Experimentação como estratégia de ensino-aprendizagem para o favorecimento das capacidades de pensamento crítico

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.5902/1984644457501

Mots-clés :

Pensamento crítico, Experimentação, Ensino Fundamental.

Résumé

O pensamento crítico tem sido objeto de interesse da pesquisa educacional, especialmente na área das ciências, com vistas à formação de cidadãos capazes de tomar decisões racionais e resolver problemas pessoais e sociais que envolvem a ciência e a tecnologia. Os aspectos próprios da estratégia de ensino-aprendizagem – experimentação – são considerados por pesquisadores como favoráveis ao desenvolvimento de capacidades de pensamento crítico. Estabeleceu-se como objetivo geral analisar a eficácia da experimentação, enquanto estratégia de ensino-aprendizagem no ensino de Ciências, para a manifestação das capacidades de pensamento crítico em alunos nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A abordagem deste estudo é de natureza qualitativa do tipo investigação-ação. Ela foi realizada no segundo semestre de 2019, em uma escola particular, no estado de São Paulo. A intervenção foi realizada com 23 alunos de uma turma do 5º ano do Ensino Fundamental. Os resultados demonstram que os alunos, ao participarem da estratégia proposta, manifestaram capacidades de pensamento do conjunto de capacidades elementares, da Taxonomia do pensamento crítico de Ennis. A maioria dos alunos (55,5%) consideraram o seu nível de interesse como muito bom. Além disso, 38,8% dos alunos indicaram terem encontrado pouca dificuldade ou nenhuma dificuldade na realização das atividades. Considera-se como plausível, tanto em relação ao nível de interesse quanto ao grau de dificuldade, o fato de a estratégia utilizada favorecer a exposição das ideias e possibilitar o seu compartilhamento, assim como a argumentação, formulação de hipóteses e manifestação de erros, permitindo a sua participação ativa no processo de aprendizagem.

Bibliographies de l'auteur-e

Eliezer Costa Militão , Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP

Mestre em Educação pelo UNASP

Betânia Jacob Stange Lopes, Centro Universitário Adventista de São Paulo

Doutora em Educação Especial pela UFCAR. Mestre em Educação pela UEL (2007). Atualmente,
Professora do curso de Mestrado Profissional em Educação do
Centro Universitário Adventista de São Paulo. E-mail: betania.stange@ucb.org.br

Références

ARAÚJO, Mário Sérgio Teixeira; ABIB, Maria Lúcia Vital SANTOS. Atividades experimentais no ensino de Física: diferentes enfoques, diferentes finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física. São Paulo: v. 25, n. 2, jun. 2003.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BERBEL, Neusi Aparecida Navas. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina: v. 32, n. 1, p. 25-40, jan.-jun., 2011.

BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em Educação: uma Introdução à Teoria e aos Métodos. Porto: Porto Editora, 1994.

BLOOM, Benjamin Samuel. Taxonomy of Educational Objectives: The classification of educational goals. Londres: Longmans, 1956.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais gerais da educação. Brasília, 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018

CORRÊA, Carlos Alexandre Duarte et al. Como a utilização de metodologias ativas de ensino pode contribuir para melhorar a aprendizagem em um curso de administração. International Journal, v. 1, n. 1, p. 9-15, jul./dez., 2016.

ENNIS, R. A Logical Basis for Measuring Critical Thinking Skills. EUA: Association for Supervision and Curriculum Development, 1985.

ENNIS, Robert. The nature of critical thinking: An outline of critical thinking dispositions and abilities. Cambridge: Massachusetts Institute of Technology, 2011.

FAHIM, Mansoor; ESLAMDOOST, Samaneh. Critical thinking: Frameworks and models for teaching. Iran: Canadian Center of Science and Education, 2014.

FIGUEIROA, Alcina. Trabalho experimental - um recurso promotor do pensamento crítico: intervenção no 1.º GEB. In: VIEIRA, Rui Marques et al. (Org.). Pensamento crítico na educação: perspectivas atuais no panorama internacional. Aveiro: Universidade de Aveiro, 2014, p.265-288

FREEMAN, Brigid; MARGINSON, Simon; TYTLER, Russel (EE.) The Age of STEM: Educational Policy and Practice Across the World in Science, Technology, Engineering and Mathematics. Routledge, New York, 2015.

GOMES, A. S. L. (Org.). Letramento científico: um indicador para o Brasil. São Paulo: Instituto Abramundo, 2015.

GONÇALVES, Emília Cristina. Estratégias promotoras de capacidades de pensamento crítico nos alunos. 444f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Aveiro, Portugal, 2013.

GUEDES, Karine Lima; ANDRADE, Rui Bernardes; NICOLINI, Alexandre Mendes. A avaliação de estudantes e professores de Administração sobre a experiência com a aprendizagem baseada em problemas. Administração: Ensino e Pesquisa. Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, jan.-mar., p. 71-100, 2015.

GUIMARÃES, Lucas et al. M. Ensino de ciências e experimentação: reconhecendo obstáculos e possibilidades das atividades investigativas em uma formação continuada. Revista Thema. Rio de Janeiro: v. 15, n. 3, p. 1.164-1.174, 2018.

HUNG, Hsiu-Ting Flipping the classroom for English language learners to foster active learning. Computer Assisted Language Learning, v. 28, n. 1, 81-96, 2015.

IRLANDA. Department of Education and Skills. Science in the Primary School: 2008. Dublin, 2012.

ISHIKAWA, Mayumi; FUJI, Shota; MOEHLE, Ashlyn. STEM Country Comparisons: Japan. Australian Council of Learned Academies. Osaka, 2013.

LIPMAN, Matthew. Critical thinking – what can it be? Educational Leadership, v. 46, n. 1, p. 38-43, set., 1988.

LOPES, Betânia Jacob Stange. O mapa conceitual como ferramenta avaliativa. 166f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Londrina, 2007.

McDONALD, Cristine. STEM Education: A review of the contribution of the disciplines of science, technology, engineering and mathematics. Science Education International, v. 27, n. 4, p. 530-569, 2016.

MENDES, Rosilda; PEZZATO, Luciane Maria; SACARDO, Daniele Pompei. Pesquisa-intervenção em promoção da saúde: desafios metodológicos de pesquisar “com”. Ciência & Saúde Coletiva. v. 21 n. 6, p. 1.737-1.745, jun., 2016. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/csc/2016.v21n6/1737-1746/pt. Acesso em: 25 mar. 2019.

MERZAGORA, Mateo; JENKINS, Tricia Listening and empowering: Children and science communication. Journal of Science Communication. v. 12, n. 3, p. 1-3, outono-inverno, 2013.

MILITÃO, Eliezer Costa. Estratégias promotoras das capacidades de pensamento crítico no ensino de ciências em alunos do ensino fundamental. Engenheiro Coelho-SP, 132f. Dissertação (Mestrado) – Unasp, 2019.

MION, Rejane Aurora; SAITO, Carlos Hiroo. Investigação-ação: mudando o trabalho de formar professores. Ponta Grossa: Gráfica Planeta, 2001.

MORAIS. E. A.; POLETTO, R. S. A experimentação como metodologia facilitadora da aprendizagem de ciências. In: Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE. vol. 1. Secretaria de Educação. Governo do Estado do Paraná, 2014.

NASCIMENTO, Maria Carmo, et al. O uso da experimentação como metodologia facilitadora do processo de ensino e aprendizagem de Física. In: Congresso Nacional de Educação, 2018, Olinda. Anais... Olinda: Centro Multidisciplinar de Estudos e Pesquisa, v. 1, 2018.

NELSON, Larry; CROW, Mary. Do active-learning strategies improve students’ critical thinking? v. 4, n. 2, p. 77-90. Higher Education Studies. Canadian Center of Science and Education. Canada, 2014. Disponível em: http://www.ccsenet.org/journal/index. php/hes/article/view/35552. Acesso em: 24 fev. 2019.

PINTO, Iris Rosana Farinha. Atividades promotoras de pensamento crítico: sua eficácia em alunos de ciências da natureza do 5.º Ano de escolaridade. Lisboa, 201f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Escola Superior de Educação de Lisboa, 2011.

RIBEIRO, António Carrilho RIBEIRO, Lucie Carrilho. Planificação e avaliação do Ensino-aprendizagem. Lisboa: universidade aberta. 1989.

ROCHA, Alda Leonor Alves Dias. A promoção das competências do pensamento crítico nos adultos, através da formação em e-learning. Lisboa, 143f. Dissertação de mestrado (Mestrado em Educação). Universidade de Lisboa, Instituto de Educação. 2011.

SOUZA, Alessandra Cardosina. A experimentação no ensino de ciências: importância das aulas práticas no processo de ensino-aprendizagem. p. 1-34. Monografia – Universidade Federal do Paraná, Paraná, 2013.

SWARTZ, Robert. Restructuring what we teach to teach for critical thinking. In: Thinking skills instruction: Concepts and techniques. Washington, National Education Association of the United States, 1987.

VEIGA, Elisa et al. A perspetiva dos alunos sobre um projeto de desenvolvimento do pensamento crítico no ensino superior. Revista Lusófona de Educação, 32(32), 2016. 109–121.

VIEIRA, Celina Tenreiro.; VIEIRA, Rui Marques. Documentos de Trabajo de Iberciência – Nº 2. Madri:Iberciência, 2014.

VIEIRA, Rui Marques.; TENREIRO-VIEIRA, Celina. A formação inicial de professores e a didáctica das ciências como contexto de utilização do questionamento orientado para a promoção de capacidades de pensamento crítico. Braga, Portugal: Revista Portuguesa de Educação, v. 16, n. 1, p. 231-252, 2003.

VIEIRA, Rui Marques.; TENREIRO-VIEIRA, Celina. Práticas didático-pedagógicas de ciências: estratégias de ensino/aprendizagem promotoras do pensamento crítico. Saber & Educar, v. 20, p. 34-41, 2015.

WALKER, Stacy. Active learning strategies to promote critical thinking. Journal of Athletic Training, v. 38 n. 3, p. 263-267, 2003. Disponível em: https://www.research gate.net/publication/7219979_Active_Learning_Strategies_to_Promote_Critical_Thinking/download. Acesso em: 20 fev. 2019.

Publié-e

2022-09-21

Comment citer

Militão , E. C. ., & Lopes, B. J. S. (2022). Experimentação como estratégia de ensino-aprendizagem para o favorecimento das capacidades de pensamento crítico. Educação, 47(1), e79/1–29. https://doi.org/10.5902/1984644457501