Exceções e veredas: as ocupações como acontecimento e experiência no Brasil do nosso tempo
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644427936Parole chiave:
Ocupações, Acontecimento, Experiência.Abstract
Pensar a articulação cultura, política e educação no atual cenário social brasileiro significa o manejo sensível de categorias, conceitos, mas sobretudo de matizes ontológicos e éticos, que se não representam fotografias micro da totalidade - exercício impossível se entendemos o real como síntese de variados processos e sentidos -, permitem analisar com mais acuidade e aproximação concreta alguns dos fenômenos mais significativos do Brasil contemporâneo. Neste movimento em busca de novas estruturas de sentimento político, ainda que se hibridizem com velhas morfologias da resistência, temos como objetivo compreender o crescimento, desde Junho (2013), das ocupações de escolas e universidades públicas, bem como de espaços urbanos, notadamente pelos sem teto, apresentam questões, ensaios de experiência, epistemes e encaminhamentos materiais e simbólicos capazes de mobilizar setores da intelectualidade e das lutas sociais menos a partir do par conforto/certeza e mais por conta do deslocamento e da mobilização que esta práxis político-pedagógica engendra. Nosso lastro teórico-metodológico-analítico vale-se sobretudo da contribuição do materialismo histórico, com uma dupla articulação: o conceito de acontecimento em Slavoj Žižek e o de experiência (Erfahrung) em Walter Benjamin, objetivando compreender as ocupações como veredas políticas sob circunstâncias e estruturas cotidianas de exceção.
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