Morfologia, anatomia e ultraestrutura foliar de Froelichia tomentosa (Mart.) Moq. (Amaranthaceae) - uma espécie criticamente ameaçada de extinção no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179460X40503Palavras-chave:
Amaranthaceae, Anatomia Kranz, Campos arenosos, Cloroplastos, Espécie ameaçada, Estratégias adaptativasResumo
No Brasil, Froelichia tomentosa (Mart.) Moq. possui registros de ocorrência no Rio Grande do Sul (RS) e na Bahia, no entanto, no primeiro há indícios de que suas populações estão extintas. No RS, os registros são restritos à região dos campos arenosos. Nessa região vem sofrendo redução da biodiversidade, devido à intensificação do processo de arenização. Portanto, este trabalho teve como objetivo descrever a morfoanatomia e a ultraestrutura da lâmina foliar de Froelichia tomentosa, buscando correlacionar as características foliares às condições ambientais. Foram amostrados indivíduos de diferentes populações nos campos de areia (bioma Pampa), as análises da lâmina foliar foram realizadas em microscópio eletrônico de varredura (MEV), microscopia eletrônica de transmissão (MET) e microscopia óptica (MO). Verificou-se as seguintes características anatômicas: epiderme com tricomas e estômatos na superfície adaxial e abaxial, mesofilo compacto, hipoderme aquífero, anatomia de Kranz e numerosos plastoglóbulos e peroxissomos. A presença desses caracteres pode estar relacionada à adaptação dessa espécie ao ambiente. Além disso, destacamos a necessidade de criação de unidades de conservação na região de areia, a fim de preservar espécies, bem como a do presente estudo.
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