Dinâmica de crescimento de uma floresta tropical sazonalmente seca no semiárido brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509867697Palavras-chave:
incremento, densidade, ingresso, Caatinga, mortalidadeResumo
Estudos que visam quantificar e analisar a dinâmica do crescimento da vegetação, fornecem informações para o manejo e conservação das florestas ao longo do tempo. Sendo assim, o objetivo principal deste trabalho foi analisar a dinâmica e o crescimento em área basal, em diferentes intervalos (2008-2016; 2008-2017 e 2008-2019), em duas áreas com diferentes históricos de perturbação e uso, no município de Floresta - PE. Foram instaladas 40 parcelas permanentes de 20 m x 20 m, com coleta de dados do ano de 2008 até 2019, em duas áreas, A1: menos conservada e A2: mais conservada, em que foram medidos os indivíduos e fustes com circunferência a 1,30 m do solo ≥ 6 cm. Foi verificado o número de indivíduos e fustes por espécies, calculado a área basal nos diferentes intervalos, taxas de ingressos, mortalidade, crescimento bruto e líquido, incluindo e excluindo ingressos. Foi constatado decréscimo em número de indivíduos e fustes ao longo dos anos para ambas as áreas, no entanto, houve aumento na área basal da A1, 2008: 3,1 m2.ha-1; 2016: 3,8 m2.ha-1; 2017: 3,9 m2.ha-1 e 2019: 4,6 m2.ha-1, já na A2 ocorreu o inverso, com área basal inicial de 8,3 m2.ha-1; 6,4 m2.ha-1; 6,4 m2.ha-1; e 7,0 m2.ha-1, respectivamente, verificou-se ainda que nos anos de menos chuvas a área basal teve valor médio menor, o inverso é verdadeiro, maior volume precipitado significa aumento de área basal. Apesar da A1 ter se sobressaído, as altas taxas de mortalidade de fustes e indivíduos em todos os intervalos estudados fez com que a área basal diminuísse gradativamente, o crescimento líquido foi afetado, além disso nos anos de menores precipitações pluviométricas houve valores menores da área basal, evidenciando a dependência climática, impactando na dinâmica florestal.
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