A “BANALIDADE DO MAL” NAS EMPRESAS: REVISITANDO HANNAH ARENDT
DOI:
https://doi.org/10.5902/1981369431009Palavras-chave:
Assédio moral nas empresas, perfil do assediador, “banalidade do mal”.Resumo
Por meio de pesquisa qualitativa, exploratória e bibliográfica, levanta-se referencial teórico sobre assédio moral, e observa-se a predominância de associar o seu cometimento nas empresas a pessoas com perfil psíquico perverso. É este o dado que se pretende questionar, o que se faz a partir de conceitos talhados por Hannah Arendt, tais como a “banalidade do mal”, que ela se utiliza na obra “Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal”. Para Hannah Arendt, em nome de cumprir ordens, Otto Adolf Eichmann contribui para o funcionamento da máquina nazista. Dessa obra, é apropriada a ideia de ausência de pensamento e de ambição para identificar o assédio moral nas empresas, propondo-se o entendimento de que a personalidade do assediador não o caracteriza; antes, o assédio pode se manifestar numa cultura empresarial acrítica. Para chegar à referida conclusão, no primeiro tópico são analisados aspectos relacionados ao assédio moral nas empresas, e no segundo, trata-se do conceito da “banalidade do mal” para, ao final, argumentar em favor de sua aplicação para identificação do assédio moral no trabalho.
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