https://periodicos.ufsm.br/voluntas/issue/feed Voluntas: Revista Internacional de Filosofia 2024-05-22T12:50:27-03:00 Luan Corrêa da Silva (Editor) voluntas@ufsm.br Open Journal Systems <p>A <em>Voluntas: Revista Internacional de Filosofia</em>, ISSN 2179-3786, Qualis/CAPES A3, é um periódico da Seção Brasileira da Schopenhauer-Gesellschaft (Sociedade Schopenhauer) vinculado aos Programas de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Tem como objetivo central publicar trabalhos em formato de artigos originais, resenhas, traduções e entrevistas da área de Filosofia, especialmente sobre a filosofia schopenhaueriana, em vista de promover interlocuções entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros. A revista é publicada em duas seções: (i) os Estudos Schopenhauerianos, expediente original do periódico que publica trabalhos sobre a filosofia de Arthur Schopenhauer; (ii) os Dossiês temáticos e eventuais, que publicam trabalhos sobre os mais variados temas na área da Filosofia relacionados de alguma forma à filosofia de Schopenhauer. Além disso, a revista publica, eventualmente, números especiais. O periódico adota a modalidade de Publicação Contínua, com periodicidade anual. Nesse formato, os manuscritos são publicados assim que finalizados os processos de avaliação e revisão.</p> <p><strong>eISSN 2179-3786 | Qualis/CAPES (2017-2020) = A3</strong></p> https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85522 Nietzsche e as consequências de um grande terremoto: metafísica ou grande saúde? 2024-05-22T12:49:54-03:00 Wilson Antonio Frezzatti Jr. wfrezzatti@uol.com.br <p>Por meio de sua fisiopsicologia, isto é, da morfologia e doutrina do desenvolvimento da vontade de potência, Nietzsche avalia a condição impulsional de indivíduos e culturas. Assim, produções que afirmam a vida como um movimento contínuo de autossuperação são sintomas de uma dinâmica saudável; mórbidos são os organismos que procuram estratégias de conservação e paralisação das mudanças, como, por exemplo, a metafísica. Nesse contexto teórico, este artigo pretende investigar a reação de Nietzsche em face de um grande terremoto ocorrido em Nice no ano de 1887, vivenciado pelo próprio filósofo. Nietzsche acredita ter a grande saúde, o que o habilita a rejeitar a busca, imposta por uma catástrofe à maioria dos seres humanos, de valores eternos em instâncias transcendentes.</p> 2024-04-12T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Wilson Antonio Frezzatti Jr. https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85592 Tempos de crise e locais de catástrofe 2024-05-22T12:49:45-03:00 Marcos Alexandre Gomes Nalli marcosnalli@yahoo.com <p>O presente artigo tem por finalidade ensaiar uma reflexão sobre a aporia imposta pela catástrofe. Para isso, inicialmente, apresenta-se alguns dados de catástrofes a serem tomadas como exemplares: a cheia no Vale do Taquari (RS) e a seca nos rios da bacia amazônica (AM). A seguir, busca-se pensar a questão da catástrofe desde seu índice temporal, e para isso, se recorrerá a duas propostas: de Jean-Pierre Dupuy e de Alain Brossat. Intentou-se outra alternativa, ainda que não exclusiva: a de enfatizar a espacialidade da catástrofe, sem necessariamente perder de vista sua temporalidade, mas de algum modo subordinando-a àquela do espaço, do local da catástrofe, evidenciando como a catástrofe pode ser tomada como questão biopolítica. Por fim, apoiando-se nessa correlação espaço-temporal da catástrofe, e tomando por apoio o terremoto no Haiti em 2010, ensaia-se algum pensamento que busca realocar a relação entre local e global/universal e, assim, subvertendo a lógica biopolítica de sua governamentalidade.</p> 2024-04-12T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Marcos Nalli https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85574 No olho do furacão: Gabriel Marcel e a catástrofe 2024-05-22T12:49:50-03:00 Claudinei Aparecido de Freitas da Silva cafsilva@uol.com.br <p>O que é a catástrofe? O que a leva, a cada reedição, manter a sua essência última? De que forma, de tempos em tempos, ela se reinventa a ponto de impor uma agenda da qual o filósofo não pode deixar de pautar como um ponto interrogativo acerca do seu real sentido e alcance? Essas entre outras questões se colocam na emergência aqui do debate que procuraremos balizar à luz da obra fenomenológico-existencial de Gabriel Marcel. Trata-se de revisitar, a partir, sobretudo, de <em>Les Hommes Contre l’Humaine</em>, um de seus escritos mais marcantes quanto ao tema, a maneira própria como o filósofo faz um balanço da tragédia de nossa época. Se advoga então a tese de que o fenômeno catastrófico se liga essencialmente a uma atitude sintomática de nossa cultura metafísica que tomou asas no Ocidente: o espírito de abstração. Como contraofensiva a essa escalada espiritual, o texto termina por conclamar uma tomada de consciência mais exigente: a reconquista do concreto.</p> 2024-04-12T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Claudinei Aparecido de Freitas da Silva https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85049 Nietzsche, Kafka e a dor de existir 2023-09-30T07:06:39-03:00 Jarlee Oliveira Silva Salviano jarleesalviano@gmail.com <p lang="pt-BR" align="JUSTIFY"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Calibri, serif;"><span style="font-size: small;">O artigo faz uma análise da importância para Nietzsche e Kafka do castigo, do infligir a dor, para a efetivação da autoridade dos códigos morais na história. Ademais, procura acrescentar a esta reflexão, a partir da filosofia do primeiro e da literatura do segundo, uma análise da espetacularização da dor na constituição histórica das culturas e lançar luzes à fundamentação de uma estética do fenômeno do sofrimento e da morte, a partir do ultrapassamento de suas tradicionais configurações éticas e religiosas.</span></span></span></p> 2024-05-27T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Jarlee Oliveira Silva Salviano https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85579 Alagação: quem salvará nossa cidade? 2024-05-22T12:49:48-03:00 Felipe dos Santos Durante xfelipedurantex@gmail.com <p>Este artigo tem como objetivo, a partir da leitura e interpretação das <em>Vorlesungen über Ethik </em>(<em>Lições Sobre Ética</em>), da coletânea de conferências<em> Não somos de Arama Rígido</em> de Ernst Tugendhat e da análise dos dados oficiais compilados pelo Governo Estadual do Acre e pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC), analisar a catástrofe ocorrida na cidade de Rio Branco, capital do Estado do Acre, no ano de 2023. Nos meses de maio e abril a cidade enfrentou a segunda maior alagação de sua história desde que o volume do Rio Acre passou a ser medido, ocasião em que ele atingiu 17,70m, ultrapassando suas cotas de alerta (13,50m) e de transbordamento (14m). Com isso, esperamos delinear e destacar questões teóricas e práticas, filosóficas e políticas, sobre direitos humanos, as quais envolvem o papel dos agentes públicos e privados no enfrentamento de uma catástrofe natural.</p> 2024-04-12T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Felipe dos Santos Durante https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85236 Medicina como Crença: reflexões sobre a Relação entre Ciência e Fé em Tempos de Pandemia 2024-05-22T12:49:42-03:00 Luana Rayara Vieira de Sousa luanarayara@gmail.com Carliane Maria da Silva Batista carlianebatista032@gmail.com Rodrigo Barros Gewehr rodrigo.gewehr@ip.ufal.br <p><span style="font-weight: 400;">A pandemia da COVID-19 causou uma completa modificação nas formas de interação e comportamento social, visto que a contenção do vírus tornou-se prioridade mundial. O Estado, junto à medicina, passou a determinar os protocolos sanitários seguidos pela comunidade. A partir da indagação do filósofo Giorgio Agamben acerca da facilidade na qual uma sociedade permitiu considerar-se contagiada e entendendo como um período de calamidade deflagra a fragilidade da racionalidade científica diante da demanda por cura, neste artigo objetivou-se analisar se a medicina tem respondido às demandas místicas a ela solicitadas, ou mesmo, se tem forjado demandas mistificadoras que reforçam seu lugar de poder social. Para tal, notas e documentos e posicionamentos de figuras políticas e instituições médicas brasileiras estarão aqui postos em pauta como vitrine que permite a análise da presença do caráter místico no discurso da medicina. É trazida aqui a oportunidade de ponderar as consequências decorrentes da ausência de questionamento acerca da cientificidade das instituições médicas e de suas influências na sociedade contemporânea. A exploração abrange não apenas o funcionamento baseado em conhecimento, mas também ressalta a influência da fé. Portanto, é um convite à reflexão sobre como a prática médica nos convida ao apego da crença na ciência.</span></p> 2024-04-26T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Luana Rayara Vieira de Sousa, Carliane Maria da Silva Batista, Rodrigo Barros Gewehr https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85625 Técnica da Aliança: elementos para uma relação não violenta com a natureza, segundo Ernst Bloch 2024-05-22T12:50:03-03:00 Rosalvo Schutz rosalvoschutz@hotmail.com <p>Segundo Ernst Bloch, o fato de grande parte das técnicas atualmente disponíveis tratarem a natureza apenas como objeto de dominação seria a consequência de uma relação instrumental e alienada da nossa sociedade com a natureza, resultando em uma tecnologia da violação, da destruição e da repressão. Daí a importância de se entender essa alienação fundamental, que estaria na base das catastróficas tendências ambientais da atualidade, a fim de se conceber, filosoficamente, uma técnica sem violação, também denominada de Técnica da Aliança (<em>Allianztechnik</em>). Trata-se de uma concepção de técnica que pressupõe uma natureza e uma sociedade em horizontes abertos, integrados e vivos, para além do tolhimento burguês dela. Bloch concebe a Técnica da Aliança a partir da unidade originária, viva e coprodutiva entre natureza e sociedade. A superação da hodierna relação entre seres humanos e natureza requer, por isso, uma reconceitualização filosófica da própria natureza e de nossa relação com ela. Uma práxis social adequada poderia, inclusive, desbloquear conteúdos utópicos objetivamente já latentes na técnica atual, além de viabilizar novas possibilidades.</p> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Rosalvo Schutz https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/84889 O apocalipse filosófico: considerações onto-historiais sobre o problema do limiar catastrófico entre a era final da técnica e um outro pensar a partir de Heidegger 2024-05-22T12:50:24-03:00 Marina Coelho marinacoelho95@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">O objetivo deste trabalho é entender, por algumas vias escolhidas, o que significa pensar o </span><em><span style="font-weight: 400;">limiar </span></em><span style="font-weight: 400;">final da </span><em><span style="font-weight: 400;">história</span></em><span style="font-weight: 400;">, enquanto história da metafísica. Trata-se de partir da conferência de Derrida sobre um tom apocalíptico da filosofia contemporânea a respeito dos múltiplos fins que a filosofia do século XIX ao século XX proclamou, para evocar como Heidegger, o autor guia dessas considerações, pensa o fim da história da metafísica enquanto era da técnica e o desdobramento de suas consequências enquanto possibilidade de catástrofe civilizacional ou </span><em><span style="font-weight: 400;">transformação</span></em><span style="font-weight: 400;"> do modo ocidental de pensar e agir. Em primeiro lugar, procura-se pensar esse </span><em><span style="font-weight: 400;">fim</span></em><span style="font-weight: 400;"> da metafísica enquanto crise do regime metafísico e moderno de historicidade. Em segundo lugar, é preciso entender de que maneira a filosofia de Heidegger nos auxilia a pensar o limiar dessa história enquanto</span><em><span style="font-weight: 400;"> discordância temporal</span></em><span style="font-weight: 400;">, isto é, prolongamento catastrófico do ser enquanto técnica, ou a possibilidade de um outro acontecimento. Em terceiro lugar, gostaríamos de pensar as consequências filosóficas que o pensar nesse </span><em><span style="font-weight: 400;">limiar</span></em><span style="font-weight: 400;"> acarreta para a possibilidade do </span><em><span style="font-weight: 400;">agir </span></em><span style="font-weight: 400;">humano numa situação que, como podemos encontrar em Agamben, constitui o </span><em><span style="font-weight: 400;">irreparável </span></em><span style="font-weight: 400;">e&nbsp; possibilita a transparência ética da práxis no “tempo depois do último dia”.</span></p> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Marina Coelho https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85340 O antropoceno e a contribuição da eudemonologia schopenhaueriana para pensar a crise ambiental 2024-05-22T12:50:09-03:00 Iasmim Martins Souto iasmim.martins98@gmail.com Michelle Bobsin michellebobsin@ufrrj.br <div> <p class="Keywords">A ideia de um novo período geológico expressa pelo conceito de Antropoceno nos dá a dimensão do impacto humano sobre a Terra. Nós, os humanos contemporâneos, somos uma força geológica, ou melhor, o nosso modo de existência se tornou essa força. Relatórios do Painel do Clima da ONU, dados climatológicos, projeções, entre outras fontes científicas, tornaram-se objetos de interesse da reflexão filosófica sobre o futuro em um planeta fortemente impactado pelos excessos da civilização tecnológica. Tal situação impõe à filosofia contemporânea o desafio não apenas de encarar o problema, mas também de pensar em outras possibilidades de existência que fortaleçam o vínculo com a Terra. Neste sentido, o presente artigo tem o intuito de apresentar em linhas gerais a discussão sobre a ideia de Antropoceno e a proposta eudemonológica schopenhaueriana a partir da atualização do pensamento de Schopenhauer, para pensarmos o cenário catastrófico que está se configurando com a constatação da gravidade de nosso tempo.</p> </div> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Iasmim Martins Souto, Michelle Bobsin https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85259 Niilismo, neoliberalismo e catástrofe 2024-05-22T12:50:19-03:00 Ronaldo Pelli Junior ronaldopelli@gmail.com Ádamo Bouças Escossia da Veiga adamo.veiga1@hotmail.com <p><strong>Niilismo, neoliberalismo e catástrofe</strong>: A subjetividade neoliberal, como estudada por Foucault, Laval e Dardot, acaba por reforçar o niilismo, que já tinha sido tão bem interpretado e conjurado por Nietzsche, ainda no século XIX. Esse aprofundamento acontece principalmente pelo viés do ressentimento, um dos afetos que está presente tanto na leitura neoliberal como nos estudos sobre o niilismo. No século XXI, a cientista política Wendy Brown atualizou essa correlação do niilismo e do ressentimento com o neoliberalismo, demonstrando que os atuais grupos de extrema-direita, com receio de perderem suas posições de privilégio, decidem por, de forma ressentida, atacar segmentos da sociedade que foram historicamente ostracizados. Por sua vez, Nietzsche ainda se mantém uma boa ferramenta para estudar as agremiações extremistas ao demonstrar que o problema não é a liberação da vontade de poder desse grupos extremistas, mas que tal vontade de poder é reativa, age em chave negativa, nunca de maneira a criar novos valores afirmativos. O resultado dessa mistura de neoliberalismo e niilismo ressentido é o agravamento da catástrofe climática. Como Latour explica, a destruição do mundo, esse niilismo elevado à máxima potência, foi uma decisão deliberada de parte da elite neoliberal exatamente quando tal formato político-econômico se tornou hegemônico no Ocidente.</p> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Ronaldo Pelli Junior, Ádamo Bouças Escossia da Veiga https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85933 Inflexões da ética da alteridade em Byung-Chul Han: modos de enfrentamento à catástrofe do dataísmo 2024-05-22T12:50:00-03:00 Camila Braga Soares Pinto camilabraga@id.uff.br Leandro Pinheiro Chevitarese leandrochevitarese@yahoo.com.br <p>Tendo em vista o excesso de positividade e máximo desempenho presentes na Sociedade do Desempenho, Byung-Chul Han retoma o diálogo sobre a transição das sociedades disciplinares de Foucault e de controle de Deleuze, diagnosticando a condição de violência psicopolítica e o aprisionamento narcísico, em um cenário de catástrofe presente no atual regime de informação que configura o dataísmocomo uma das principais ferramentas do sistema neoliberal. Este artigo visa investigar outros modos de existência civilizacional, a partir dos desafios de reincorporação da alteridade, propondo as inflexões que permeiam as visões do autor acerca da ética da alteridade, pautadas na dialogicidade, na experiência da negatividade do outro e nos imbricamentos entre o sujeito e o alter, bem como na alteridade das coisas, como modos de enfrentamento de tal cenário de barbárie, de maneira a reconfigurar as condições de ser e estar no mundo contemporâneo.</p> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Camila Braga, Leandro Chevitarese https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85084 A queda pandêmica do céu: contágios entre o palácio e a floresta 2024-05-22T12:50:22-03:00 Maurício Fernando Pitta mauriciopitta@hotmail.com <p>O que significa dizer, como fez o coletivo Indigenous Action em meio à pandemia de covid-19, que “o capitalismo é pandêmico” e que “nós [indígenas] somos os anticorpos”? Quais os vínculos entre crises pandêmicas, o capitalismo em seu estágio globalizado e a emergência climática que ficou conhecida como “Antropoceno”? De que modo esse vínculo é visto por aqueles, como os povos indígenas, que, não obstante à margem do processo, são os mais diretamente afetados por seus efeitos deletérios? Com base nessa provocação e nas diversas articulações feitas por Davi Kopenawa, em diálogo com Bruce Albert, entre mercadoria, epidemia (<em>xawara</em>) e fim do mundo (“queda do céu”), buscamos, neste ensaio, pensar a relação entre capitalismo e catástrofe a partir da noção-chave de “contágio”. Nossa suspeita é de que, com a repetição deliberada do termo “<em>xawara</em>” ao longo de <em>A queda do céu</em>, Kopenawa não está apenas utilizando um termo técnico para doenças epidêmicas em geral, mas caracterizando conceitualmente o tipo de relação “imunológica” que os brancos (<em>napë pë</em>), “povo da mercadoria”, estabelecem com a alteridade em geral.</p> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Maurício Fernando Pitta https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85445 Ninguém mais lerá a inscrição “Era uma vez...” 2024-05-22T12:50:05-03:00 Alisson Ramos de Souza alissonramosdesouza@gmail.com <p>O presente artigo pretende apresentar, a partir da filosofia de Günther Anders, a mudança de nosso estatuto metafísico com o advento do antropoceno, o qual borrou os contornos que distinguiam a história natural e a história humana, em razão das mudanças climáticas. Tornamo-nos seres de um novo gênero, mas, também, apocalípticos de um novo gênero, a saber, apocalípticos profiláticos. O eixo apocalíptico já não é mais aquele da bomba, antes, é o do aquecimento global. A ideia progresso – que no século XX perdeu sua dimensão emancipatória – tornou o desenvolvimento técnico cúmplice da catástrofe, na medida em que o progresso oferece uma compreensão distorcida da história e do tempo. Seria preciso reeducar a nossa imaginação moral para adiar o fim do mundo.</p> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Alisson Ramos de Souza https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/84836 Ignis mutat res 2024-05-22T12:50:27-03:00 Marco Antonio Valentim mavalentim@gmail.com <p><span style="font-weight: 400;">O ensaio investiga a diferença qualitativa do fogo a partir de suas diversas configurações histórico-físicas. Com apoio em concepções de Schrödinger, Margulis &amp; Sagan, Asimov e Prigogine &amp; Stengers, desenvolve-se o problema da conexão entre matéria, vida e espírito por meio da comparação entre conceitos divergentes de entropia. Conclui-se com uma especulação cosmológica a respeito da historicidade da natureza.</span></p> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Marco Antonio Valentim https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85286 O catastrofismo metodológico de Hans Jonas 2024-05-22T12:50:16-03:00 Jelson Roberto de Oliveira jelsono@yahoo.com.br <div> <p class="Textoabstract"><span class="TextoresumoabstractChar">Pretende-se, nesse artigo, analisar o conceito de “catastrofismo metodológico” a partir da ética da responsabilidade desenvolvida por Hans Jonas. Para isso, iniciaremos analisando o diagnóstico do autor a respeito das dificuldades contemporâneas de enfrentamento da emergência climática. A partir daí, demonstraremos qual é o lugar de Jonas no debate que envolve o catastrofismo e a colapsologia, demonstrando que esta última levaria a um imobilismo, enquanto a primeira – caso usada metodologicamente – deveria conduzir a um engajamento em vista do enfrentamento da situação e de sua superação. Nesses termos, o catastrofismo metodológico de Jonas ampara-se em um apelo à responsabilidade, compreendida como uma reorientação das ações humanas em vista de garantir as condições de uma vida autêntica no futuro.</span></p> </div> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Jelson Roberto de Oliveira https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/87398 Apresentação – Dossiê Catástrofe 2024-05-22T12:49:57-03:00 Maurício Fernando Pitta mauriciopitta@hotmail.com José Fernando Weber jweber@uel.br <p>Este trabalho não possui resumo.</p> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Maurício Fernando Pitta, José Fernando Weber https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/85093 Catástrofe algorítmica – A vingança da contingência, de Yuk Hui 2023-09-15T19:23:46-03:00 Maurício Fernando Pitta mauriciopitta@hotmail.com José Fernandes Weber jweber@uel.br <p>O presente texto é a tradução para o português brasileiro do artigo “Algorithmic Catastrophe — The Revenge of Contingency”, do filósofo chinês Yuk Hui (2015), professor na City University of Hong Kong, criador dos conceitos de “tecnodiversidade” e “cosmotécnica” e autor de livros como The Question Concerning Technology in China (2016) e Recursivity and Contingency (2019). O presente artigo, cedido generosamente pelo autor para tradução sob licença CC BY-NC-ND 4.0, originalmente fazia parte de uma edição especial da revista Parrhesia dedicada ao filósofo francês Bernard Stiegler (in memoriam), antigo orientador de doutorado do autor e uma das peças centrais na composição deste texto.</p> 2024-04-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Maurício Fernando Pitta; José Fernandes Weber