Violência Simbólica e Práticas Escolares: um estudo com crianças indígenas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644468423

Palavras-chave:

Práticas Escolares, Crianças Indígenas, Violência Simbólica.

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar uma reflexão acerca do trabalho de pesquisa etnográfica realizada em uma comunidade indígena na cidade de Manaus/Amazonas/Brasil, e em duas escolas públicas que atendem um grupo de 12 crianças da etnia Sateré-Mawé, residente na zona urbana da cidade. A pesquisa teve no cotidiano das crianças e na observação das práticas pedagógicas dos professores e do currículo escolar seus elementos principais de análise. Como base de fundamentação mais abrangente, procuramos trabalhar com o conceito de Violência Simbólica em Pierre Bourdieu, entrecruzando e relacionando-o com as vozes dos professores e das crianças “geradas” durante o processo da pesquisa de campo, tanto na comunidade indígena quanto na escola, o que nos possibilitou um olhar mais vigilante sobre esse grupo social da infância, e as práticas educativas destinadas a ele, em que a Violência Simbólica se faz bastante presente.

Biografia do Autor

Roberto Sanches Mubarac Sobrinho, Universidade do Estado do Amazonas - UEA

Professor Associado da Universidade do Estado do Amazonas. Mestre e Doutor em Educação, com aprofundamento de estudos em Sociologia da Infância. Coordenador do Programa de Pós-graduação em Educação da UEA. Grupo de Pesquisa, Infância e Educação no Contexto Amazônico:rsobrinho@uea.edu.br"

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Publicado

2022-04-17

Como Citar

Sobrinho, R. S. M. (2022). Violência Simbólica e Práticas Escolares: um estudo com crianças indígenas. Educação, 47(1), e22/ 1–22. https://doi.org/10.5902/1984644468423

Edição

Seção

Dossiê – Infâncias, diferenças e pandemia: a exacerbação das violências sobre a vida das crianças – 2022