Liberdade e neurociência: como a metafísica de Schopenhauer responderia ao determinismo neurológico?

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378671865

Palabras clave:

Liberdade, Determinismo, Neurociências

Resumen

Experimentos realizados por neurocientistas como Benjamin Libet e Michael Gazzaniga, sugerem a impossibilidade de haver liberdade nas ações individuais. Embora os dois referidos cientistas tenham elaborado teorias e experimentos um tanto distintos entre si, o resultado geral é o de que o cérebro decide independentemente da consciência do agente. Neste artigo, mostramos que tais experimentos podem ser qualificados como a confirmação empírica daquilo que o filósofo Arthur Schopenhauer, já no século XIX, afirmava a partir de argumentos apriorísticos, baseando-se no princípio de razão suficiente. No entanto, Schopenhauer também sustentou uma teoria da liberdade a partir do caráter do agente, em lugar de sustentar o livre-arbítrio das ações. Veremos que esta teoria schopenhaueriana da liberdade não fora afetada pelos trabalhos de Libet e Gazzaniga, uma vez que, na melhor das hipóteses, os dois cientistas teriam comprovado a ausência de liberdade das decisões singulares, restando intocada a questão sobre a constituição moral do agente.

 

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Biografía del autor/a

Rogério Moreira Orrutea Filho, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR

Possui graduação em Direito pela Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco (2010), mestrado em Filosofia pela Universidade Estadual de Londrina - UEL (2014), e licenciatura em Filosofia pela Unifil (2016). Atualmente, é doutorando em Filosofia pela Universidade Estadual de Londrina - UEL, integrante do Núcleo de Pesquisa Schopenhauer-Nietzsche (UEL), e leciona  Filosofia do Direito na Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco. Suas pesquisas pessoais e trabalhos publicados são predominantemente voltados aos campos da Ética, Filosofia Política e Filosofia do Direito, e têm como principais objetos de apreciação questões como a fundamentação moral da propriedade privada, livre-arbítrio, individualidade, dignidade humana e justificativa moral do direito de punição.

Citas

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Publicado

2023-03-14

Cómo citar

Orrutea Filho, R. M. (2023). Liberdade e neurociência: como a metafísica de Schopenhauer responderia ao determinismo neurológico?. Voluntas: International Journal of Philosophy, 13(2), e5. https://doi.org/10.5902/2179378671865

Número

Sección

Estudios Schopenhauerianos