Inventários, coleções, narrativas como dispositivos de formação no estágio de docência para a Educação Infantil
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644488045Palavras-chave:
Formação docente, Estágio de Educação Infantil, Inventário de experiênciaResumo
O contato de profissionais em formação com seu campo de atuação é apontado como imprescindível para a aprendizagem de uma profissão. No caso do magistério, se as universidades cumprem um papel decisivo e insubstituível nos percursos formativos de um iniciante, a contribuição de profissionais mais experientes é também inconteste. Neste texto, considera-se o estágio como uma das vias de aproximação ao território de atuação e ao coletivo de profissionais já engajados na profissão e, desse ponto, discorre-se sobre uma proposta de estágio de docência para a atuação na Educação Infantil. Na discussão, apresenta-se o inventário de experiência como um dispositivo que reúne coleções e narrativas de cenas observadas no dia a dia de creches e pré-escolas, documentando o percurso. Argumenta-se que, como um artefato narrativo-pedagógico, o inventário intensifica o tecido de sínteses integradoras sobre a experiência de estar no campo de atuação. No entrelaçamento de teoria e prática que circundam a temática do estágio, um conjunto de inventários, produzidos por estudantes-estagiários do curso de Pedagogia da Universidade Federal Fluminense é tomado em análise. O diálogo com as narrativas textuais e imagéticas (coleções) evidenciou aspectos que envolvem a prática docente na Educação Infantil, como a organização do espaço, as interações e a brincadeira. A aprendizagem da escuta e do registro, centrais para a reflexão que configura e adensa saberes-fazeres docentes, também foi identificada. Assim, o inventário de experiência mostrou-se um dispositivo formativo fértil, no âmbito do estágio docente.
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