Ensino do Direito e o poder simbólico das profissões jurídicas: pontos e contrapontos sobre caminhos que os estudantes de Direito pretendem seguir após a graduação
DOI:
https://doi.org/10.5902/1981369448243Palavras-chave:
Poder simbólico, Ensino do direito, Cursos de direito, Concurso público, Perfil do graduandoResumo
A crise do ensino do Direito e a finalidade dos graduandos ao final do curso jurídico são fenômenos que necessitam de maiores atenções. Com a utilização do método indutivo e norte teórico em Pierre Bourdieu, foi realizada pesquisa de campo e chegou-se à conclusão que aproximadamente um terço dos graduandos entrevistados pretende unicamente prestar concurso público ao final do curso de Direito, não direcionado para uma profissão jurídica apenas. Compreende-se que há o exercício do poder simbólico por um modo arbitrário de inculcação sobre os estudantes, legitimadas pelas classes dominantes (corpo docente, mercado de trabalho e cursinhos preparatórios para concursos), que transmitem seu arbitrário cultural como o ideal a ser reproduzido.
Artigo apresentado ao Grupo de Pesquisa “Direito, Sociedade e Cultura”, do Programa de Pós-Graduação em Direitos e Garantias Fundamentais da Faculdade de Direito de Vitória (PPGD-FDV).
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