Fungos ectomicorrízicos em plantações de nogueira-pecã e o potencial da truficultura no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509827581

Palavras-chave:

Inoculação de fungos, Trufas comestíveis, Produção florestal, Tuberaceae

Resumo

Os estudos envolvendo a nogueira-pecã têm evoluído consideravelmente nos últimos anos no Brasil. Esta cultura foi introduzida no país no início do século passado e tornou-se importante comercialmente após os anos de 1960, principalmente na região sul. A nogueira-pecã é comprovadamente um simbionte, formando diversas associações mutualísticas com fungos ectomicorrízicos do solo. Assim, a presente revisão tem como objetivos apresentar os estudos sobre os fungos ectomicorrízicos em plantações comerciais de nogueirapecã no Brasil, destacar a importância agrícola e ambiental desta simbiose, e o potencial da micorrização controlada da nogueira-pecã, visando à produção de espécies desejadas de trufas, notadamente do gênero Tuber, em pomares comerciais, uma atividade econômica de alta rentabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcelo Aloisio Sulzbacher, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Biólogo, Dr., Departamento de Solos, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima, 1000, CEP 97105-900, Santa Maria (RS), Brasil.



Jonas Janner Hamann, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Engenheiro Agrônomo, Programa de Pós-graduação em Agronomia, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria, Núcleo de Fruticultura Irrigada, Campus Universitário, 971050-900, Santa Maria, RS, Brasil.

Diniz Fronza, Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria, Núcleo de Fruticultura Irrigada, Campus Universitário, 971050-900, Santa Maria, RS, Brasil.

Rodrigo Josemar Seminoti Jacques, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Associado do Departamento de Solos, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av. Roraima, 1000, CEP 97105-900, Santa Maria (RS), Brasil.

 

Admir José Giachini, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC

Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, 88040-970, Florianópolis, SC, Brasil.

Tine Grebenc, Slovenian Forestry Institute, Ljubljana

Slovenian Forestry Institute, Večna pot 2, Ljubljana, Slovenia.

Zaida Inês Antoniolli, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Bióloga, Dra., Professora Titular do Departamento de Solos, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Av. Roraima, 1000, CEP 97105-900, Santa Maria (RS), Brasil.

Referências

AGUIAR, L. Imigrantes norte-americanos no Brasil: mito e realidade, o caso de Santa Bárbara. 2009. 150 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Econômicas) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.

BÂ, A. M., et al. Ectomycorrhizal symbiosis of tropical African trees. Mycorrhiza, Berlin, v. 22, n. 1, p. 1–29, 2012, doi 10.1007/s00572-011-0415-x

BENUCCI, G. M. N., et al. Mycorrhization of Pecan trees (Carya illinoinensis) with commercial truffle species: Tuber aestivum Vittad. and Tuber borchii Vittad. Mycorrhiza, Berlin, v. 22, n. 5, p. 383-392, 2012, doi: 10.1007/s00572-011-0413-z

BONITO, G., et al. A global meta-analysis of Tuber ITS rDNA sequences: species diversity, host associations and long-distance dispersal. Molecular Ecology, Austin, v. 19, n. 22, p. 4994–5008, 2010, doi: 10.1111/j.1365-294X.2010.04855.x

BONITO, G.; BRENNEMAN, T.; VILGALYS, R. Ectomycorrhizal fungal diversity in orchards of cultivated pecan (Carya illinoinensis; Juglandaceae). Mycorrhiza, Berlin, v. 21, n. 7, p. 601–612, 2011, doi: 10.1007/s00572-011-0368-0

BONITO, G., et al. The Asian black truffle Tuber indicum can form ectomycorrhizas with North American host plants and complete its life cycle in non-native soils. Fungal Ecology, London, v. 4, n. 1, p. 83-93, 2011, doi: 10.1016/j.funeco.2010.08.003

BONITO, G., et al. Assessing ectomycorrhizal fungal spore banks of truffle producing soils with pecan seedling trap-plants. Plant Soil, Australia, v. 356, n. 1, p. 357–366, 2012, doi: 10.1007/s11104-012-1127-5

BRUNDRETT, M. C., et al. Working with mycorrhizas in forestry and agriculture.Canberra: ACIAR. 1996, 380 p.

CARDOSO, I. M.; KUYPER, T. W. Mycorrhizas and tropical soil fertility. Agriculture, Ecosystems and Environment, Zurich, v. 116, n. 1, p. 72–84, 2006, doi: 10.1016/j.agee.2006.03.011

CAIRNEY, J. W. G.; CHAMBERS, S. M. Ectomycorrhizal fungi: key genera in profile. Berlin, Springer. 1999, 369 p.

CASTELLANO, M. A.; TRAPPE, J. M.; LUOMA, D. L. Sequestrate Fungi. In: MUELLER, G. M.; BILLS, G. F.; FOSTER, M. S. (eds.) Biodiversity of fungi. Inventory and monitoring methods. Boston, Elsevier Academic Press, 2004. p. 197–213.

GARDIN L. 2005. I tartufi minori della Toscana, gli ambienti di crescita dei tartufi marzuolo e scorzone. ARSIA, Regione Toscana, 2005, 55 p.

HALL, I. R.; BROWN, G.; ZAMBONELLI, A. Taming the truffle: the history, lore, and science of the ultimate mushroom. Portland, Timber Press, 2007, 304 p.

HANLIN, R. T.; WU, M.; BRENNEMAN, T. B. The occurrence of Tuber texense in Georgia. Mycotaxon, Ithaca, v. 34, n. 1, p. 387–394, 1989.

HEIMSCH, C. The first recorded truffle from Texas. Mycologia, Oregon, v. 50, n. 5, p. 657–660, 1958.

HENKEL, T.W., et al. Ectomycorrhizal fungal sporocarp diversity and discovery of new taxa in Dicymbe monodominat forests of the Guiana Shield. Biodiversity and Conservation, Spain, v. 21, n. 9, p. 2195–2220, 2012. doi: 10.1007/s10531-011-0166-1

HUTCHISON, L. J. Studies on the systematics of ectomycorrhizal fungi in axenic culture. II. The enzymatic degradation of selected carbon and nitrogen compounds. Canadian Journal of Botany, v. 68, n. 7, p. 1522–1530, 1990.

LEAKE, J. R., et al. Networks of power and influence: the role of mycorrhizal mycelium in controlling plant communities and agrocosystem functioning. Canadian Journal of Botany, v. 82, n. 8, p. 1016-1045, 2004.

MOLINA, R.; MASSICOTE, H.; TRAPPE, J. M. Specificity phenomena in mycorrhizal symbiosis: community-ecological consequences and pratical implications. In: ALLEN, M. F. (ed.). Mycorrhizal functioning – anintegrative plant-fungal process. New York: Chapman and Hall, 1992. p. 357–423.

MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e bioquímica do solo. 2. ed. Lavras: Editora UFLA, 2006. 729 p.

MORENO-ARROYO, B.; GÓMEZ, J.; PULIDO, E. Tesoros de nuestros montes. Trufas de Andalucía. Córdoba (Spain): Consejería de Medio Ambiente, Junta de Andalucía. 2005. 352 p.

OLIVEIRA, V. L., et al. Specificité de champignons ectomycorhiziens vis-à-vis d’ Eucalyptus viminalis Labill et E. dunnii Maiden. Agronomie, v. 143, n. 1, p. 57–62, 1994.

PARKER, M., et al. Growing Pecans in North Carolina. North Carolina Cooperative Extension Service. North Carolina State University, 2016, 20 p.

PEGLER, D. N.; SPOONER, B. M.; YOUNG, T. W. K. British truffles: a revision of british hypogeous fungi. Kew Publishing, London. 1993, 216 p.

RASEIRA, A. A cultura da nogueira-pecã (Carya illinoensis). Pelotas: Embrapa Clima Temperado (Comunicado Técnico, 63), 1990, 3 p.

RIBEIRO J. J. O. Isolamento e caracterização de ectomicorrizas em Nogueira Pecã. 2001. 31 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2001.

RILLIG, M. C.; MUMMEY, D. L. Tansley review: mycorrhizas and soil structure. New Phytologist, United Kingdom, v. 171, n. 1, p. 41–53, 2006. doi: 10.1111/j.1469-8137.2006.01750.x

RINALDI, A. C.; COMADINI, O.; KUYPER, T. W. Ectomycorrhizal fungal diversity: separating the wheat from the chaff. Fungal Diversity, China, v. 33, p. 1–45, 2008.

RIOUSSET, G., et al. Truffe d’Europe et de Chine. INRA Paris, 2001.

RODRIGUES, L. G. S. M.; GOI, S. R.; RODRIGUES, F. M. Associação micorrízica como uma estratégia para o estabelecimento de espécies em áreas impactadas. Journal of Bioenergy and Food Science, Macapá, v. 1, n. 1, p. 7-16, 2014.

ROY, M., et al. Diversity and Distribution of Ectomycorrhizal Fungi from Amazonian Lowland White‐sand Forests in Brazil and French Guiana. Biotropica, Florida, v. 48, n. 1, p. 90–100, 2016, doi: 10.1111/btp.12297

SILVA, R. F.; ANTONIOLLI, Z. I.; ANDREAZZA, R. Efeito da Inoculação com fungos ectomicorrizicos na produção de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill. ex. Maiden, em solo arenoso. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 13, n. 1, p. 33–42, 2003.

SMITH, S. E., READ, D. J. Mycorrhizal symbiosis. 3. ed. San Diego: Academic Press, 2008. 787 p.

SULZBACHER, M. A., et al. A survey of an ectotrophic sand dune forest in the northeast Brazil. Mycosphere, China, v. 4, n. 6, p. 1106–1116, 2013a. doi: 10.5943/mycosphere/4/6/8

SULZBACHER, M. A., et al. Ectomycorrhizal fungi from southern Brazil – a literature-based review, their origin and potential hosts. Mycosphere, China, v. 4, n. 1, p. 61–95, 2013b. doi: 10.5943 /mycosphere/4/1/5

SULZBACHER, M. A., et al. Hypogeous sequestrate fungi in South America – how well do we know them? Symbiosis, Florida, v. 71, n. 1, p. 9–17, 2017. doi: 10.1007/s13199-016-0461-4

SPARKS, D. Adaptability of Pecan as a Species. HortScience, Ohio, v. 40, n. 5, p. 1175–1189, 2005.

TEDERSOO, L.; MAY, T. W.; SMITH, M. E. Ectomycorrhizal lifestyle in fungi: global diversity, distribution, and evolution of phylogenetic lineages. Mycorrhiza, Berlin, v. 20, n. 4, p. 217-263, 2010. doi: 10.1007/s00572-009-0274-x

TRAPPE, J. M.; JUMPPONEN, A. M.; CAZARES, E. NATS truffle and truffle-like fungi 5: Tuber lyonii (=T. texense), with a key to the spiny-spored Tuber species groups. Mycotaxon, Ithaca, v. 60, n. 1, p. 365–372, 1996.

TRAPPE, J. M., et al. Diversity ecology conservation of truffle of the Pacific Northwest. USDA, Portland, OR: U.S.A. 2009. 194 p.

van der HEIJDEN, M. G. A., et al. Mycorrhizal ecology and evolution: the past, the present, and the future. New Phytologist, United Kingdom, v. 205, n. 4, p. 1406–1423, 2015. doi:10.1111/nph.13288

VELLINGA, E. C.; WOLFE, B. E.; PRINGLE. A. Global patterns of ectomycorrhizal introductions. New Phytologist, United Kingdom, v. 181, n. 4, 1–14, 2009. doi: 10.1111/j.1469-8137.2008.02728.x

WAKELING, L. T., et al. Composition of pecan cultivars Wichita and Western Schley [Carya illinoinensis (Wangenh.) K. Koh] grown in Australia. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington, v. 49, n. 3, p. 1277–1281, 2001.

WEHT, C. B.; OLIVEIRA, V. L.; BONNASSIS, P. A. P. Ecto y endomicorrizas en nogal pecan (Carya illinoensis Wang. K. Koch) en el sur de Brasil. In: FertBio. Santa Maria, SBCS/SBM/UFSM, 2000, p. 121.

WOLSTENHOLME, B. N. Climate. In: Stein, L.A., et al. Texas Pecan Handbook. College Station, TX. Texas AgriLife Extension Service. 2012, p. 199.

Downloads

Publicado

30-06-2019

Como Citar

Sulzbacher, M. A., Hamann, J. J., Fronza, D., Jacques, R. J. S., Giachini, A. J., Grebenc, T., & Antoniolli, Z. I. (2019). Fungos ectomicorrízicos em plantações de nogueira-pecã e o potencial da truficultura no Brasil. Ciência Florestal, 29(2), 975–987. https://doi.org/10.5902/1980509827581

Edição

Seção

Artigo de Revisão

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 > >>