O uso de sistemas agroflorestais diversificados na restauração florestal na Mata Atlântica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509829050

Palavras-chave:

Corredor agroflorestal, Fragmentação, Indicadores ecológicos

Resumo

Com a nova legislação ambiental brasileira vislumbra-se a possibilidade do uso de sistemas agroflorestais diversificados para recompor áreas de preservação permanente e reserva legal, principalmente em pequenas propriedades rurais. Uma pergunta que surge, diz respeito a capacidade desses sistemas em reduzir custos na restauração florestal e ao mesmo tempo apresentar eficiência ecológica similar aos plantios em que se faz uso exclusivo de espécies nativas do bioma em questão. Buscando a resposta avaliou-se nesse estudo um sistema agroflorestal implantado em 2005, em Seropédica, RJ, que tinha o objetivo de interligar dois fragmentos florestais ali existentes. Desde então foram feitas uma série de avaliações sobre a eficácia ecológica desse “corredor agroflorestal” na interligação desses fragmentos. Os resultados indicaram que a quantidade e a qualidade da fauna do solo e fungos micorrízicos foram favorecidos pelo sistema agroflorestal em comparação à matriz de pastagem, mas ainda se encontram em níveis inferiores aos fragmentos florestais interligados. A pastagem próxima ao sistema agroflorestal vem se beneficiando da melhoria ambiental ali existente, criando um “efeito de borda positivo”, situação bem distinta da pastagem que se encontrava mais distante da área de influência do corredor agroflorestal. Para os indicadores utilizados, o sistema agroflorestal foi eficiente. 

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Biografia do Autor

Eline Matos Martins, Departamento de Ecologia, Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia, Goiânia, GO

Bióloga, Drª., Universidade Federal de Goiás, Departamento de Ecologia, Campus Samambaia, Goiânia, GO, Brasil.

Eliane Ribeiro da Silva, Embrapa Agrobiologia, Seropédica, RJ

Engenheira Florestal, Drª., Pesquisadora da Embrapa Agrobiologia, Seropédica, RJ, Brasil.

Eduardo Francia Carneiro Campello, Embrapa Agrobiologia, Seropédica, RJ

Engenheiro Florestal, Dr., Pesquisador da Embrapa Agrobiologia, Seropédica, RJ, Brasil.

Alexander Silva de Resende, Embrapa Agrobiologia, Seropédica, RJ

Engenheiro Florestal, Dr., Pesquisador da Embrapa Agrobiologia, Seropédica, RJ, Brasil.

Sandra Santana de Lima, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ

Bióloga, Dra., Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, Brasil.

Camila Pinheiro Nobre, Universidade Estadual do Maranhão, Cidade Universitária Paulo VI, São Luís, MA

Engenheira Agrônoma, Drª., Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia, Universidade Estadual do Maranhão, Cidade Universitária Paulo VI, São Luís, MA, Brasil.

Maria Elizabeth Fernandes Correia, Embrapa Agrobiologia, Seropédica, RJ

Bióloga, Drª., Pesquisadora Embrapa Agrobiologia, Seropédica, RJ, Brasil.

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Publicado

30-06-2019

Como Citar

Martins, E. M., Silva, E. R. da, Campello, E. F. C., Resende, A. S. de, Lima, S. S. de, Nobre, C. P., & Correia, M. E. F. (2019). O uso de sistemas agroflorestais diversificados na restauração florestal na Mata Atlântica. Ciência Florestal, 29(2), 632–648. https://doi.org/10.5902/1980509829050

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