Alfabetização e decolonialidade: compreender e (re)existir

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644489720

Palavras-chave:

Decolonialidade, Educação, Alfabetização

Resumo

A escola, na América Latina, foi construída sintonizada com os processos de colonização, marcada pela matriz imperialista ibérica. Esse modelo de educação e alfabetização contribuiu e contribui para a construção das desigualdades econômicas, sociais e culturais na América Latina, mas também em nosso país. O artigo propõe como problemática: O que compreende propor uma alfabetização desde uma perspectiva epistemológica decolonial? Busca-se, desse modo, tensionar ou alargar a compreensão das possibilidades de uma alfabetização orientada desde uma epistemologia decolonial. Trata-se de uma discussão teórico-reflexiva orientada desde uma epistemologia decolonial. A reflexão está organizada em 3 movimentos. O primeiro movimento explora as noções de colonização, descolonização, colonialidade e decolonialidade. O segundo movimento aproxima as noções de colonialidade e de decolonialidade do campo educativo. Por fim, retoma-se o conceito de alfabetização e letramento estreitando o diálogo com a proposição epistêmica decolonial. Sustenta-se que uma alfabetização decolonial abre caminhos para o diálogo, para a escuta, para a vivência, para o olhar, para a sensibilidade, para o pensar e, desse modo, questiona a matriz colonial que subalterniza historicamente nossos estudantes.

Biografia do Autor

Martin Kuhn, Community University of Chapecó Region

Doutor em Educação nas Ciências. Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da universidade Comunitária da Região de Chapecó – UNOCHAPECÓ.

Vania Fátima Vassoler, Community University of Chapecó Region - Unochapecó

Pedagoga. Professora da rede Municipal de Chapecó/SC. Mestra em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ.

 

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Publicado

2025-09-05

Como Citar

Kuhn, M., & Vassoler, V. F. (2025). Alfabetização e decolonialidade: compreender e (re)existir. Educação, 50(1), e114/1–26. https://doi.org/10.5902/1984644489720