v. 69 (2024): A Contemporaneidade Filosófica de Fernando Pessoa

Dossiê: A Contemporaneidade Filosófica de Fernando Pessoa.
Alain Badiou, no seu Petit Manuel d’Inesthétique (2005), afirma que a filosofia contemporânea não é digna de Fernando Pessoa. Para Badiou, a superioridade da obra poética de Pessoa reside na sua capacidade de superar a dicotomia platonismo-antiplatonismo que continua a assombrar a filosofia ocidental. O próprio Pessoa atribui a possibilidade de transcender esta – ou qualquer outra – dicotomia à sua aproximação à filosofia hegeliana. Embora amplamente difundida, nas diversas interpretações dos principais exegetas, a dimensão filosófica da poética pessoana permanece, todavia, intrigante. Portanto, o desafio de Badiou: devemos nos tornar contemporâneos de Fernando Pessoa. Como? E o que significa realmente essa contemporaneidade? Diante do desafio, e das questões expostas, este dossiê pretende reunir textos que dialogam diretamente com questões filosóficas na obra de Fernando Pessoa. Os artigos poderão trazer reflexões centradas em temas recorrentes como, por exemplo: ser, nada, tédio, angústia, existência, vazio, paganismo, panteísmo, transcendentalismo, mitologia, morte, vida, alteridade, política, formas de governo, tecnologia. Tendo em vista a problemática e os temas, convidamos pesquisadores a submeter textos que versem sobre as diferentes facetas filosóficas da obra do poeta, a partir da perspectiva em que filosofia e poesia são, em Fernando Pessoa, inseparáveis.
Organizadores:
Maria Celeste Natário (U.PORTO, Portugal), Mário Correia (U.PORTO, Portugal)
Wanderley Dias da Silva (U.PORTO, Portugal)