Os principais contornos da regulação chinesa sobre inteligência artificial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1981369485013

Palavras-chave:

China, Dados pessoais, Inteligência Artificial (IA), Regulação, Saúde pública

Resumo

Nesse artigo analisaremos aspectos normativos e regulatórios da Inteligência Artificial (IA) na China. Através de revisão bibliográfica internacional, analisa-se os principais fatores motivadores para o desenvolvimento de IA naquele país, visando permitir paralelos e identificar possíveis pontos de contato com a discussão do tema no cenário brasileiro. Assim, aponta-se os motivos regulatórios que levam a China a investir em IA como forma de salvaguardar os interesses nacionais. Em seguida, são discutidas as tendências e desafios regulatórios para IA sob a perspectiva chinesa, incluindo seu polêmico uso para coleta de dados pessoais sem autorização e classificação social segundo Sistema de Crédito Social (SCS). Depois, traça-se um panorama dos principais documentos normativos que tutelam e fomentam IA na China. Após, analisam-se as perspectivas regulatórias de aplicação de IA na área da saúde pública chinesa. Por fim, conclui-se que o estudo pode ser útil ao contexto brasileiro, desde que reconhecidas as grandes diferenças culturais entre as duas sociedades.

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Biografia do Autor

Antonio Marcio da Cunha Guimaraes, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Doutor e Mestre em Direito Internacional pela PUC/SP; Professor da Faculdade de Direito da PUC/SP desde 1991 no Bacharelado e desde 2007 no Mestrado/Doutorado; Visiting Professor/Researcher on King´s College University of London; Visiting Professor/Researcher na Università Degli Studi di Milano; Advogado e consultor jurídico – OAB/SP: 82.984; Líder do Grupo de Pesquisa da PUC/SP junto ao CNPq – DIGE – Direito Internacional e Globalização Econômica; Autor de obras jurídicas.

Felipe Grizotto Ferreira, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Professor de Direito Constitucional, Direito Tributário e Metodologia Jurídica da PUC- Campinas. É Mestre em Direitos Humanos e Desenvolvimento Social pela PUC-Campinas. Durante a Pós-Graduação, foi pesquisador na qualidade de bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP. É graduado em Direito pela PUC-Campinas, com período sanduíche na Universidade de Coimbra (Portugal). É advogado e possui experiência nas áreas de Direito Público; Direito Digital; Direito Civil e Empresarial e Proteção de Dados Pessoais.

David Felice Falivene Baptista, Pontificia Universidade Católica de Campinas

Doutorando pela Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da UNICAMP, com período sanduíche na Escola de Direito da Universidade do Minho/Portugal. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Graduado e Mestre em Engenharia Elétrica (ênfase em Engenharia da Computação), com temática na área de Inteligência Artificial e Telecomunicações pela FEEC/UNICAMP. Investigador Convidado do Centro de Investigação em Justiça e Governação (JusGov – Escola de Direito da Universidade do Minho/Portugal). Pesquisador dos grupos de Regulação e Certificação de IA do Lawgorithm (Faculdade de Direito da USP) e do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Reitoria da UNICAMP e do Centro Paulista de Estudos da Transição Energética (CPTEn/SP) – Projeto de P&D da Agência Nacional de Engenharia Elétrica (ANEEL) Microgrids for Efficient, Reliable and Greener Energy (MERGE).

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Publicado

13-12-2024

Como Citar

Guimaraes, A. M. da C., Ferreira, F. G., & Baptista, D. F. F. (2024). Os principais contornos da regulação chinesa sobre inteligência artificial. Revista Eletrônica Do Curso De Direito Da UFSM, 19, e85013. https://doi.org/10.5902/1981369485013

Edição

Seção

Artigos científicos