A metacrítica de Fernando Pessoa, ou o cansaço racionalista
DOI:
https://doi.org/10.5902/2176148587373Palavras-chave:
Fernando Pessoa, Freud, Metacrítica, MelancoliaResumo
Nas primeiras décadas do século passado, o cansaço racionalista oriundo de um pensamento ocidental mergulhado em lemas positivistas, o processo acelerado de industrialização, o desejo de ordem e progresso, tudo isso recai no indivíduo sob a desconfiança de uma aparente ordem social. Esse incômodo do sujeito da modernidade, Unbehagen, conforme está no título original de O mal estar na civilização, de Sigmund Freud, é também um pouco do que Eduardo Lourenço chamará de melancolia, a propósito da sociedade portuguesa de então. Fernando Pessoa irá incorporar através de sua heteronímia esse sujeito fragmentado num mundo secularizado e, fazendo uso dos próprios instrumentos intelectuais da civilização, como a filosofia e a tecnologia, elabora o que chamamos de uma metacrítica.
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Referências
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