Oralidade e retórica: a presença da voz na poesia atribuída a Gregório de Matos Guerra

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2176148571158

Palavras-chave:

Gregório de Matos, Oralidade, Retórica

Resumo

Considerando o exercício da oralidade presente em boa parte da produção relativa às letras seiscentistas durante o Brasil colônia, o objetivo deste texto é investigar os fatores que contribuíram para o expressivo uso da voz no interior dessa organização social a partir da poesia atribuída a Gregório de Matos. Com a finalidade de manter um recorte que caiba neste estudo e atendendo a possíveis influências no que diz respeito às artes retórico-poéticas vigentes na sociedade luso-brasileira, esse artigo abordará a utilização das práticas discursivas relacionadas ao período na elaboração da matéria poética aqui tratada.

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Biografia do Autor

Patrícia Bastos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Bacharel e licenciada em Letras, Português-Literaturas, mestra e doutoranda em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Bolsista PIBIC-UERJ e CNPq colaborando na área de Literatura Brasileira e bolsista CAPES nos cursos de mestrado e doutorado. Atuou com os grupos Palavras Andantes (2018), Terra Vênus (2015) e Água Viva (2000) em trabalhos de oralidade através de performances feitas com poemas e textos escolhidos.

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Publicado

2023-07-11

Como Citar

Bastos, P. (2023). Oralidade e retórica: a presença da voz na poesia atribuída a Gregório de Matos Guerra. Letras, 1(65), 179–197. https://doi.org/10.5902/2176148571158