Germinação in vitro de <i>Raulinoa echinata</i> R. S. Cowan (Rutaceae): sementes e embriões zigóticos
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509837874Palabras clave:
endemismo, ameaça de extinção, conservação, micropropagaçãoResumen
Raulinoa echinata é uma espécie endêmica do Vale do Itajaí/Santa Catarina, ameaçada de extinção e que se encontra em ambiente vulnerável e, devido ao fato de possuir sementes recalcitrantes, as técnicas in vitro são uma das estratégias mais indicadas para sua conservação ex situ. Tendo isso em vista, o objetivo deste trabalho foi estabelecer a espécie Raulinoa echinata in vitro por meio da germinação de sementes e embriões zigóticos. As sementes foram retiradas de frutos maduros e submetidas a tratamentos de embebição em ácido giberélico (GA3) e de imersão em soluções de álcool, hipoclorito de sódio e fungicida (Benlate 500®); sendo inoculadas em meio de cultura de Murashige e Skoog (MS) sem reguladores de crescimento. Para o resgate dos embriões zigóticos, a metodologia consistiu-se em: coleta e assepsia de frutos imaturos; abertura dos frutos e retirada das sementes; assepsia das sementes; resgate dos embriões e remoção do endosperma; e inoculação dos embriões em meio de cultura MS suplementado com reguladores de crescimento: 6-benzilaminopurina (BAP), ácido 1-naftalenoacético (ANA) e GA3, isolados e em associação. As metodologias propostas para a assepsia das sementes mostram-se satisfatórias, porém não houve germinação após 65 dias de cultivo independente do tempo de embebição em GA3; formulando-se a hipótese de que o endosperma da espécie possui inibidores de crescimento que impedem a germinação in vitro. Para os embriões zigóticos, o meio de cultura MS sem reguladores de crescimento mostrou-se eficiente para a germinação (80%) e para o desenvolvimento, sendo que o futuro estabelecimento de um protocolo de criopreservação para os embriões zigóticos da espécie mostra-se promissor para a conservação ex situ.
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