Inventário de emissão de gases de efeito estufa (GEE) do sistema modal na rota de cargas portuárias de Santa Catarina

Resumo

As mudanças climáticas têm se intensificado nas últimas décadas em virtude do aumento da concentração de Gases de Efeito Estufa (GEE) oriundos, principalmente, de atividades antrópicas. O setor de transporte é um dos responsáveis pelo aumento destas concentrações em virtude da queima incompleta de combustíveis fósseis na utilização dos diferentes modais, como o rodoviário e ferroviário. No entanto, a importância destes para o escoamento da produção brasileira, importação de produtos, bem como demais necessidades humanas e o desenvolvimento é evidente. Diante disso, o presente estudo inventariou a emissão de gases de efeito estufa do sistema modal na rota de cargas portuárias de Santa Catarina. Para tanto, foram utilizados dados de movimentação para os portos catarinenses, para os modais rodoviário e ferroviário, referente ao ano de 2020 e analisados por meio da utilização da ferramenta do Protocolo Brasileiro de Gases de Efeito Estufa - GHG Protocol (Escopo 1), na versão 2022. Além dos dados base, foram analisados outros cinco cenários, considerando diferentes incrementos que incentivam a ampliação do uso de ferroviárias como estratégia na redução de emissões. Como resultado, observou-se uma redução nas emissões de dióxido de carbono equivalente (CO₂e) ao utilizar o modal ferroviário em comparação com o modal rodoviário, uma vez que, ao comparar o cenário 5 (50% ferroviário + 50% rodoviário) com o cenário atual (12,1% ferroviário + 87,9% rodoviário), há uma redução de 43% nas emissões do setor rodoviário. Tais constatações deixam claro a importância de incentivar o planejamento estratégico e investimentos para promover a intermodalidade e otimizar a eficiência logística em Santa Catarina, através da diversificação da matriz de transporte, como forma de promover a sustentabilidade.