Fertilização e recipientes na produção de mudas e sobrevivência pós plantio de <i>Schizolobium parahyba</i>

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509833261

Palavras-chave:

Fertilização mineral, Lodo de esgoto, Tubete, Viveiros florestais

Resumo

A fertilização na produção de mudas florestais é variável de acordo com o substrato, recipiente e o tipo de fertilizante utilizados. O fertilizante de liberação controlada (FLC) pode ser utilizado visando diminuir ou mesmo eliminar a necessidade de fertilização de cobertura. A dose de FLC aplicada pode variar de acordo com o volume do recipiente, considerando a quantidade de substrato disponível para as mudas em diferentes recipientes. Este trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento de mudas de Schizolobium parahyba produzidas com tubetes de 110 e 280 cm3 em doses crescentes de FLC (15-09-12) (0, 3, 6 e 12 kg m-3), bem como seu crescimento inicial e sobrevivência após plantio na região norte do estado do Rio de Janeiro. O estudo foi conduzido em arranjo fatorial 2 x 4 (recipientes x doses de FLC) com 5 repetições para cada tratamento. Como substrato foi utilizado lodo de esgoto de áreas urbanas, submetido a secagem em leitos ao ar livre. O crescimento das mudas no viveiro foi avaliado aos 93 dias após a repicagem e a sobrevivência e crescimento inicial em campo aos 5 e 12 meses após o plantio. As mudas de Schizolobium parahyba apresentaram maior crescimento em tubetes de 280 cm3 e responderam positivamente à aplicação de FLC, sendo que a dose de máxima eficiência técnica foi de 8,3 kg cm3 para esse tubete. Aos 12 meses após o plantio, mudas de todos os tratamentos apresentaram sobrevivência menor que 80%, ficando abaixo do recomendado para plantios de restauração florestal. A mortalidade das mudas ocorreu devido a cinco meses de déficit hídrico em solo argilo-arenoso. Considerando apenas os dados de viveiro, a combinação de tubete de 280 cm3, com a dose de FLC de 8,3 kg m-3 são recomendados para produção de mudas de Schizolobium parahyba.

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Biografia do Autor

Gerhard Valkinir Cabreira, Suzano S.A., Aracruz, ES

Engenheiro Florestal, MSc., Técnico de Silvicultura, Suzano S.A., Rodovia Aracruz x Barra, Km 25, CEP: 29197-900, Aracruz (ES), Brasil.

Paulo Sérgio dos Santos Leles, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ, Seropédica, RJ

Engenheiro Florestal, Dr., Professor do Departamento de Silvicultura, Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Br. 465, Km 07, s/n, CEP 23890-000, Seropédica (RJ), Brasil.

Jorge Makhlouta Alonso, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ, Seropédica, RJ

Engenheiro Florestal, Dr., Pesquisador Autônomo, Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rod. BR 465, Km 07, CEP: 23890-000, Seropédica (RJ), Brasil.

Alan Henrique Marques de Abreu, Companhia Estadual de Águas e Esgoto – CEDAE, Nova Iguaçu, RJ

Engenheiro Florestal, Dr., Assistente de Projetos Especiais, Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro, Rod. BR 465, Km 19, CEP: 26280-000, Nova Iguaçu (RJ), Brasil.

José Carlos Arthur Junior, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ, Seropédica, RJ

Engenheiro Florestal, Dr., Professor do Departamento de Silvicultura, Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Br. 465, Km 07, s/n, CEP 23890-000, Seropédica (RJ), Brasil.

Avner Vianna Gusmão Vieira, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ, Seropédica, RJ

Engenheiro Florestal, Pesquisador Autônomo, Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Br. 465, Km 07, s/n, CEP 23890-000, Seropédica (RJ), Brasil.

Nayara Franzini Lopes, Universidade Federal de Viçosa - UFV, Viçosa, MG

Engenheira Florestal, Doutoranda do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Viçosa, Rua Purdue, Campus UFV, CEP: 36570-900, Viçosa (MG), Brasil.

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Publicado

10-12-2019

Como Citar

Cabreira, G. V., Leles, P. S. dos S., Alonso, J. M., Abreu, A. H. M. de, Arthur Junior, J. C., Vieira, A. V. G., & Lopes, N. F. (2019). Fertilização e recipientes na produção de mudas e sobrevivência pós plantio de <i>Schizolobium parahyba</i>. Ciência Florestal, 29(4), 1644–1657. https://doi.org/10.5902/1980509833261

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