Traços funcionais de espécies arbóreas de cerrado <i>sensu stricto</i> e sua importância para a manutenção de comunidades nativas
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509842472Palabras clave:
Resiliência, Grupos funcionais, Fogo, SazonalidadeResumen
Traços funcionais são características morfo-fisiológicas das espécies capazes de influenciar significativamente os processos ecológicos em seu ambiente natural e podem ser utilizadas para formar grupos funcionais. Grupos funcionais são espécies com semelhantes características e funções nas comunidades. O objetivo inicial do estudo foi detectar padrões quanto aos traços funcionais de espécies arbóreas de cerrado sensu stricto. Buscamos responder: 1) é possível agrupar as espécies em grupos funcionais utilizando traços foliares e de arquitetura, 2) quais traços melhor explicaram a sobrevivência/manutenção das espécies em suas comunidades. Foram avaliados os traços funcionais foliares e de arquitetura de 32 espécies arbóreas de cerrado sensu stricto. As análises foram capazes de formar quatro grupos funcionais distintos para cerrado sensu stricto. O grupo 1 apresentou árvores com maior densidade da madeira, massa seca e área foliar e altos valores de volume e biomassa. A maioria das espécies possuem folhas com baixa área foliar específica e alta área foliar e massa seca. O grupo 2 apresentou espécies de pequeno porte, com baixo volume de copa e biomassa, entretanto, foi o grupo com maior área foliar específica e percentual de água na folha. O grupo 3 foi formado por espécies com o menor aporte de biomassa e volume de copa do estudo, e também apresentou valores baixos para densidade de madeira, área foliar e massa seca, sendo espécies tipicamente de pequeno porte. O grupo 4 apresentou os maiores valores de volume de copa, biomassa e súber do estudo, configurando o grupo de espécies com o maior porte do estudo, porém, apresentou baixos valores de área foliar específica e percentual de água na folha.
Descargas
Citas
BATALHA, M. A.; ARAGAKI, S.; MANTOVANI, W. Variações fenológicas das espécies do cerrado em Emas - Pirassununga, SP. Acta Botanica Brasilica, [s.l.], v. 11, n. 1, p.61-78, jul. 1997.
BERNASOL, W. P.; LIMA-RIBEIRO, M.S. Estrutura espacial e diamétrica de espécies arbóreas e seus condicionantes em um fragmento de cerrado sentido restrito no sudoeste goiano. Hoehnea, São Paulo, v. 37, n. 2, p.181-198, 15 abr. 2010.
BOEGER, M. R. T. et al. Variabilidade morfológica foliar de Miconia sellowiana (DC.) Naudin (Melastomataceae) em diferentes fitofisionomias no Estado do Paraná. Revista Brasileira de Botânica, [s.l.], v. 31, n. 3, p.443-452, set. 2008.
CHAVE, J. et al. Regional and phylogenetic variation of wood density across 2456 neotropical tree species. Ecological Applications, [s.l.], v. 16, n. 6, p.2356-2367, 2006.
CHAVE, J. et al. Improved allometric models to estimate the aboveground biomass of tropical trees. Global Change Biology, [s.l.], v. 20, n. 10, p.3177-3190, 21 jun. 2014.
CHAZDON, R. L. et al. Composition and Dynamics of Functional Groups of Trees During Tropical Forest Succession in Northeastern Costa Rica. Biotropica, [s.l.], v. 42, n. 1, p.31-40, 14 set. 2009.
CIANCIARUSO, M. V.; SILVA, I. A.; BATALHA, M. A. Diversidades filogenética e funcional: novas abordagens para a Ecologia de comunidades. Biota Neotropica, [s.l.], v. 9, n. 3, p.93-103, set. 2009.
CÔRTES, L. G. Características de história de vida de árvores do Cerrado direcionando o futuro e a adaptação aos impactos das mudanças climáticas. 2013. 170 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ecologia e Evolução, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2013.
DONAGHY, D. J.; FULKERSON, W. J. The importance of water-soluble carbohydrate reserves on regrowth and root growth of Lolium perenne (L.). Grass And Forage Science, [s.l.], v. 52, n. 4, p.401-407, dez. 1997.
DUARTE, C. M. Methods in Comparative Functional Ecology. In: PUGNAIRE, Francisco I.; VALLADARES, Fernando. Functional Plant Ecology. 2. ed. Boca Raton: Crc, 2007. Cap. 1. p. 1-7.
FIEDLER, N.C. et al. Efeito de incêndios florestais na estrutura e composição florística de uma área de cerrado sensu stricto na fazenda Água Limpa-DF. Rev. Árvore, Viçosa-MG, v. 28, n. 1, p.129-138, fev. 2004.
GÁLVEZ, D.; PEARCY, R. W. Petiole twisting in the crowns of Psychotria limonensis: implications for light interception and daily carbon gain. Oecologia, [s.l.], v. 135, n. 1, p.22-29, 7 fev. 2003.
HARIDASAN, M. Nutritional adaptations of native plants of the cerrado biome in acid soils. Brazilian Journal Of Plant Physiology, [s.l.], v. 20, n. 3, p.183-195, set. 2008.
HOFFMANN, W. A. et al. Tree topkill, not mortality, governs the dynamics of savanna–forest boundaries under frequent fire in central Brazil. Ecology, [s.l.], v. 90, n. 5, p.1326-1337, maio 2009.
KLINK, C. A.; MACHADO, R. B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, [s.l.], v. 1, n. 1, p.147-155, jul. 2005.
LEMOS FILHO, J. P. Fotoinibição em três espécies do cerrado (Annona crassifolia, Eugenia dysenterica e Campomanesia adamantium) na estação seca e na chuvosa. Revista Brasileira de Botânica, [s.l.], v. 23, n. 1, p.45-50, mar. 2000.
LOPES, S. F.; VALE, V. S.; SCHIAVINI, I. Efeito de queimadas sobre a estrutura e composição da comunidade vegetal lenhosa do cerrado sentido restrito em Caldas Novas, GO. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 33, n. 4, p.695-704, ago. 2009.
MARQUES, A. R.; GARCIA, Q. S.; FERNANDES, G.W. Effects of Sun and Shade on Leaf Structure and Sclerophylly of Sebastiania myrtilloides (Euphorbiaceae) from Serra do Cipó, Minas Gerais, Brazil. Boletim de Botânica, São Paulo, v. 18, p.21-27, 27 jun. 1999.
MIRANDA, A. C. et al. Soil and air temperatures during prescribed Cerrado fires in Central Brazil. Journal Of Tropical Ecology, [s.l.], v. 9, n. 03, p.313-320, ago. 1993.
MISSIO, F. F. et al. Atributos funcionais de espécies arbóreas em um fragmento de floresta ombrófila mista em Lages - SC. Ciência Florestal, [s.l.], v. 27, n. 1, p.215-224, 31 mar. 2017.
MÜLLER, S. C. et al. Plant Functional Types of Woody Species Related to Fire Disturbance in Forest–Grassland Ecotones. Plant Ecology, [s.l.], v. 189, n. 1, p.1-14, 9 jun. 2007.
PÉREZ-HARGUINDEGUY, N. et al. New handbook for standardised measurement of plant functional traits worldwide. Australian Journal Of Botany, [s.l.], v. 61, n. 3, p.167-234, 2013.
PILON, N. A. L.; UDULUTSCH, R. G.; DURIGAN, G. Padrões fenológicos de 111 espécies de Cerrado em condições de cultivo. Hoehnea, [s.l.], v. 42, n. 3, p.425-443, set. 2015.
POORTER, L.; BONGERS, F.. Leaf traits are good predictors of plant performance across 53 rain forest species. Ecology, [s.l.], v. 87, n. 7, p.1733-1743, jul. 2006.
PRADO JÚNIOR, J. et al. Functional leaf traits of understory species: strategies to different disturbance severities. Brazilian Journal Of Biology, [s.l.], v. 75, n. 2, p.339-346, maio 2015.
PRADO-JUNIOR, J. A. et al. Conservative species drive biomass productivity in tropical dry forests. Journal Of Ecology, [s.l.], v. 104, n. 3, p.817-827, 19 fev. 2016.
PRADO-JUNIOR, J. A. et al. Functional traits shape size-dependent growth and mortality rates of dry forest tree species. Journal Of Plant Ecology, [s.l.], p.895-906, 23 set. 2017.
REICH, P. B.; ELLSWORTH, D. S.; WALTERS, M. B.. Leaf structure (specific leaf area) modulates photosynthesis-nitrogen relations: evidence from within and across species and functional groups. Functional Ecology, [s.l.], v. 12, n. 6, p.948-958, dez. 1998.
REICH, P. B. The world-wide “fast-slow” plant economics spectrum: a traits manifesto. Journal Of Ecology, [s.l.], v. 102, n. 2, p.275-301, 2014.
RICOTTA, C.; AVENA, G.; CHIARUCCI, A. Quantifying the effects of nutrient addition on the taxonomic distinctness of serpentine vegetation. Plant Ecology, [s.l.], v. 179, n. 1, p.21-29, 2005.
RIOS, M. N. S.; SOUSA-SILVA, J. C. Grupos funcionais em áreas com histórico de queimadas em Cerrado sentido restrito no Distrito Federal. Pesquisa Florestal Brasileira, [s.l.], v. 37, n. 91, p. 285-298, 29 set. 2017.
ROQUETTE, J. G. Distribuição da biomassa no Cerrado e a sua importância na armazenagem do carbono. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 28, n. 3, p.1350-1363, 1 out. 2018.
SILVA, D. M. et al. Os Efeitos dos Regimes de Fogo sobre a Vegetação de Cerrado no Parque Nacional das Emas, GO: 27 Considerações para a Conservação da Diversidade. Biodiversidade Brasileira, [s.l.], v. 1, n. 2, p.26-39, 2011.
SOMAVILLA, N. S.; GRACIANO-RIBEIRO, D. Análise comparativa da anatomia foliar de Melastomataceae em ambiente de vereda e cerrado sensu stricto. Acta Botanica Brasilica, [s.l.], v. 25, n. 4, p.764-775, dez. 2011.
SOUZA LIMA, E.; SOUZA LIMA, H.; RATTER, J. A. Mudanças pós-fogo na estrutura e composição da vegetação lenhosa, em um cerrado mesotrófico, no período de cinco anos (1997-2002) em Nova Xavantina-MT. Cerne, v. 15, n. 4, 2009.
SOUZA, A. R. et al. Flame retardant properties of the bark powder of Anadenanthera peregrina var. falcata (Benth.) Altschul (angico) studied by coupled thermogravimetry–Fourier transform infrared spectroscopy. Journal Of Analytical And Applied Pyrolysis, [s.l.], v. 106, p.187-189, mar. 2014.
VALE, V. S. et al. When ecological functions are more important than richness: A conservation approach. Journal Of Ecology And The Natural Environment, [s.l.], v. 2, n. 12, p.270-280, dez. 2010.
VALE, A. T.; FIEDLER, N. C.; SILVA, G. F. Avaliação energética da biomassa do cerrado em função do diâmetro das árvores. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 12, n. 2, p.115-126, 2002.
VALE, V. S.; LOPES, S. F. Efeitos do fogo na estrutura populacional de quatro espécies de Cerrado. Revista Nordestina de Biologia, [s.l.], v. 19, n. 2, p.45-53, 30 dez. 2010.
VALE, V. S. et al. Functional groups in a semideciduous seasonal forest in Southeastern Brazil. Biotemas, [s.l.], v. 26, n. 2, p.45-58, 12 jan. 2013.
VIOLLE, C.; JIANG, L. Towards a trait-based quantification of species niche. Journal Of Plant Ecology, [s.l.], v. 2, n. 2, p.87-93, 2009.
WRIGHT, S. J. et al. Functional traits and the growth–mortality trade-off in tropical trees. Ecology, [s.l.], v. 91, n. 12, p.3664-3674, 2010.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Ciência Florestal
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.