Padrão espacial de quatro formações florestais do estado de São Paulo, através da função K de Ripley

Autores

  • Robson Louiz Capretz UFSM
  • João Luís Ferreira Batista
  • Jaime Felipe Medina Sotomayor
  • Camila Rossetti da Cunha
  • Marcos Felipe Nicoletti
  • Ricardo Ribeiro Rodrigues

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050986622

Palavras-chave:

ecologia florestal, estrutura populacional, análise espacial, floresta tropical

Resumo

http://dx.doi.org/10.5902/198050986622

Investigar o padrão espacial das árvores, segundo suas classes de tamanho e segundo suas espécies mais abundantes pode fornecer evidências sobre a estrutura da comunidade vegetal, sendo que, o padrão espacial é uma questão-chave para estudos de ecologia florestal. O nível de organização espacial das árvores no ambiente depende de diversos processos ecológicos e características próprias de cada ambiente, de modo que a melhor compreensão deste quadro fornece subsídios importantes para o conhecimento sobre formações florestais. Neste trabalho objetivou-se estudar o padrão espacial das árvores, segundo suas classes de diâmetro e das quatro espécies mais abundantes em diferentes florestas, visando fornecer evidências sobre a ecologia de cada comunidade vegetal. A descrição do padrão espacial em cada formação florestal foi realizada segundo a Função K de Ripley. As formações florestais estudadas foram: Floresta Ombrófila, Cerradão, Floresta Estacional e Restinga. Instalou-se uma parcela de 10,24 ha em cada formação florestal, e todas as árvores com circunferência na altura do peito (CAP) a partir de 15 cm foram medidas, georreferenciadas e identificadas. Os resultados obtidos ressaltam o caráter agregado em florestas tropicais, como foi observado em todas as florestas estudadas. As árvores do Cerradão e da Restinga apresentaram padrões de agregação muito próximos. Para a Floresta Ombrófila, o padrão agregado foi significativo em toda a escala de distâncias estudada. Na Floresta Estacional, foi observada tendência à aleatoriedade, embora, uma agregação significativa tenha sido notada para curtas distâncias. O padrão espacial por classes de diâmetro foi, em linhas gerais, agregado para árvores menores que 10 cm de diâmetro, e entre 10 e 20 cm, e aleatório para as demais, evidenciando uma tendência de que árvores jovens são mais agregadas do que árvores adultas. O padrão espacial das espécies dominantes é sempre muito semelhante ao padrão geral de cada formação florestal. As diferenças entre o padrão espacial das espécies dominantes coincidentes entre as formações florestais indicam que seu padrão é influenciado por cada ambiente. Ressaltando-se assim, a importância da sua autoecologia e dos processos ecológicos intrínsecos a cada comunidade que podem explicar os padrões observados.

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Publicado

27-09-2012

Como Citar

Capretz, R. L., Batista, J. L. F., Sotomayor, J. F. M., Cunha, C. R. da, Nicoletti, M. F., & Rodrigues, R. R. (2012). Padrão espacial de quatro formações florestais do estado de São Paulo, através da função K de Ripley. Ciência Florestal, 22(3), 551–565. https://doi.org/10.5902/198050986622

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