A ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA NA ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE INTERNET

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1981369461439

Palavras-chave:

argumentação jurídica, audiência pública, Marco Civil da Internet, políticas públicas , regulação da internet

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar os argumentos das audiências públicas realizadas no processo de regulação da Internet no Brasil, no âmbito do processo legislativo do Marco Civil da Internet (MCI), e no bojo da ADI n. 5527 e da ADPF n. 403, no STF, ações que tratam dos bloqueios do WhatsApp no Brasil e questionam a constitucionalidade de dispositivos do MCI. Quais são os pontos de conexão dos argumentos das audiências públicas analisadas? Houve alguma mudança de entendimento quanto ao modelo de uma regulação da Internet no Brasil após esses 7 anos (2010-2017)? O ano de 2017 foi quando houve a convocação das audiências públicas analisadas. Metodologicamente trata-se de pesquisa qualitativa. Vale-se do referencial teórico da argumentação jurídica, com o modelo de Toulmin. Conclui-se que o modelo argumentativo pode dialogar bem como construção metodológica para regulação da Internet. Dentre as diversas teses utilizadas, a neutralidade de rede e a privacidade dos seus usuários são os dois principais argumentos pré e pós MCI. A participação social deve ser vista como garantia de direitos dentro de uma democracia digital, a fim de gerar pluralidade na construção do ambiente regulatório da Internet.

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Biografia do Autor

Ana Cláudia Farranha, Universidade de Brasília

Professora Associada II da Faculdade de Direito - Universidade de Brasilia - FD/UnB, desenvolvendo atividades na área de Direito e Gestão Pública. Professora do Programa de Pós Graduação em Direito da UnB - PPGD/UnB. Doutora e mestra em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pesquisadora do Centro de Estudos Avançados de Governo e Administração Pública - CEAG. Tem experiência na área de Ciência Política e Direito, atuando principalmente nos seguintes temas: Estado, Marco Regulatório e Políticas Públicas; Eqüidade e Estudos de Participação; Política, Direito e Internet. Pesquisadora do Instituto Nacional de Democracia Digital - INCT-DD. Membro da Comissão de Juristas para avaliar e propor estratégias normativas com vistas ao aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo estrutural e institucional no pais (2021). Integrante do Comitê Executivo da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas - RBMC . Desde 2022, está em estágio pós doutoral na University of Oklahoma (OU) e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, no Instituto de Estudos Sociais e Politicos, no Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ações Afirmativas (UERJ/IESP/GEMAA), com o tema Direito de Acesso à Informação e Questão Racial.

Amanda Nunes Lopes Espiñeira Lemos, Universidade de Brasília

Doutoranda em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) em co-tutela com a Universidade do Minho (Portugal). Bolsista nos Projetos LEGISUS/ Fiocruz Brasília e Modernização Político-Normativa da Radiodifusão Brasileira. Pesquisadora do Laboratório de Políticas Públicas e Internet (LAPIN). Investigadora Júnior do JusGov - Centro de Investigação em Justiça e Governação da UMinho. Ex Junior Fellowship do Centro de Estudios de Telecomunicaciones de América Latina (cet.la). Mestre em Direito pela UnB, com bolsa CAPES. Advogada. Membro dos grupos de pesquisa Grupo de Estudos em Direito das Telecomunicações (GETEL), Observatório de Políticas Públicas (GEOPP). Atua em pesquisas principalmente nos seguintes temas: Direito Constitucional, Direitos Fundamentais, Políticas Públicas, Direito Sanitário, Regulação da Internet e Proteção de Dados Pessoais.

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Publicado

30-11-2022

Como Citar

Farranha, A. C., & Nunes Lopes Espiñeira Lemos, A. (2022). A ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA NA ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE INTERNET. Revista Eletrônica Do Curso De Direito Da UFSM, 17(2), e61439. https://doi.org/10.5902/1981369461439

Edição

Seção

Artigos científicos