Relações entre toxicologia de águas fluviais e uso e ocupação da terra
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X84452Palavras-chave:
Qualidade da Água, Biomonitoramento, Sensoriamento remotoResumo
Decorrente do avanço populacional desordenado e da intensificação das atividades antrópicas, diversos são os impactos ambientais resultantes nos corpos hídricos, como por exemplo a toxicidade das suas águas. O presente estudo teve como objetivo avaliar a toxicidade da água do Rio das Antas por meio de bioensaios ecotoxicológicos utilizando neonatos do microcrustáceo Daphnia magna e relacionar com o uso e ocupação da terra nas áreas próximas ao rio. Foram adotados 14 pontos de amostragem durante todo o percurso do rio avaliado e posteriormente realizadas coletas de amostras de água, em seguida submetidas a análises de toxicidade aguda por meio da utilização dos neonatos. Foi gerado o mapeamento do uso e ocupação da terra da Bacia Hidrográfica do Rio das Antas e em seguida realizada uma análise de aproximadamente 400 metros de raio a partir de cada ponto de amostragem. Foram quantificadas as taxas de ocupação referentes a cada área avaliada e posteriormente correlacionado esses valores com os dados de toxicidade obtidos. Diante dos resultados, conclui-se com elevada significância (99%) que o uso e ocupação da terra nas áreas ao redor dos corpos hídricos influencia diretamente na toxicidade da água de forma a impactá-lo (áreas urbanas) ou preservá-lo (áreas de floresta nativa) a depender do uso quando avaliada por meio de ensaios agudos utilizando de neonatos do microcrustáceo Daphnia magna.
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