Agressão verbal contra profissionais de saúde da atenção primária e terciária: estudo de métodos mistos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179769266894

Palavras-chave:

Violência no trabalho, Agressão, Atenção primária à saúde, Atenção terciária à Saúde, Pessoal de saúde

Resumo

Objetivo: analisar a ocorrência da agressão verbal e fatores associados ao fenômeno contra trabalhadores de saúde. Método: estudo misto, explanatório sequencial, desenvolvido de 2016 a 2019, com 647 trabalhadores de serviços de saúde das regiões Oeste e Extremo Oeste de Santa Catarina. Utilizaram-se o Survey Questionnaire Workplace Violence in the Health Sector e entrevistas semiestruturadas. Realizaram-se as análises estatística inferencial e temática, respectivamente. Resultados: dos participantes, 307 (47,4%) relataram terem sofrido ao menos um episódio de agressão verbal. Esse evento foi associado à função do trabalhador, ao contato físico com paciente, ao reconhecimento no trabalho e à preocupação com a violência no trabalho. Os depoimentos apontam os impactos na saúde dos trabalhadores e a fragilidade das condutas após os episódios. Conclusão: a agressão verbal é uma violência típica dos serviços públicos de saúde, com vítimas que possuem um perfil comum e instituições com dificuldade de manejo deste problema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Letícia de Lima Trindade, Universidade do Estado de Santa Catarina

Enfermeira.Pós-doutorado em Enfermagem pela Universidade do Porto. Docente da Universidade do Estado de Santa Catarina e da Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Chapecó, Santa Catarina, Brasil.

Grasiele Fatima Busnello, Universidade do Estado de Santa Catarina

Enfermeira. Doutora em Ciênciasda Saúde pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Docente da Universidade do Estado de Santa Catarina. Chapecó, Santa Catarina, Brasil.

Maiara Daís Schoeninger, Secretaria Municipal de Saúde do Munícipio de São Miguel do Oeste

Enfermeira. Mestre emEnfermagem na Atenção Primária à Saúde pela Universidade do Estado de Santa Catarina.  Servidora pública da Secretaria Municipal de Saúde do Munícipio de São Miguel do Oeste – SC. Ipora do Oeste, Santa Catarina, Brasil.  

Kaciane Boff Bauermann, Gerência Regional de Saúde de Maravilha

Enfermeira. Mestre em Enfermagem na Atenção Primária à Saúde pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Enfermeira na Gerência Regional de Saúde de Maravilha – SC. Maravilha, Santa Catarina, Brasil.

Marina Klein Heinz, Universidade do Estado de Santa Catarina

Acadêmica de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina. Chapecó, Santa Catarina, Brasil.

Clarissa Bohrer da Silva, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Docente da Universidade do Estado de Santa Catarina. Chapecó, Santa Catarina, Brasil.

Referências

Organização Mundial da Saúde (OMS). Relatório de status global sobre prevenção da violência [Internet]. Geneva: OMS; 2021 [cited 2021 Jan 23]. Available from: https://news.un.org/pt/tags/relatorio-do-status-global-sobre-prevencao-da-violencia-contra-criancas

Pedro DRC, Silva GKT, Lopes APAT, Oliveira JLC, Tonini NS. Violência ocupacional na equipe de enfermagem: análise à luz do conhecimento produzido. Saúde Debate. 2017;41(113):618-29. doi: 10.1590/0103-1104201711321

Liu J, Gan Y, Jiang H, Li L, Dwyer R, Lu K, et al. Prevalence of workplace violence against healthcare workers: a systematic review and meta-analysis. Occup Environ Med. 2019;76(12):927-37. doi: 10.1136/oemed-2019-105849

Dal Pai D, Sturbelle ICS, Santos C, Tavares JP, Lautert L. Violência física e psicológica perpetrada no trabalho em saúde. Texto Contexto Enferm. 2018;27(1):e2420016. doi: 10.1590/0104-07072018002420016

Sullivam S, Germain ML. Psychosocial risks of healthcare professionals and occupational suicide. Ind Commer Train. 2020;52(1):1-14. doi: 10.1108/ICT-08-2019-0081

Branford A, Reed B. Depression in registered nurses: a state of the science. Workplace Health Saf. 2016;64(10):488-511. doi: 10.1177/2165079916653415

Wei CY, Chiou ST, Chien LY, Huang N. Workplace violence against nurses - prevalence and association with hospital organizational characteristics and health-promotion efforts: cross-sectional study. Int J Nurs Stud. 2016;56:63-70. doi: 10.1016/j.ijnurstu.2015.12.012

Sturbelle ICS, Dal Pai, Tavares JP, Trindade LL. Violência no trabalho saúde da família: estudo de métodos mistos. Acta Paul Enferm. 2019;32(6):632-41. doi: 10.1590/1982-0194201900088

Trindade LL, Ribeiro ST, Zanatta EA, Vendurscolo C, Dal Pai D. Agressão verbal no trabalho da enfermagem na área hospitalar. Rev Eletrônica Enferm. 2019;21:54333. doi: 10.5216/ree.v21.54333

Fang H, Zhao X, Yang H, Sun P, Li Y, Ying K, et al. Depressive symptoms and workplace-violence-related risk factors among otorhinolaryngology nurses and physicians in Northern China: a cross-sectional study. BMJ Open. 2018;8(1):e019514. doi: 10.1136/bmjopen-2017-019514

Pompeii LA, Schoenfisch AL, Lipscomb HJ, Dement JM, Smith CD, Upadhyaya M. Physical assault, physical threat, and verbal abuse perpetrated against hospital workers by patients or visitors in six US hospitals. Am J Ind Med. 2015;58(11):1194-204. doi: 10.1002/ajim.22489

Campo VR, Klijn TP. Verbal abuse and mobbing in pre-hospital care services in Chile. Rev Latinoam Enferm. 2017;25:e2956. doi: 10.1590/1518-8345.2073.2956

Creswell JW, Clark VLP. Pesquisa de métodos mistos. 2ª ed. Porto Alegre: Penso; 2013.

Di Martino V. Workplace violence in the health sector – country case studies: Brazil, Bulgarian, Lebanon, Portugal, South África, Thailand, and an additional Australian study [Internet]. 2003 [cited 2021 May 27]. Available from: http://www.who.int/violence_injury_prevention/injury/en/WVsynthesisreport.pdf

Palácios M. Relatório preliminar de pesquisa. Violência no trabalho no setor saúde. [Internet]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2002 [acesso em 2021 out 29]. Disponível em: http://assediomoral.org.br/wp-content/uploads/2008/04/pesquisa_sobre_Violencia_no_trabalho_Universidade_Federal_RJ.pdf

Minayo MC. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14ª ed. São Paulo: Hucitec; 2014.

Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2016.

Lu L, Dong M, Wang SB, Zhang L, Ng CH, Ungvari GS, et al. Prevalence of workplace violence against health-care professionals in China: a comprehensive meta-analysis of observational surveys. Trauma Violence Abuse. 2018;21(3):498-509. doi: 10.1177/1524838018774429

Cheung T, Yip PSF. Workplace violence towards nurses in Hong Kong: prevalence and correlates. BMC Public Health. 2017;17(1):196. doi: 10.1186/s12889-017-4112-3

Hosseinikia SH, Zarei S, Najafi Kalyani M, Tahamtan S. A cross-sectional multicenter study of workplace violence against prehospital emergency medical technicians. Emerg Med Int. 2018 [cited 2021 Jun 22];2018:7835676. doi: 10.1155/2018/7835676

Busnello GF, Trindade LL, Dal Pai D, Beck CLC, Ribeiro OMPL. Tipos de violência no trabalho da enfermagem na Estratégia Saúde da Família. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2021;25(4):e20200427. doi: 10.1590/2177-9465-EAN-2020-0427

Nyberg A, Kecklund G, Hanson LM, Rajaleid, K. Workplace violence and health in human service industries: a systematic review of prospective and longitudinal studies. Occup Environ Med. 2021;78(2):69-81. doi: 10.1136/oemed-2020-106450

Patrício SR, Sidat M, Ferrinho P. Violência contra os trabalhadores da saúde no local de trabalho na cidade de Lichinga, província de Niassa, Moçambique entre março e maio de 2019. An Inst Hig Med Trop (Lisb). 2021;19:63-70. doi: 10.25761/anaisihmt.357

Sturbelle ICS, Dal Pai D, Tavares JP, Trindade LL, Beck CLC, Matos VZ. Workplace violence types in family health, offenders, reactions, and problems experienced. Rev Bras Enferm. 2020;73(Suppl 1):e20190055. doi: 10.1590/0034-7167-2019-0055

Gatsura O, Zimina E, Deriushkin V, Gatsura S. Workplace violence against primary care doctors and specialty physicians in Moscow polyclinics. Eur J Public Health. 2018;28(Suppl 4):505. doi: 10.1093/eurpub/cky218.280

Leite CN, Oliveira EB, Lisboa MTL, Penna LHG, Oliveira SA, Rafael RMR. Violência na Estratégia Saúde da Família: riscos para trabalhadores. Rev Enferm UERJ. 2020;28:e45789. doi: 10.12957/reuerj.2020.45789

Lima GHA, Sousa SMA. Violência psicológica no trabalho da enfermagem. Rev Bras Enferm. 2015;68(5):535-41. doi: 10.1590/0034-7167.2015680508i

Silveira J, Karino ME, Martins JT, Galdino MJQ, Trevisan GS. Violence at work and measures for self-protection: nursing staff conception. J Nurs Health. 2016;6(3):436-46. doi: 10.15210/jonah.v6i3.8387

Busnello GF, Trindade LL, Dal Pai D, Brancalione D, Calderan MM, Bauermann KB. Enfrentamiento de la violencia en el trabajo de enfermería en el contexto hospitalario y en la Atención Primaria de Salud. Enfermería Glob. 2021;62(2):216-28. doi: 10.6018/eglobal.425181

Cordenuzzi OCP, Lima SBS, Prestes FC, Beck CLC, Silva RM, Pai DD. Estratégias utilizadas pela enfermagem em situações de violência no trabalho em hemodiálise. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e58788. doi: 10.1590/1983-1447.2017.02.58788

Downloads

Publicado

2022-04-28 — Atualizado em 2022-06-14

Versões

Como Citar

Trindade, L. de L., Busnello, G. F., Schoeninger, M. D., Bauermann, K. B., Heinz, M. K., & Silva, C. B. da. (2022). Agressão verbal contra profissionais de saúde da atenção primária e terciária: estudo de métodos mistos. Revista De Enfermagem Da UFSM, 12, e15. https://doi.org/10.5902/2179769266894 (Original work published 28º de abril de 2022)

Edição

v. 12 (2022)

Seção

Artigos Originais

Licença

Copyright (c) 2022 Revista de Enfermagem da UFSM

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>