As práticas da progressão continuada como mantenedoras da barbárie

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644464704

Palavras-chave:

Progressão continuada, Pseudoformação, Barbárie.

Resumo

O objeto de estudo deste artigo são as práticas da progressão continuada adotadas como regime de avaliação e recuperação do sistema educacional em ciclos, características da rede estadual de ensino público de São Paulo. Esse objeto é problematizado, considerando que, dada a má formação escolar recebida pela imensa maioria dos estudantes, a dificuldade de concorrer a vagas em um mercado de trabalho cada vez mais escasso será essa a única – ou mesmo, a pior – mácula deixada pelo modo como se dão as práticas relativas a essa política pública? Haverá reflexos negativos em outras áreas da vida desses indivíduos, que não apenas a profissional? Os objetivos são: identificar e analisar as consequências da má formação escolar em decorrência das práticas da progressão continuada em uma escola pública estadual de São Paulo. A metodologia empírica utilizada envolve procedimentos de observação participante e retratos sociológicos. A análise dos dados levantados é feita por meio da Teoria da Pseudocultura, de Theodor Adorno. A análise permitiu verificar que a pseudoformação mantém a barbárie por meio de um profundo estado de alienação e regressão que a impede a emancipação dos indivíduos por meio da escolarização.

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Publicado

2023-01-30

Como Citar

Melo, E. L. B. de, & Roggero, R. (2023). As práticas da progressão continuada como mantenedoras da barbárie. Educação, 48(1), e1/ 1–21. https://doi.org/10.5902/1984644464704