Ocorrência de <i>Phomopsis</i> sp. em mudas de <i>Carya illinoinensis</i> (Wangenh) K. Koch
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509867140Palavras-chave:
Patogenicidade, Nogueira-pecan, Fungo, Mancha foliarResumo
A produção de mudas de nogueira-pecan tem ganhado força nas últimas décadas, principalmente na região sul do Brasil, e esse aumento na demanda, consequentemente, intensifica os estudos sobre problemas fitossanitários presentes na cultura nessa região. A qualidade sanitária é um fator importante na produção de mudas florestais, tendo em vista a ocorrência de doenças em todas as etapas do processo produtivo. Em abril de 2021, foram observadas manchas foliares escuras e irregulares em mudas de nogueira-pecan em condições de viveiro. A evolução dos sintomas causava queda dos folíolos e comprometimento no desenvolvimento das plantas, devido à redução da sua área fotossintética. Verificou-se que se tratava do efeito causal de um fungo, que foi isolado em meio batata-dextrose-ágar (BDA), tendo, posteriormente, sua patogenicidade constatada em folíolos destacados de nogueira-pecan. Discos de 4 mm da cultura pura do isolado de Phomopsis sp. foram dispostos na superfície de folíolos sadios, previamente feridos com agulha histológica esterilizada. Após a inoculação, os folíolos foram acondicionados em caixas gerbox forradas com duas folhas de papel-filtro esterilizadas e umedecidas com água destilada esterilizada e mantidas em câmara de incubação durante sete dias a 25 ± 2ºC e fotoperíodo de 12 h. Foram utilizados oito folíolos sadios como testemunha, os quais foram submetidos às mesmas condições, utilizando apenas discos de meio de cultura BDA. O isolado mostrou-se patogênico, com os primeiros sintomas após 6 dias da inoculação. As lesões, inicialmente circulares e necróticas, foram coalescendo e aos 10 dias atingiram 16 mm. Foi realizado o reisolamento assim que as estruturas reprodutivas do fungo apareceram, essas foram transferidas para placas de Petri com meio de cultura BDA. O fungo causador dos sintomas foi identificado como Phomopsis sp., e este trabalho apresenta o primeiro relato da ocorrência de mancha foliar de Phomopsis sp. em Carya illinoinensis em condições de viveiro no Brasil.
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Referências
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