Propagação in vitro de <i>Colubrina glandulosa</i> Perkins: espécie nativa com potencial para programas de reflorestamento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509853294

Palavras-chave:

Sobraji, Micropropagação, Meta-Topolina, PPM™

Resumo

Colubrina glandulosa (sobraji) é uma espécie madeireira de rápido crescimento e tronco retilíneo, com potencial de formar reflorestamento homogêneo ou associado com outras espécies. Em vista disso, buscou-se estabelecer um protocolo de micropropagação, por meio de sementes e segmentos nodais, visando à produção de mudas em escala comercial. As sementes foram desinfestadas em NaClO 6% por 10, 20 ou 30 minutos e semeadas em meio de cultura MS suplementado, ou não, com 0,5 mL L-1 de Comet®. Os segmentos nodais foram desinfestados em solução de NaClO 2% e de PPM5%, introduzidos em meio de cultura WPM, suplementado com PPM (0; 0,2 ou 0,4%) e 0,5 mL L-1 de Comet® associado com 0,75 g L-1 de ampicilina sódica ou 2 mL L-1 Kasumin®. Na multiplicação, segmentos nodais foram cultivados em meio de cultura WPM suplementado com BAP (6-benzilaminopurina) ou mT (meta-topolina) (2; 4; 8 ou 12 µM), combinados com a presença ou ausência de ANA (ácido naftalenoacético) (2 µM) em três subcultivos. No enraizamento, utilizou-se o meio de cultura WPM/2 suplementado com AIB (ácido indolbutírico) (0; 2 ou 4 µM) associado, ou não, com 0,15% de carvão ativado. As mudas enraizadas foram aclimatizadas ex vitro. O maior percentual de germinação (78,57%) foi observado nas sementes tratadas com NaClO 6% por 10 minutos, sem fungicida no meio de cultura. A concentração de 0,2% de PPM proporcionou a maior porcentagem de sobrevivência de segmentos nodais (70%). A sucessão dos subcultivos incrementa significativamente a porcentagem de indução de brotos e o maior número de brotos por explante (3,28±1,8) ocorreu na concentração de 2 µM mT. A formação do maior número de raízes observou-se na ausência do carvão ativado sem a necessidade de auxina exógena e na aclimatização, verificou-se alta porcentagem de sobrevivência das mudas. Dessa forma, foi possível obter um protocolo viável de micropropagação, constituindo-se de uma metodologia promissora na produção de mudas.

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Biografia do Autor

Odirlei Orlindo Hass, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, SC

Engenheiro Florestal, Me., Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau, Pesquisador Autônomo, Rua São Paulo, 3.250, Itoupava Seca, CEP 89030-000, Blumenau (SC), Brasil.

Thiago Sanches Ornellas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC

Engenheiro Agrônomo, Dr., Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais, Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Rod. Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, CEP 88034-000, Florianópolis (SC), Brasil.

Ricardo Bittencourt, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, SC

Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Regional de Blumenau, Departamento de Ciências Naturais, Rua Antônio da Veiga, 140, Itoupava Seca, CEP 89030-903, Blumenau (SC), Brasil.

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Publicado

25-03-2022

Como Citar

Hass, O. O., Ornellas, T. S., & Bittencourt, R. (2022). Propagação in vitro de <i>Colubrina glandulosa</i> Perkins: espécie nativa com potencial para programas de reflorestamento. Ciência Florestal, 32(1), 287–308. https://doi.org/10.5902/1980509853294

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