A produção de roteiros de áudio-descrição de vídeos feita por iniciantes: dificuldades comuns e sugestões para evitá-las

Autores

  • Paulo Augusto Almeida Seemann Centro Paula Souza.

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X35720

Palavras-chave:

Áudio-descrição, Acessibilidade, Inclusão

Resumo

O ensino das técnicas de áudio-descrição (A-D), como modalidade de tradução visual e recurso de acessibilidade, está cada vez mais presente em diversos tipos de cursos: cursos livres, como componente curricular de cursos universitários, cursos de extensão e pós-graduação. É provável que muitos estudantes iniciantes, ao produzir o primeiro roteiro de A-D para vídeos ou filmes, apresentem dificuldades similares. Neste estudo, o objetivo foi detectar dificuldades semelhantes dos alunos principiantes ao produzir o primeiro roteiro de A-D de vídeos, para então oferecer sugestões aos professores de A-D. Foram analisados 49 roteiros do curso Princípios e Técnicas da Audiodescrição: Aplicabilidade em Contextos Culturais Educacionais, promovido pelo Núcleo de Educação a Distância da UNESP e realizado em 2016. Entre as dificuldades mais encontradas, destacam-se: ausência de descrição onde poderia haver; tempo de leitura do texto áudio-descritivo maior do que o tempo disponível no vídeo; uso indevido dos artigos definidos no lugar dos indefinidos e/ou omissão dos indefinidos; interpretações pessoais; uso dos possessivos seu(s), sua(s) e uso desnecessário de linguagem técnica/fílmica. Percebeu-se que grande parte das dificuldades apresentadas pelos estudantes se deve ao fato de eles não terem tido contato suficiente com modelos profissionais de roteiros áudio-descritivos antes de produzirem o primeiro roteiro. A detecção de algumas das dificuldades mais comuns em roteiros de iniciantes em A-D possibilita que futuros cursos e professores, cientes dessas dificuldades, possam trabalhá-las de maneira que elas já não ocorram desde o primeiro roteiro produzido pelos estudantes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Augusto Almeida Seemann, Centro Paula Souza.

Mestre em Letras (USP). Licenciado e Bacharel em Letras (USP). Bacharel em Comunicação Social - Rádio e TV (FAAP). Professor de Ensino Médio e Técnico do Centro Paula Souza.

Referências

ALVES, Soraya F.; TELES, Veryanne C.; PEREIRA, Tomás V. Propostas para um modelo brasileiro de audiodescrição para deficientes visuais. In: Revista Tradução e Comunicação. N. 22, 2011. Disponível em: <http://sare.anhanguera.com/index.php/rtcom/article/view/3158/1215>. Acesso em: 04 de janeiro de 2017.

AUDIO DESCRIPTION COALITION, Diretrizes para Áudio-Descrição e Código de Conduta Profissional para Áudio-descritores. Trad. VIEIRA, Paulo André de Melo. In: Revista Brasileira de Tradução Visual, vol.4, 2010. Disponível em <http://www.rbtv.associadosdainclusao.com.br/>. Acesso em: 14 de setembro de 2013.

ITC Guidance on Standards for Audiodescription, Audetel, 2000.

JAKOBSON, Roman. Aspectos linguísticos da tradução. Trad. Izidoro Blikstein. Linguística e Comunicação. São Paulo: Cultrix, 1995, pp. 63-86.

LIMA, Francisco J. de. Introdução aos estudos do roteiro para áudio -descrição: sugestões para a construção de um script anotado. In: Revista Brasileira de Tradução Visual, v. 7, 2011. Disponível em <http://www.rbtv.associadosdainclusao.com.br/index.php/>. Acesso em: 22 de julho de 2014.

_____. A Correta Grafia de Áudio-descrição. Portal Lerparaver, uma janela para o mundo, 05 abr. 2016. Disponível em: < http://www.lerparaver.com/lpv/correta-grafia-audio-descricao>. Acesso em: 10 dez. 2017.

LIMA, Francisco J. de; GUEDES, Lívia C.; GUEDES, Marcelo C. Áudio-descrição: orientações para uma prática sem barreiras atitudinais. In: Revista Brasileira de Tradução Visual, 2010. Vol.2. Disponível em: <http://www.associadosdainclusao.com.br/enades2016/sites/all/themes/berry/documentos/04-audio-descricao-pratica-sem-barreiras-atitudinais.pdf>. Acesso em: 10 de janeiro de 2017.

MIANES, Felipe L. Consultoria em audiodescrição: alguns caminhos e possibilidades. In: CARPES, Daiana Stockey (Org.). Audiodescrição: práticas e reflexões. Santa Cruz do Sul: Catarse, 1ª ed., 2016.

MONTE, Mônica M. Roteirizar, gravar, editar: Os efeitos da edição sobre os filmes audiodescritos exibidos na TV brasileira. In: CARPES, Daiana Stockey (Org.). Audiodescrição: práticas e reflexões. Santa Cruz do Sul: Catarse, 1ª ed., 2016.

MOTTA, Livia M. V. de M. A audiodescrição vai à ópera. In: MOTTA, Lívia M. V. de M.; ROMEU FILHO, Paulo (org.). Audiodescrição: transformando imagens em palavras. São Paulo: Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, 2010.

NAVES, Sylvia R. B. (org.). Guia orientador para acessibilidade de produções audiovisuais. 2015. Disponível em: <https://www.camara.gov.br/internet/agencia/pdf/guia_audiovisuais.pdf>. Acesso em: 08 de janeiro de 2017.

OLIVEIRA JÚNIOR, Juarez N. de; PRAXEDES FILHO, Pedro H. L. - A (não) neutralidade em roteiros de audiodescrição-AD de filmes de curta-metragem via sistema de avaliatividade. In: CARPES, Daiana Stockey (Org.). Audiodescrição: práticas e reflexões. Santa Cruz do Sul: Catarse, 1ª ed., 2016.

STANDARDS FOR AUDIO DESCRIPTION AND CODE OF PROFESSIONAL CONDUCT FOR DESCRIBERS. Disponível em: . Acesso em: 25 de novembro de 2013.

UNE 153020. Audiodescripción para personas com discapacidad visual. Requisitos para la audiodescripción y elaboración de audioguías, Madrid: AENOR, 2005.

Downloads

Publicado

2019-11-12

Como Citar

Seemann, P. A. A. (2019). A produção de roteiros de áudio-descrição de vídeos feita por iniciantes: dificuldades comuns e sugestões para evitá-las. Revista Educação Especial, 32, e105/ 1–22. https://doi.org/10.5902/1984686X35720