Práticas digitais, sexualidade e educação numa escola pública de ensino fundamental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644443284

Palavras-chave:

Práticas digitais, Adolescentes, Sexualidade.

Resumo

O presente artigo se inspirou na seguinte questão: quais são as práticas digitais relacionadas à sexualidade de adolescentes de 12 a 15 anos de idade, do ensino fundamental? O objetivo foi compreender os usos, os sentidos e as relações sociais que emergem de práticas relacionadas à sexualidade mediadas pelas mídias digitais de adolescentes de uma escola pública de ensino fundamental de tempo integral. A partir de uma pesquisa de campo de caráter etnográfico, percebeu-se que os/as adolescentes acessam e compartilham, intencionalmente ou não, uma grande quantidade de conteúdo relativo à sexualidade. São discutidas as formas de acesso, as consequências e os conflitos relacionados a tais práticas, além de reflexões sobre tipos de mediação que escola e famílias têm utilizado para lidar com essa questão.

Biografia do Autor

Guilherme Carvalho Franco da Silveira, Centro Pedagógico da Escola de Educação Básica e Profissional da UFMG

Professor do Centro Pedagógico da UFMG

Doutor em Estudos do Lazer (UFMG)

Mestre em Educação (UFMG)

Referências

ALBURY, Kath. Just because it’s public doesn’t mean it’s any of your business: adults’ and children’s sexual rights in digitally mediated spaces. New Media and Society, v. 1, n. 13, 2017.

BOYD, Dana. Social network sites as networked publics: affordances, dynamics, and implications. In: PAPACHARISSI, Zizi (ed.). A networked self. Routledge, p. 47-66, 2010.

BOYD, Dana. It’s complicated: the social lives of networked teens. New Haven: Yale University Press, 2014.

BRASIL. Lei 12.965 de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Dário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 22 abr. 2014.

BUCKINGHAM, David. Objectionable content? Young people, censorship and pornography. Londres: [s.n.], 2014. Disponível em: https://www.academia.edu/7453955/Objectionable_content_Young_people_censorship_and_pornography. Acesso em: 26 abr. 20198.

CLARK, Lynn S. Parental mediation theory for the digital age. Communication Theory, v. 21, n. 4, p. 323-343, 2011. Disponível em: http: //10.1111/j.1468-2885.2011.01391.x. Acesso em: 27 mar. 2019.

COLEMAN, Gabriella. Ethnographic approaches to digital media. Annu. Rev. Anthropol. v. 39, p. 487-505, 2010.

COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL – CGI.br. TIC Kids Online Brasil 2016: pesquisa sobre o uso da Internet por crianças e adolescentes no Brasil. São Paulo: CGI.br, 2017.

CUNHA, Juliana; NEJM, Rodrigo. “Manda nudes”: oportunidades e riscos relacionados aos direitos sexuais de crianças e adolescentes na internet. In: COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL – CGI.br. TIC Kids Online Brasil 2016: pesquisa sobre o uso da Internet por crianças e adolescentes no Brasil. São Paulo: CGI.br, 2017.

DE BARROS, Suzana da Conceição; RIBEIRO, Paula Regina Costa; QUADRADO, Raquel Pereira. Sexting na adolescência: problematizando seus efeitos no espaço escolar. Perspectiva, Florianópolis, v. 33, n. 3, p. 1185-1204, 2015.

DORES, António Pedro. Proibicionismo e anomia: uma apresentação do conceito (Prova de Agregação). Lisboa: Instituto Universitário de Lisboa, 2003. Disponível em: https://repositorio.iscte.pt/handle/10071/6799. Acesso em 28 abr. 2018.

CENTRO PEDAGÓGICO. Planejamento Pedagógico do Convênio – Programa Segundo Tempo. Belo Horizonte: CP, 2016

FARIA, Fernanda Cupolillo Miana de; ARAÚJO, Júlia Silveira de; JORGE, Marianna Ferreira. Caiu na rede é porn: pornografia de vingança, violência de gênero e exibição da "intimidade”. Contemporanea - Revista de Comunicação e Cultura, Salvador, v. 13, n. 3, p. 659-677, 2016.

GEERTZ, Cliford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

GONÇALVES, Betânia Diniz; GODOI, Claudia Mayorga Borges de. Sexualidade e afetividade In: CARVALHO, A; SALLES, F.; GUIMARÃES, M. Adolescência. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

INGOLD, Tim. That’s enough about ethnography! Hau: Journal of Ethnographic Theory, vol 4, n. 1, p. 383–395, 2014.

KAUFMAN, Dora. A força dos “laços fracos” de Mark Granovetter no ambiente do ciberespaço. Galáxia, n. 23, p. 207-218, jun. 2012

LEMOS, André; LEVY, Pierre. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus, 2014.

LE BRETON, David. O risco deliberado: sobre o sofrimento dos adolescentes. Política & Trabalho, João Pessoa, n. 37, 2012.

LIVINGSTONE, Sonia; SEFTON-GREEN Julian. The Class: Living and Learning in the Digital Age. New York: New York University Press, 2016. Disponível em: http://hdl.handle.net/2333.1/73n5tfjs. Acesso em: 8 nov. 2018.

LIVINGSTONE, Sonia; THIRD, Amanda. Children and young people’s rights in the digital age: An emerging agenda. New Media & Society. vol. 19, n. 5, p. 657–670, 2017.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: das afinidades políticas às tensões teórico-metodológicas. Educação em Revista. Belo Horizonte, n. 46, p. 201-218, dez. 2007.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Posições, vol. 19, n.2, Campinas, mai/ago., 2008.

MAGNANI, José Guilherme Cantor. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 17 n. 49, jun. 2002.

MCELHANEY, Kathleen Boykin et al. Attachment and autonomy during adolescence. Handbook of adolescent psychology. In: LERNER, Richard M.; STEINBERG, Laurence (ed). Handbook of Adolescent Psychology. New Jersey: John Wiley & Sons Inc., 2009.

MCLELLAND, Mark. ‘Not in front of the parents!’: young people, sexual literacies and intimate citizenship in the internet age. Sexualities, v. 20, n. 1-2, p. 234-254, 2017.

MITRA, Sugata; RANA, Vivek. Children and the Internet: experiments with minimally invasive education in India. British Journal of Educational Technology, v. 32, n. 2, p. 221-232, 2001.

NEJM, Rodrigo. Exposição de si e gerenciamento da privacidade de adolescentes nos contextos digitais. 2016, 266 f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.

PARRY, Diana C.; PENNY LIGHT, Tracy. Sexual desire in the digital leisure sphere:

women’s consumption of sexually explicit material In. CARNICELLI, Sandro et al. Digital leisure cultures: critical perspectives. New York: Routledge, 2017.

PRZYBYLSKI, Andrew K.; NASH, Victoria. Internet filtering and adolescent exposure to online sexual material. Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, v. 21, n. 7, p. 405-410, 2018.

SOUZA, Fabricio de; BANACO, Roberto Alves. A Prática Cultural do Sexting entre Adolescentes: Notas para a Delimitação do Objeto de Estudo. Acta Comportamentalia: Revista Latina de Análisis del Comportamiento, v. 26, n. 1, 2018.

SPRACKLEN, Karl. Digital leisure, the internet and popular culture: communities and identities in a digital age. New York: Palgrave MacMillan, 2015.

SPRECHER, Susan; HAMPTON, Adam J. Liking and Other Reactions After a Get-Acquainted Interaction: a Comparison of Continuous Face-to-Face Interaction versus Interaction that Progresses from Text Messages to Face-to-Face. Communication Quarterly, v. 65, n. 3, p. 333-353, 2016.

VALKENBURG, Patti M. et al. Developing and validating the perceived parental media mediation scale: a self-determination perspective. Human Communication Research, v. 39, n.4. p. 445-469, 2013.

Downloads

Publicado

2021-09-30

Como Citar

Silveira, G. C. F. da. (2021). Práticas digitais, sexualidade e educação numa escola pública de ensino fundamental. Educação, 46(1), e94/ 1–24. https://doi.org/10.5902/1984644443284