LIMITAÇÕES NA PRODUÇÃO DE VINHÁTICO (<i>Plathymenia reticulata</i> Benth) POR MINIESTAQUIA

Autori

  • Sara Edy Gomes Lima Pessanha
  • Deborah Guerra Barroso
  • Thaís Chagas Barros
  • Taiane Pires de Freitas de Oliveira
  • Giovanna Campos Mamede Weiss de Carvalho
  • Maura da Cunha

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509835317

Parole chiave:

clonagem, estiolamento, propagação vegetativa.

Abstract

O vinhático (Plathymenia reticulata Benth) é uma das espécies nativas do Brasil, de interesse econômico e ambiental. Sua propagação tem sido realizada por sementes, entretanto, o difícil acesso às matrizes, os intervalos longos de frutificação e dificuldade de armazenamento destacam a importância de técnicas que permitam a propagação clonal da espécie. Estudos conduzidos com minicepas de vinhático, advindas de mudas produzidas por sementes têm demonstrado que, embora as minicepas apresentem boa brotação, o enraizamento das miniestacas é muito baixo. Com isso, objetivou-se neste trabalho, avaliar a produção de mudas de vinhático por miniestaquia, utilizando diferentes técnicas de manejo para induzir o enraizamento. Foram realizados dois experimentos em casa de vegetação, sendo que, no primeiro, as minicepas foram obtidas a partir de mudas produzidas via semente de progênies de onze matrizes, das quais se promoveu a coleta sucessiva de miniestacas, sendo estas submetidas a diferentes concentrações do regulador de crescimento AIB (0, 2.000, 4.000, 6.000 e 8.000 mg.L-1). No segundo experimento foi utilizado o manejo de luz (sombreamento na base da brotação e sombreamento total da minicepa) e de nutriente, com aplicação de nitrogênio (4 g.L-1 de ureia) nas minicepas. As miniestacas produzidas foram avaliadas quanto à capacidade de enraizamento e anatomia na base da miniestaca. No primeiro experimento verificou-se uma variação de sobrevivência e tolerância à poda apical entre as progênies das matrizes analisadas, com destaque para progênie da matriz DOM, que apresentou o maior percentual na primeira coleta (88,2%), e uma sensibilidade das progênies NELI, ZE1 e ZE2 aos efeitos do manejo e às condições ambientais no minijardim clonal. O vinhático respondeu de forma positiva à coleta sucessiva de brotações, com aumento do número de brotações produzidas a partir do quarto mês de coleta (210 dias). Não houve efeito significativo no enraizamento de mudas de vinhático quando submetido a concentrações crescentes de AIB, nem quanto ao tipo de manejo de luz e nitrogênio utilizados para estimular o enraizamento de miniestacas. Não foram observadas barreiras anatômicas ao enraizamento dos clones nos diferentes tipos de manejos avaliados.

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Pubblicato

2018-12-16

Come citare

Pessanha, S. E. G. L., Barroso, D. G., Barros, T. C., Oliveira, T. P. de F. de, Carvalho, G. C. M. W. de, & Cunha, M. da. (2018). LIMITAÇÕES NA PRODUÇÃO DE VINHÁTICO (<i>Plathymenia reticulata</i> Benth) POR MINIESTAQUIA. Ciência Florestal, 28(4), 1688–1703. https://doi.org/10.5902/1980509835317

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Artigos

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