Um uso muito particular do clítico se

Autores

  • Fernanda Beatriz Caricari de Morais Instituto Nacional de Educação de Surdos, Rio de Janeiro, RJ https://orcid.org/0000-0001-6075-4101
  • Leila Barbara Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Sao Paulo, SP

DOI:

https://doi.org/10.5902/2176148520212

Palavras-chave:

Clítico se, Artigo científico, LinguísticaSistêmico-Funcional

Resumo

Neste artigo, analisa-se um conjunto de verbos cujo funcionamento ou significado varia quer ocorram com o clítico se ou não. A multiplicidade de funções, uma das características do se, é um dos problemas mais interessantes da língua portuguesa e de outras como francês, espanhol e italiano. Uma das controvérsias em torno desse clítico é a possibilidade do sujeito estar ou não indeterminado, como discutem as pesquisas de Nunes (1991), Monteiro (1994), Bagno (2000), Camacho (2002, 2003), entre outros. A base teórica, a Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY 1985, 1994; HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004), tem como foco a língua em uso e permite analisar as escolhas gramaticais em textos (escritos ou falados) com base no contexto de cultura e de situação em que se realizam. A partir das condições contextuais, o falante recorre às três metafunções da linguagem, das quais a que interessa, a este artigo, é a ideacional, responsável pelo uso da língua para falar sobre o mundo, tanto externo (coisas, eventos, qualidades, etc.), como interno (pensamentos, crenças, sentimentos, etc.). Pretende-se contribuir com os estudos sobre o uso desse clítico em língua portuguesa e, também, subsidiar a elaboração de materiais didáticos e desenho de cursos instrumentais que visam atender a produção e compreensão escrita.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Beatriz Caricari de Morais, Instituto Nacional de Educação de Surdos, Rio de Janeiro, RJ

Fernanda Beatriz Caricari de Morais é doutora em Linguística Aplicada a Estudos da Linguagem pela PUC-SP, com estágio doutoral na universidade de Lisboa. É Professora Adjunta de língua portuguesa como segunda língua do Departamento Superior do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).

Leila Barbara, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Sao Paulo, SP

Leila Barbara possui graduação em Letras Anglo Germânicas (1960) e doutorado em Letras Inglês (1971) pela PUCSP. Atualmente é professora titular da PUCSP com estágios de pós doutorados mais longos em Reading e Liverpool (Inglaterra) e Lisboa.

Referências

BAGNO, M. A “subversão herética” do ensino de língua. In: Bagno, M. Dramática da Língua Portuguesa: tradição gramatical, mídia e exclusão social. São Paulo: Loyola. pp. 219-250, 2000.

AUTOR1. In: Autor1. (org). 2010.

AUTOR2. In: Autor1. 2011.

CAFFAREL, A. A systemic functional grammar of French. Londres: Continuum, 2006.

CAMACHO, R. G. Construções de voz. In: Abarirre, M. B. & Rodrigues, S. C. A. (org). Gramática do português falado. Campinas: Editora Unicamp, vol. 8, pp. 227-316, 2002.

CAMACHO, R. G. Em defesa da categoria de voz média no Português. D.E.L.T.A., vol. 19.1, pp. 91-122, 2003.

CINQUE, G. On si constructions and the theory of Arb. Linguistics inquiry, v. 19, pp. 521-581, 1988.

EGGINS, S. An introduction to Systemic Functional Linguistics. Londres:Pinter Publishers, 1994.

GIVÓN, T. On understand grammar. New York: Academic Press, 1981.

GIVÓN, T. Voice and inversion. Amsterdã: John Benjamins, 1994.

HALLIDAY, M.A.K. An Introduction to Functional Grammar. London: E. Arnold, 1985.

HALLIDAY, M.A.K. An introduction to Functional Grammar. London: Edward Arnold, 1994.

HALLIDAY, M. A. K. & MATTHIESSEN, C.M.I.M. An introduction to Functional Grammar. London: Edward Arnold. Third Edition, 2004.

MARTIN, J.R. Context: register, genre and ideology. English text-systems and structure. Philadelphia/Amsterdam: John Benjamins Publishing Company, 1992.

MATTHIESSEN, C.M.I.M. Lexicogrammatical cartography: English systems. Tokyo: International Language Science Publishers, 1995.

MONTEIRO, J. L. A questão do se. In: Monteiro, J. L. Pronomes pessoais: subsídios para uma gramática do português do Brasil. Fortaleza, EUFC, 1994.

NUNES, J. Se apassivador e se indeterminador: o percurso diacrônico no português brasileiro. Caderno de Estudos Linguísticos. pp. 33-59, 1991.

RUWET, N. Les constructions pronominales neutres et moyennes. Théorie syntaxique et syntaxe du français. Paris: Seuil, 1972.

SAID ALI, M. Dificuldades da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional. 1ª ed., 1966.

SAYÃO, J. O jornalismo literário e as falas de seus entrevistados: um estudo de linguística sistêmico-funcional. Dissertação de Mestrado.PUC-SP, 2011.

SCOTT, M. R. Wordsmith Tools versão 5.0. Software for text analysis. Oxford: Oxford University Press, 2009.

SUÑER, M. Las passives con se impessoal y la legitimación de las categorias vacías. In: Lopes, C. S. Las construciones com se. Madri: Visor libros, 2002.

THOMPSON, G. Introducing functional grammar. Londres: Arnold, 1996.

TORRES, F.F.G. A construção da identidade marginal no livro “Graduado em Marginalidade”: a Linguística Sistêmico-Funcional como ferramenta aos estudos críticos. Dissertação de Mestrado. PUC-SP, 2012.

VIVAN, E. Principais usos de processos verbais e metáforas interpessoais em artigos de linguística aplicada. Tese de doutorado. PUC-SP, 2010.

Downloads

Publicado

2015-10-27

Como Citar

Morais, F. B. C. de, & Barbara, L. (2015). Um uso muito particular do clítico se. Letras, (50), 231–258. https://doi.org/10.5902/2176148520212