Banco de sementes do solo após 25 anos do plantio de leguminosas arbóreas em área de empréstimo – Seropédica, RJ
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509847031Palavras-chave:
Revegetação, Recuperação de áreas degradadas, Sucessão ecológicaResumo
Em áreas degradadas pela remoção de horizontes superficiais do solo, como as áreas de empréstimo, poucas são as espécies vegetais capazes de se desenvolver sem a aplicação de elevadas doses de fertilizantes. As plantas da família Leguminosae, fixadoras de nitrogênio, estão entre essas poucas, visto que possibilitam rápida cobertura do solo e a estruturação do ambiente para um avanço sucessional. Em 1989, no campo experimental da Embrapa Agrobiologia, Seropédica – RJ, realizou-se a revegetação de uma área de empréstimo de argila, com espécies dessa família, noduladas e micorrizadas. Após 25 anos do plantio, avaliaram-se a fertilidade, o estoque de serrapilheira e o banco de sementes do solo, com ênfase nas espécies não arbóreas. O uso de leguminosas arbóreas mostrou-se eficaz, depositando elevada quantidade de serrapilheira e assim melhorando a fertilidade do solo, o que acarretou a ativação dos mecanismos de sucessão natural. Foram identificados no banco de sementes do solo 37 espécies/morfotipos de 16 famílias. Desse total, 25 eram não arbóreas, sendo 16 nativas e 9 naturalizadas. O estudo leva a uma reflexão sobre a necessidade de se dar mais importância a outras guildas da floresta, em projetos de restauração, mesmo considerando o sucesso das leguminosas arbóreas na catálise do processo de sucessão ecológica.
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Referências
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