. O objetivo deste trabalho foi determinar a forma de controle de braquiárias mais eficiente para a formação de povoamento para restauração florestal. Foram comparadas quatro estratégias para controle de braquiária em área de restauração florestal no município de Bom Jardim - RJ: T1 - capina em faixas nas linhas de plantio e roçadas nas entrelinhas; T2 - capina em faixas nas linhas de plantio e aplicações do herbicida glyphosate (1,44 kg i.a. ha-1) nas entrelinhas; T3 - capina em área total e consórcio com leguminosas herbáceas fixadoras de nitrogênio; T4 - capina em faixas nas linhas de plantio, roçadas e consórcio com eucalipto nas entrelinhas. Avaliou-se o crescimento em altura, diâmetro no nível do solo e diâmetro de copa de dez espécies arbóreas em diferentes idades, bem como todos os custos envolvidos na aplicação e manutenção de cada tratamento, até 30 meses após o plantio. Em todas as épocas de avaliação, as plantas florestais apresentaram média de crescimento significativamente superior em altura e em diâmetro nos tratamentos de consórcio com leguminosas e aplicação de glyphosate (T3 e T2). Aos 24 meses após o plantio, a copa das árvores implantadas já recobria 80% a 90% da área da unidade experimental nesses tratamentos. Entretanto, o custo de manutenção do T3 foi quase o dobro das unidades de T1 e o custo deste último foi quase três vezes superior das unidades submetidas a T2. O consórcio de eucalipto nas entrelinhas de plantio não prejudicou, mas não beneficiou o crescimento das espécies nativas. O controle químico e o consórcio com leguminosas herbáceas podem ser apontados como alternativas eficazes para controle da braquiária dessa área, antecipando a formação dos povoamentos e resultando em economia de recursos.
Downloads
Referências
AMARANTE JÚNIOR, O. P. et al. Glifosato: propriedades, toxicidade, usos e legislação. Química Nova, São Paulo, v. 25, n. 4, p. 589-593, 2002.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (Brasil). Hidro Sistema de Informações Hidrológicas. Brasília: Superintendência de Informações Hidrológicas, 2016. Disponível em: www.ana.gov.br. Acesso em: 21 fev. 2016.
BARRADAS, C. A. A. Adubação verde. Niterói: Programa Rio Rural, 2010. 12 p.
BRANCALION, P. H. S. et al.Seletividade dos herbicidas setoxidim, isoxaflutol e bentazon a espécies arbóreas nativas.Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 44, n. 3, p. 251-257, 2009.
CANFIELD, R. H. Application of the line interception method in sampling range vegetation. Journal of Forestry, Washington, v. 39, p. 388-394, 1941.
CÉSAR, R. G. et al. Does crotalaria (Crotalaria breviflora) or pumpkin (Cucurbita moschata) inter-row cultivation in restoration plantings control invasive grasses? Scientia Agricola, Piracicaba, v. 70, n. 4, p. 268-273, 2013.
COUGHENOUR, M. B. Graminoid responses to grazing by large herbivores: adaptations, exaptations, and interacting processes. Annals of the Missouri Botanical Garden, St. Louis, v. 72, p. 852-863, 1985.
ESPÍNDOLA, J. A. A.; GUERRA, J. G.; ALMEIDA, D. L. Adubação verde: estratégia para uma agricultura sustentável. Seropédica: EMBRAPA Agrobiologia, 1997. 20 p.
FERNANDES, M. F.; BARRETO, A. C.; EMÍDIO FILHO, J. Fitomassa de adubos verdes e controle de plantas daninhas em diferentes densidades populacionais de leguminosas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 34, n. 9, p. 1593-1600, 1999.
GREIG-SMITH, P. Quantitative plant ecology. 2nd ed. London: Butterworths, 1983. 256 p.
LELES, P. S. S.; OLIVEIRA NETO, S. N.; ALONSO, J. M. Restauração florestal em diferentes espaçamentos. In: LELES, P. S. S.; OLIVEIRA NETO, S. N. (ed.). Restauração Florestal e a Bacia do Rio Guandu.Seropédica: Editora Rural, 2015. p. 107-140.
LONDERO, E. K. et al. Influência de diferentes períodos de controle e convivência de plantas daninhas em eucalipto. Cerne, Lavras, v. 18, n. 3, p. 441-447, 2012.
LOPES, O. M. N. L. Feijão-de-porco: leguminosa para adubação verde e cobertura de solo.Acre: Embrapa Amazônia Oriental, 1998. 4 p.
MACHADO, A. F. L. et al.Manejo integrado de plantas daninhas na cultura do eucalipto. In: FERREIRA, R. L. et al. (org.). Manejo integrado de plantas daninhas na cultura do eucalipto. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2011. p. 16-38.
MACIEL, C. D. G. et al. Coroamento no controle de plantas daninhas e desenvolvimento inicial de espécies florestais nativas. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 32, n. 1, p. 119-128, 2011.
MARTINS, A. F. Controle de gramíneas exóticas invasoras em área de restauração ecológica com plantio total, Floresta Estacional Semidecidual, Itu-SP. 2011. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Ciências) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2011.
MELO, A. C. G. et al. Cobertura de copas como indicador de desenvolvimento estrutural de reflorestamentos de restauração de matas ciliares no médio vale do Paranapanema, SP, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 31, n. 2, p. 321-328, 2007.
MONQUERO, P. A. et al. Efeito de adubos verdes na supressão de espécies de plantas daninhas. Planta Daninha, Viçosa, MG, v. 27, n. 1, p. 85-95, 2009.
MÜELLER, D.; ELLEMBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: Wiley & Sons, 1974. 547 p.
NAVE, A. G. et al. Descrição das ações operacionais de restauração. In: RODRIGUES, R. R.; BRANCALION, P. H. S.; ISERNHAGEN, I. (org.). Pacto pela restauração da Mata Atlântica: Referencial dos conceitos e ações de restauração florestal.São Paulo: LERF; ESALQ,2009.p. 176-218.
PITELLI, R. A. Competição e controle das plantas daninhas em áreas agrícolas. Série Técnica IPEF, Piracicaba, v. 4, n. 12, p. 1-24, 1987.
SANTOS, F. A. M. Manejo de Urochloa spp. em povoamento florestal para restauração. 2013. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2013.
SANTOS, L. D. T. et al.Glyphosate em Eucalipto: formas de contato e efeito do herbicida sobre a cultura. In: FERREIRA, R. L. et al. (Org.). Manejo integrado de plantas daninhas na cultura do eucalipto. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2011. p. 38-64.
SEVERINO, F. J.; CHISTOFFOLETI, P. J. Efeitos de quantidades de fitomassa de adubos verdes na supressão de plantas daninhas. Planta Daninha, Viçosa, MG, v. 19, n. 2, p. 223-228, 2001.
SILVA, A. A. et al. Biologia de plantas daninhas. In: SILVA, A. A.; SILVA, J. F. Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2009a. p. 1-61.
SILVA, A. A. et al. Métodos de controle de plantas daninhas. In: SILVA, A. A.; SILVA, J. F. Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2009b. p. 63-81.
SILVA, M. V. Consórcio de espécies nativas com eucalipto para restauração florestal. 2013. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2013.
SOUZA, L. S. et al. Efeito alelopático de plantas daninhas e concentrações de capim-braquiária (Brachiaria decumbens) no desenvolvimento inicial de eucalipto (Eucalyptus grandis.).Planta Daninha, Viçosa, MG, v. 21, n. 3, p. 343-354, 2003.
TAROUCO, C. P. et al. Períodos de interferência de plantas daninhas na fase inicial de crescimento do eucalipto. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 44, n. 9, p. 1131-1137, 2009.
TIMOSSI, P. C. et al. Supressão de plantas daninhas e produção de sementes de crotalária, em função de métodos de semeadura. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 41, n. 4, p. 525-530, 2011.
TOLEDO, R. E. B. et al.Efeito de períodos de controle de plantas daninhas sobre o desenvolvimento inicial de plantas de eucalipto. Planta Daninha, Viçosa, MG, v. 18, n. 3, p. 39, 2000.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.