Práticas de Gênero em uma Universidade: um estudo arquivístico

Autori

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644448314

Parole chiave:

Genealogia, Arquivo, Práticas de Gênero

Abstract

Este artigo é o recorte de uma dissertação de Mestrado em Ensino que teve apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior - CAPES - e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul - FAPERGS -. A dissertação “Práticas de Gênero do Currículo da Univates: uma perspectiva arquivística e imoralista” partiu da questão: de que modo o currículo da Universidade do Vale do Taquari – Univates vem performando práticas de gênero? No referido artigo, buscou-se apresentar o aporte conceitual-metodológico da pesquisa, cuja abordagem arqueogenealógica tomou, por uma via, os estudos de Michel Foucault (2009; 2013) em torno da noção de arquivo e, por outra, a noção de performatividade de gênero de Judith Butler (2017). O arquivo das práticas de gênero da Universidade do Vale do Taquari - Univates foi produzido de modo localizado, de maneira que se tomou os documentos gerados pela instituição como condições de possibilidade para a emergência de práticas de gênero. Destaca-se que tais práticas só foram possíveis em um tempo-espaço no qual há diversos conflitos/disputas em torno das políticas afirmativas atinentes a essa secção. Como resultados foram visibilizadas nove práticas de gênero na instituição investigada, as quais mostram um processo de tensionamento da performatividade de gênero por parte da própria Universidade.

Biografie autore

Inauã Weirich Ribeiro, Universidade do Vale do Taquari - Univates

Doutoranda em Ensino com Bolsa Integral PROSUC/CAPES no Programa de Pós-Graduação em Ensino na Universidade do Vale do Taquari - Univates. Possui graduação em História pela Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES (2016) e Mestrado em Ensino com bolsa CAPES/FAPERGS na Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES. Tem experiência nas áreas de História e Ensino, atuando principalmente nos seguintes temas: currículo, arquivo, discurso e gênero.

Angélica Vier Munhoz, Universidade do Vale do Taquari - Univates

Doutora em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; Universidade do Vale do Taquari - Univates; Programa de Pós-Graduação em Ensino - PPGEnsino; Grupo de Pesquisa Currículo Espaço Movimento (CEM/CNPq/Univates).

Priscila Pavan Detoni, UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul

Psicóloga, Mestre e Doutora em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS - 2016); Colaboradora do Núcleo de Pesquisa em Relações de Gênero e Sexualidade (Nupsex/UFRGS); Docente na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Passo Fundo/RS na graduação em Medicina e no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde - Área de Concentração - Atenção Básica - Saúde da Família e Comunidade. Possuí estudos e atua nas áreas da Psicologia da Saúde, Psicologia Social, Psicologia do Trabalho. Estuda temáticas que envolvem políticas públicas, direitos humanos, saúde do/a trabalhador/a, corporalidades, interseccionalidades, migrações, relações de gênero e sexualidade, violências intrafamiliares.

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Pubblicato

2022-01-28

Come citare

Ribeiro, I. W., Munhoz, A. V., & Detoni, P. P. (2022). Práticas de Gênero em uma Universidade: um estudo arquivístico. Educação, 47(1), e09/ 1–19. https://doi.org/10.5902/1984644448314