Efeito de borda em Florestas Estacionais Semideciduais do Cerrado
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509867155Palavras-chave:
Antropização, Dendrograma de similaridade, Distância da borda, Fragmentação florestalResumo
Os Efeitos de Borda são modificações na vegetação, nas condições microclimáticas e no solo na transição entre o meio exterior e o interior da floresta. O objetivo deste estudo foi verificar até quantos metros é perceptível variações florístico estruturais ocasionadas pelo Efeito de Borda, analisando-se o estrato arbóreo e regenerativo de quatro fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual localizados no bioma Cerrado. A partir da amostragem realizada nestes quatro fragmentos, foram analisadas, por meio de dendrogramas e regressões, se os parâmetros estruturais podem distinguir regiões de borda e de interior. Para o estrato arbóreo, nos dendrogramas de similaridade (Bray-Curtis e Sørensen), os fragmentos apresentaram grupos com parcelas semelhantes até os 40 metros de borda. Para o estrato regenerativo, os grupos foram mais difíceis em distinguir, mesmo com tendência, a dissimilaridade florística de 15 a 20 m. A partir da Análise de Similaridade (ANOSIM), os grupos foram confirmados estatisticamente. A porcentagem de similaridade (SIMPER) pode relacionar as espécies em função da sua contribuição para a divisão dos grupos e para as áreas de maior interesse. Nas análises dos dados estruturais, não foram comprovadas as relações do n° de árvores, espécies e área basal em função da borda. As análises de similaridade foram capazes de distinguir o interior da borda e mensurar a distância percorrida nos fragmentos estudados, demonstrando que a composição dos primeiros 40 m de floresta pode ser considerada borda.
Downloads
Referências
ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M. Koppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, Stuttgart, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2014. DOI: https://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507
ANDERSON, M. J.; WALSH, D. C. I. PERMANOVA, ANOSIM, and the Mantel test in the face of heterogeneous dispersions: What null hypothesis are you testing? Ecological Monographs, Florida, v. 83, n. 4, p. 557-574, 2013. DOI: https://doi.org/10.1890/12-2010.1
BLUMENFELD, E. C. et al. Relações entre o tipo de vizinhança e efeitos de borda em fragmento florestal. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 26, n. 4, p. 1301-1316, 2016. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509825150
BOLT, L. M. et al. Down by the riverside: Riparian edge effects on three monkey species in a fragmented Costa Rican forest. Biotropica, v. 1, p. 1-13, 2020.
BOTREL, R. T.; OLIVEIRA FILHO, A. T.; RODRIGUES, L. A.; CURI, N. Influência do solo e topografia sobre as variações da composição florística e estrutura da comunidade arbóreo-arbustiva de uma floresta estacional semidecidual em Ingaí, MG. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 195-213. 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-84042002000200008
BRINCK, K. et al. High resolution analysis of tropical forest fragmentation and its impact on the global carbon cycle. Nature Communications, v. 8, n. 14855, p. 1-6, 2017. DOI: https://doi.org/10.1038/ncomms14855
BROADBENT, E. N. et al. Forest fragmentation and edge effects from deforestation and selective logging in the Brazilian Amazon. Biological Conservation, v. 141, n. 1, p. 1745-1757, 2008. DOI: https://doi.org/10.1016/j.biocon.2008.04.024
CABACINHA, C. D.; FONTES, M. A. L. Caracterização florística e estrutural de fragmentos de matas de galeria da bacia do alto araguaia. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 24, n. 2, p. 379-390, 2014. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509814575
CHEN, J. et al. Quantitative evaluation of species composition dissimilarity within a community and among communities. Ecological Research, v. 36, n. 1, p. 152-160, 2021. DOI: https://doi.org/10.1111/1440-1703.12192
CHRISTIANINI, A. V.; OLIVEIRA, P. S. Edge effects decrease ant-derived benefits to seedlings in a neotropical savanna. Arthropod-Plant Interactions, Finlandia, v. 7, n. 1, p. 191-199, 2013. DOI: https://doi.org/10.1007/s11829-012-9229-9
COELHO, A. J. P. et al. Effects of anthropogenic distubances on biodiversity and biomass stock of Cerrado, the Brazilian savanna. Biodiversity and Conservation, v. 29, n. 1, p. 3151-3168, 2020. DOI: https://doi.org/10.1007/s10531-020-02013-6
D'ABADIA, K. L. et al. Hydro-microbiological attributes of the soil in edge of seasonal semideciduous forest fragment. Revista de Agricultura Neotropical, Cassilândia-MS, v. 7, n. 1, p. 18-24, 2020. DOI: https://doi.org/10.32404/rean.v7i1.3919
FERREIRA, R. Q. S. et al. Diversidade Florística do Estrato Arbustivo - Arbóreo de três áreas de cerrado sensu stricto, Tocantins. Revista Desafios, Palmas-TO, v. 04, n. 02, p. 69-82, 2017. DOI: https://doi.org/10.20873/uft.2359-3652.2017v4n2p69
FERREIRA, T. S.; MARCON, K. A.; SALAMI, B.; RECH, C. C. C.; MENDES, A. R.; CARVALHO, A. F.; MISSIO, F. F.; PSCHEIDT, F.; GUIDINI, A. L.; DORNELLES, R. S.; SILVA, A. C.; HIGUCHI, P. Composição florístico-estrutural ao longo de um gradiente de borda em fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana em Santa Catarina. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 26, n. 1, p. 123-134, 2016. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509821097
GUANIER, L. et al. Multi-spatiotemporal simulation of edge effect on forest patches in the barra seca river basin, ES. FLORESTA, Curitiba-PR, v. 50, n. 4, p. 1864-1872, 2020. DOI: https://doi.org/10.5380/rf.v50i4.66577
GUSSON, A. E. et al. Características químicas do solo e estrutura de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em Ipiaçu, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 60, n. 2, p. 403-414, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/2175-7860200960212
HAMMER, O. et al. PAST: Paleontological Statistics software package for education and data analysis. Palaeontologia Electronica, v. 4, n. 1, p. 1-9, 2001.
HUA, G. et al. MGUPGMA: A Fast UPGMA Algorithm With Multiple Graphics Processing Units Using NCCL. Evolutionary Bioinformatics, v. 13, n. 1, p. 1-7, 2017. DOI: https://doi.org/10.1177/1176934317734220
LAURANCE, W. F.; VASCONCELOS, H. L. Consequências ecológicas da fragmentação florestal na Amazônia. Oecologia Brasiliensis, Rio de Janeiro, v. 13, n. 3, p. 434-451, 2009. DOI: https://doi.org/10.4257/oeco.2009.1303.03
LOPES, S. F. et al. An Ecological Comparison of Floristic Composition in Seasonal Semideciduous Forest in Southeast Brazil: Implications for Conservation. International Journal of Forestry Research, v. 2012, n. 1, p. 1-14, 2012. DOI: https://doi.org/10.1155/2012/537269
MENDONÇA, A. H. et al. Edge effects in savanna fragments: a case study in the cerrado. Plant Ecology & Diversity, Londres, v. 8, n. 4, p. 493-503, 2015. DOI: https://doi.org/10.1080/17550874.2015.1014068
MILHOMEM, M. E. V. et al. Estrutura do estrato arbóreo e regenerativo de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em Itumbiara, GO. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 23, n. 4, p. 679-690, 2013. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509812352
OLIVEIRA, A. P. et al. Mortality, recruitment and growth of the tree communities in three forest formations at the Panga Ecological Station over ten years (1997-2007). Acta Botanica Brasilica, Brasília-DF, v. 28, n. 2, p. 234-248, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-33062014000200010
PALHARINI, K. M. Z. et al. Edge Effects Reflect the Impact of the Agricultural Matrix on the Corticolous Lichens Found in Fragments of Cerrado Savana in Central Brazil. Sustainability, v. 12, n. 17, p. 1-19, 2020. DOI: https://doi.org/10.3390/su12177149
PAULA, M. D. et al. The extent of edge effects in fragmented landscapes: Insights form satellite measurementes of tree cover. Ecological Indicators, v. 69, n. 1, p. 196-204, 2016. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ecolind.2016.04.018
PEREIRA, F. C. et al. Edge Effects on Successional Dynamics of Forest Fragments in the Brazilian Cerrado. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, v.28, n. 2, p. 3-8, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/2179-8087-floram-2020-0063
PEREIRA-SILVA, E. F. C. et al. Floristica e fitossociologia dos estratos arbustivo e arbóreo de um remanescente de cerradão em uma Unidade de Conservação do Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 533-544, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-84042004000300013
PSCHEIDT, F. et al. Efeito de borda como fonte da heterogeneidade do componente arbóreo em uma floresta com araucárias no Sul do Brasil. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 28, n. 2, p. 601-612, 2018. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509832046
RIGUEIRA, D. M. G. et al. Influência da distância da borda e do adensamento foliar sobre a abundância de plantas pioneiras em um fragmento de floresta tropical submontana na Estação Ecológica de Wenceslau Guimarães (Bahia, Brasil). Acta Botanica Brasilica, Brasília-DF, v. 26, n. 1, p. 197-202, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-33062012000100019
SILVA, V. P. G. et al. Estrutura da comunidade arbórea e efeito de borda em Florestas Estacionais Semideciduais. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 31, n. 3, 2021. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509836234
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Ciência Florestal

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.